O jeitinho brasileiro na comunicação digital mundial

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Recentemente colaborei com uma artigo em uma importante revista de publicidade nacional (Proxxima, do Meio&Mensagem) sobre a exportação de know how digital pelas agências digitais brasileiras. Gostaria de aproveitar o espaço e a boa repercussão para alongar o assunto e discutir nossas vantagens e desvantagens competindo com mercados internacionais.

Indo direto ao ponto, existem grandes vantagens em se trabalhar com as agências digitais brasileiras. Selecionei alguns:

Indiscutivelmente, somos criativos. Reflexo de nossa cultura ímpar, alegre, destemida e do bem. Na minha opinião somos criativos pois nos acostumamos a lidar com as incertezas, adversidades e falta de apoio governamental. O famoso “se vira nos 30”.

Somos organizados. Tentar vender um projeto digital simples no Brasil, como por exemplo um website, sem a devida organização é receita para problemas. Por que? O rápido crescimento do mercado digital no país e a crescente necessidade das empresas a se adaptarem a um novo meio geraram uma carência por profissionais de marketing capacitados para comprar e gerir projetos digitais.

Diante deste cenário, as agências brasileiras sempre tiveram que ser muito organizadas, utilizando mapas, sistemas, planilhas e diversas ferramentas a fim de deixar óbvio o que o cliente está comprando, além de integrá-lo em todo o processo. Do briefing à análise de resultados.

Em minhas experiências com clientes e agências internacionais, percebi que os clientes evitam excesso de informações e se focam no cumprimento de prazos e análise dos resultados. Uma confiança “madura” no trabalho da agência. Também percebi que são decididos antes mesmo de procurarem uma agência, característica, ao meu ver, de mercados mais experientes na rede.

Low budget. Sim, somos low budget. Criamos campanhas multidisciplinares envolvendo, web, mobile e TV por valores bem abaixo do mercado europeu e americano. Mesmo na crise. Na minha opinião as verbas ainda são baixas por aqui pela falta de percepção de muitos clientes do valor agregado no trabalho das agências digitais. Esta é uma discussão extensa, porém devemos discutir para a evolução do mercado. Enfim, não deixa de ser uma vantagem competitiva esta capacidade adquirida que temos de trabalhar bem e entregar excelentes resultados com pouca verba.

Somos sociais. O brasileiro adora se relacionar. Não é à toa que somos uma potência mundial nas redes sociais. Esse carismático e dedicado “jeitinho brasileiro” faz diferença no atendimento. Quer convencer uma tradicional empresa americana que sua campanha online vai ser mais vista no PC do que em um Mac? Chame um brasileiro. Faremos sem stress e demonstrando calmamente os resultados.

Agora as desvantagens também existem. Quem já está há mais de dez anos no mercado de comunicação digital, lida no dia-a-dia com estes fatores:

Pouca mão de obra especializada. Temos excelentes profissionais, porém poucos. Esta desvantagem é muito visivel quando desenvolvemos projetos grandes e multidisciplinares em curtos períodos. Acabamos por exportar não só know-how como também trabalho, quando temos que procurar mão de obra especializada fora do Brasil.

Low budget, low technology. As verbas reduzidas nos projetos digitais acabam por coibir os investimentos profissionais em tecnologias de ponta. Os profissionais se especializam no mais comum ao invés do mais eficiente e atual.

Idioma. Ainda falta (opinião que ouço do mercado) este aprofundamento em outros idiomas para facilitar o relacionamento com clientes de outros países. Percebo que é uma grande barreira. O inglês “técnico” não sobrevive na gestão de negócios. The book is on the table… So, read it!!

No geral, para um país com pouco mais de dez anos no marketing digital, oferecemos mais vantagens do que desvantagens Já ouvi que somos mais criativos e atenciosos que os indianos e chineses no outsourcing. Como as vantagens que citei serão resolvidas com a evolução do mercado, temos potencial para não ser só uma potência nas redes sociais mais também na comunicação digital. [Webinsider]

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José Jarbas é o CEO e fundador da eCRM123.

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4 respostas

  1. Muito bom seu artigo. Vou compartilhar nas minhas redes sociais e espero que você tenha muito sucesso na sua nova agência.

  2. Obrigado pelos comentários, porém o “jeitinho” ao qual me refiro não é a malandragem ou a “lei de Gerson”. Me refiro literalmente ao jeito admirável que nós brasileiros temos de nos adaptarmos a situações críticas e nos esforçarmos para resolve-las da melhor maneira possível, mantendo a simpatia sem reclamar futilmente. Independente da origem desta qualidade nos tornamos reconhecidamente solucionadores de problemas nato. Qt ao outro “jeitinho”? Bem vcs já disseram td. Gd Abs,

    José Jarbas

  3. Caro José Jarbas,

    Concorco com o Luiz Otávio Correa, o jeitinho deveria ser extirpado de nossa sociedade, já a cultura e educação devem ser estimulados ao máximo para compor com a adaptabilidade e criatividade uma receita de sucesso no outsourcing nacional.

    Abraços,

    Roberto Duarte

  4. Caro José Jarbas
    Parece haver uma confusão entre o que jeitinho e criatividade….

    Não existe bom jeitinho. O que existe a capacidade de transpor barreiras ocasionadas pela falta de condições de igualdade, o que o próprio jeitinho pode causar. Mas são fenômenos diferentes, apesar de se referendarem na mesma causa, a desigualdade de oportunidades.

    Neste ponto concordo contigo. Somos especialistas em criar alternativas e considero isto uma vantagem estratégica em relação a outras culturas.

    Mas o jeitinho é um cancro, uma doença, uma herança maldita do período colonial e que devemos superar.

    obrigado,
    Luiz Otávio

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