O BI é feito de gente

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Sou daqueles que acredita que se pode fazer BI (Business Intelligence) até mesmo com o Excel (com todas suas limitações, é claro). Juntam-se alguns dados, copia daqui, cola ali, adiciona uma tabela dinâmica, arrasta alguns campos e pronto! Exageros à parte, creio que o importante não é a ferramenta, mas sim a relevância do valor da informação provida pelo BI.

Os tempos vêm mostrando que o uso das ferramentas por si só não gera resultados satisfatórios. Crio um projeto todo caprichado, levanto as necessidades com os usuários, crio meu banco de dados otimizado pra consulta (leia-se Data Warehouse), coloco uma ferramenta de consulta de vanguarda, faço o treinamento e pronto: nas primeiras duas semanas, 70% dos usuários se conectam à ferramenta, na terceira, 50%, da quarta em diante, apenas 10%. A ferramenta é ruim? O que aconteceu?

Meu caro, a resposta pra tudo isto é uma só: BI não é ferramenta, BI é um conjunto em que ferramenta é 25%, e Gente, com G maiúsculo é todo o restante. E tem que ser maiúsculo, porque quando uma empresa resolve fazer BI, o projeto entrega uma ferramenta como resultado, ponto final. Mas o BI continua, a operação, o dia a dia, tem que receber muito mais atenção. Vou tentar deixar mais claro.

Tenho visto inúmeros projetos de BI concebidos por ótimos profissionais não vingarem alguns meses após sua implantação. Isto se deve ao fato das empresas implantarem uma solução técnica e esperarem que os usuários se sirvam dela e abandonem aquele velho e bom e-mail de faturamento semanal do Pedrão do financeiro, ou aquele Excel de Vendas que o Alberto atualiza toda quarta-feira.

As pessoas tendem a se manter em sua área de conforto, por isso, ao se resolver fazer BI, é necessário planejar como será tanto a implantação, quanto o pós-implantação.

O treinamento no final do projeto abre a primeira porta, mas as ações de incentivo e melhoria devem ser constantes.

Eu acredito, de verdade mesmo, que os usuários devem ser entendidos como clientes. E assim como as empresas, devemos fazer campanhas de marketing com eles. Só que neste ponto o BI tem uma vantagem: há inúmeras informações disponíveis sobre o perfil do cliente. No entanto, tem que ter Gente para zelar por isso.

Acredito firmemente que a equipe de BI deva ter apoio profissional para incentivar o uso da ferramenta de BI: tem que coletar a opinião dos usuários, criar chamadas para uso de determinado recurso, acompanhar quais visões/relatórios são ou não usados… enfim, o BI tem que ter um dono que pense como profissional de marketing de relacionamento, aquele cara que “encoste realmente a barriga no balcão”.

O que ocorre muitas vezes é que a equipe de BI não conta com este profissional com perfil de dono do negócio. Porém, como nosso mercado está mais maduro, hoje isto pode ser resolvido com a contratação de empresas especialistas no tema, que funcionam como apoio para fomentar e evoluir o uso de soluções tecnológicas.

O BI começa como uma necessidade convertida em ferramenta, porém só tem vida se houver pessoas que o mantenham de pé. O melhor dos mundos é que estas pessoas tenham uma visão pragmática dos recursos que serão criados e quais ações se caracterizarão a partir destes recursos. Esta relação entre os recursos criados e a chamada para a ação é um tema muito interessante, porém amplo o suficiente para gerar um próximo artigo. [Webinsider]

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Carlos Henrique Moretti Gorgulho (carlos_gorgulho@yahoo.com.br) atua há 13 anos com gestão de informação e atualmente é gerente de BI da rede de supermercados Dia%.

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