Introdução às plataformas de software

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O que há de comum entre um aplicativo para previsão do tempo no iPhone, uma calculadora em um smartphone Android e um game dentro do Facebook?

O fato de que todos foram desenvolvidos sobre plataformas de software. Interessante que são três empresas diferentes, mas que encontram uma forma de agradar seu público abrindo espaço para que desenvolvedores pudessem desenvolver e comercializar suas próprias criações digitais.

Quando pensamos nas mais diferentes tecnologias que estão ao nosso redor é fácil perceber que estamos vivendo a “era da plataforma”. Mas afinal quais são os fatores que definem uma plataforma de software? Quais as vantagens para as empresas e seus clientes quando adotam uma plataforma de software? Por que jovens nerds estão se tornando milionários desenvolvendo aplicativos “sobre” plataformas de software? Antes porém de responder estas perguntas fundamentais, importante revisar alguns conceitos fundamentais, os quais explicam o sucesso desta inovação.

Algoritmos

Antes do software existe o algoritmo, um conjunto de instruções que descreve, passo a passo, como uma tarefa será realizada. Estas instruções formam uma sequência lógica, a qual uma vez realizada, leva à conclusão da tarefa. Uma linguagem de programação (Java, C++, Javascript etc) é usada para codificar um algoritmo, este é o software.

Software proprietários e livres

Nos primórdios da computação, praticamente todo software era proprietário. A arte da programação estava restrita às empresas que vendiam programas e aplicativos. Com a chegada do software livre e de linguagens de programação abertas este cenário mudou radicalmente.

Linguagens de programação tais como Java, Python e PHP e sistemas operacionais gratuitos tais como o Linux, começaram a ser usados por talentosos programadores, os quais colocaram em xeque a estrutura fechada do mercado de software. A arte da programação tornava-se acessível para todos e várias organizações surgiram para promover o software livre, entre estas a The Open Source Initiative (OSI).

Em pouco tempo, surgiram bancos de dados livres tais como o Firebird e o PostgreSQL, gerenciadores de conteúdo tais como Joomla! e o Drupal, e tantos outros produtos em diferentes áreas.

Compartilhamento e colaboração

Um efeito colateral do movimento de software livre foi o de estabelecer duas atitudes de trabalho muito diferentes do que a indústria de software vinha adotando: compartilhar e colaborar.

Se na era do software proprietário o segredo e as patentes eram palavras de ordem, os jovens da nova era do software livre adotaram o compartilhamento aberto e irrestrito das informações, dos códigos fonte e conteúdos.

Além disso, colaborar e trabalhar em equipes multidisciplinares, muitas vezes 100% virtuais também se tomaram práticas comuns. Não por acaso, as empresas e startups que surgiram nesta onda publicam abertamente seus códigos fonte e trabalham em conjunto com os usuários de forma aberta e irrestrita.

Plataformas de software

A Motorola possui uma das melhores definições para plataforma:

“Plataforma é um conjunto de ativos que podem ser usados para alavancar o reuso e o rápido desenvolvimento de novos produtos.

No mínimo, ela define o ambiente operacional, a arquitetura em alto nível de todos os produtos desenvolvidos com base nesta plataforma, e um conjunto de políticas de desenvolvimento para aperfeiçoar a plataforma e o desenvolvimento de produtos.”

Quando entramos no ambiente de desenvolvimento de software, os “ativos” são as ferramentas de programação e os “produtos” são os aplicativos. Entre estas ferramentas estão:

  • 1. Kits ou pacotes para o desenvolvimento de aplicativos – SDK (Software Development Kit);
  • 2. Emuladores ou Simuladores, que permitem ao desenvolvedor visualizar e testar seu aplicativo como se estivesse no ar;
  • 3. APIs (Application Program Interfaces) as quais definem padrões e especificam como os diferentes componentes da plataforma se comunicam;
  • 4. Bibliotecas e frameworks, os quais podem ser usados pelos desenvolvedores para agilizar o desenvolvimento dos aplicativos.

Mas as atuais plataformas de software de maior sucesso, e aqui estou me referindo a Apple, Google Android e Facebook, estão indo além, adicionando três importantes componentes:

1. Fator social

Para um aplicativo obter sucesso é preciso que ele tenha volume de acessos ou downloads. Para os jovens desenvolvedores e mesmo para as empresas, uma plataforma que tenha ao redor de si milhões de usuários é um fator crítico.

Ao oferecer um ambiente de compartilhamento, divulgação e mídia espontânea, as plataformas estão potencializando os bons aplicativos.

2. Multiplaforma

Um dos fatores mais importantes de sucesso de um aplicativo está relacionado a facilidade com que o usuário possa acessá-lo e isto significa poder acessá-lo de qualquer plataforma, seja web, tablet ou mobile.

Neste sentido, o que temos hoje é o Facebook como plataforma web, enquanto Apple e Google Android estão estabelecidos nas plataformas móveis e tablets. Mas este cenário deverá mudar nos próximos anos, com o Facebook estendendo sua plataforma para smartphones e tablets.

3. Comercialização

Aplicativos podem ser gratuitos ou pagos. Alguns podem adotar ainda o modelo Freemium (modelo de negócios onde o internauta adota um aplicativo gratuitamente, mas para ter mais recursos deve pagar).

Reconhecendo que as integrações e requisitos técnicos para adoção de modos de pagamento são um “gargalo” para os desenvolvedores de aplicativos, as plataformas oferecem modelos prontos para comercialização dos aplicativos.

Conclusão

As plataformas de software têm se mostrado até agora um ecossistema onde indústria, desenvolvedores e consumidores podem estabelecer relações de valor, com benefícios para todos.

Se prestarmos atenção vamos observar que outros setores estão “namorando” com plataformas, tais como a construção civil, educação e o setor automobilístico.

A alavanca inicial porém vem da sociedade. Ao exigirmos abertura, compartilhamento e transparência, quebramos as estruturas de mercados estabelecidos. A indústria de software foi somente a primeira. [Webinsider]

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Ricardo Murer é graduado em Ciências da Computação (USP) e mestre em Comunicação (USP). Especialista em estratégia digital e novas tecnologias. Mantém o Twitter @rdmurer.

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2 respostas

  1. Sua explicação é clara e objetiva em minha ignorância compreendi o que significa plataformas de hardware e importância dos software livre.

  2. Prezado Ricardo!

    Sou graduanda em Ciências Contábeis e estou fazendo meu TCC…a faculdade exige que seja criado uma empresa, depois movimentá-la e depois auditar a empresa de outro colega…eu preciso de um programa empresarial para cadastro, fiscal, etc…tudo que se faz necessário em uma empresa…só que não tenho grana para comprar um programa, mesmo que utilise depois na minha empresa que vou montar de verdade…será que existe um software livre com essa configuração?

    Aguardo um retorno e desde já agradeço.

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