Impressão 3D aplicada à reconstrução facial forense

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Reconstrução facial forense: a ajuda da impressão 3D

Etapa do processo de reconstrução facial forense com a ajuda da impressão 3DReconstrução facial forense, termo que nos remete ao seriado de TV CSI, de fato tem tudo a ver com as histórias de investigações da popular série do canal CBS.

Mas na vida real você faz ideia de como trabalha um cientista forense? Qual a formação desse profissional e as áreas de atuação envolvidas? Com o avanço da tecnologia, uma delas passou a ser, sem dúvida, a modelagem 3D. E, por consequência, também a impressão 3D.

Paulo Miamoto é um desses profissionais. Cirurgião-dentista especializado em Odontologia Forense, uma área do conhecimento pouco difundida entre os brasileiros, Paulo é membro da Ebrafol, a Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal.

Em parceria com a Faculdade de Odontologia da USP de Ribeirão Preto, realiza o importante estudo antropológico de ossadas na tentativa de identificar pessoas desaparecidas através da reconstrução facial. O trabalho de Miamoto não para por aí: ele também ajuda a dar nova vida a animais resgatados com com algum tipo de deficiência, a partir de implantes de próteses impressas em 3D.

No Encontro Nacional de Impressão 3D, realizado em Hortolândia em maio deste ano, Dr. Paulo Miamoto contou um pouco da sua fascinante história envolvendo a tecnologia 3D em código aberto (veja vídeo abaixo).

Começou quando, em 2012, durante um doutorado na República Tcheca, conheceu o designer 3D Cícero Moraes e juntos iniciaram uma série de estudos com o intuito de obter imagens 3D a partir de alternativas mais em conta que os caríssimos scanners 3D que ele usava em seu laboratório, na cidade de Brno. Sua maior preocupação era poder seguir com o trabalho no Brasil após o doutorado usando tecnologias similares e mais baratas.

A solução encontrada pelos dois foi a criação de uma técnica de digitalização por fotogrametria usando software aberto a partir dos programas Python Photogrammetry Toolbox (PPT-GUI) e MeshLab.

A técnica consiste em extrair uma série de fotografias da peça analisada – um crânio, por exemplo – para em seguida processá-las nos programas, que por sua vez geram uma nuvem de pontos que são então convertidos em uma malha 3D.

Para validar a precisão do escaneamento 3D por fotogrametria e software livre aplicado à reconstrução facial forense, Paulo e Cícero fizeram um estudo com 6 crânios, onde foram comparados o escaneamento à laser com o escaneamento digital. Usando outro programa em código aberto, o CloudCompare, foi feita a comparação de precisão dos dois modelos 3D.

O resultado obtido foi uma margem de erro de apenas 1mm, atestando o sucesso do experimento no meio científico. Pouco tempo depois, foi publicado um protocolo para fazer as reconstituições faciais forenses com software livre em um jornal científico sob o título “Demonstration of protocol for computer-aided forensic facial reconstruction with free software and photogrammetry”.

estudo antropológico de ossadas na tentativa de identificar pessoas desaparecidas através da reconstrução facial

 

Com outro software livre chamado MakeHuman é possível também criar uma espécie de avatar com as características do crânio, um trabalho ajustado com mais detalhes no Blender, conhecido software de modelagem 3D, do qual Cícero é especialista. Juntos eles lançaram um e-book gratuito com 400 páginas ensinando o passo a passo sobre como digitalizar um crânio humano até a sua completa reconstrução.

No vídeo abaixo, Dr. Paulo Miamoto conta sua trajetória profissional, envolvendo o trabalho na área de reconstrução facial forense e a criação do grupo “Os Vingadores”, também em parceria com Cícero Moraes, que une esforços de um grupo de profissionais da área da saúde para implantes de próteses 3D em animais:

 

[Webinsider]

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Laura Loenert é jornalista e editora do site 3DPrinting.

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