O cliente tem a pressa demais. Vale a pena aceitar?

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“Vai tirar o pai da forca?” Todos já ouviram ou usaram essa expressão, principalmente no trânsito ou em alguma calçada superlotada de pedestres, onde esbarrões facilmente acontecem. É fato que a sociedade moderna – com a exceção de alguns países – está mais dinâmica, com muito mais afazeres e as mesmas 24 horas.

A mídia é a grande responsável por essa sensação do tempo “voando” e a internet, claro, tem grande parcela de culpa. Uma bomba cai no Iraque e minutos depois já há alguma nota ou vídeo relatando o fato. A comunicação é instantânea. Os limites físicos estão diminuindo, as distâncias estão cada vez mais virtuais.

Com o Google Earth, por exemplo, é possível ir do Coliseu às pirâmides com um clique. É claro que a experiência nunca será a mesma de uma viagem real, nem chegará perto, todavia, para o aprendizado, para a curiosidade, já é um ótimo paliativo. É como sentir o cheiro do churrasco na casa do vizinho.

A maratona do desenvolvimento

A web remete ao imediatismo. Clicou, pressionou enter, cadastrou, publicou uma foto, já está tudo online… E é com essa aculturação que o cliente imagina o processo de criação do seu site: Pensou, mandou um e-mail e pronto! É mais rápido do que dizer: “no mês que vem eu consigo te pagar”.

Como toda conclusão precipitada tende levar ao erro, com o projeto de soluções web não haveria de ser diferente. Os clientes acreditam que a criação de um site é tão imediata quanto a montagem de uma apresentação no Power Point. Obviamente, se for um projeto estilo folder, estático, isso até pode ser verdade.

Mas, esses são exceções.

Comparo o projeto web com uma maratona: é um longo percurso, com topografia variável. Há os momentos certos de acelerar e diminuir o ritmo. Não adianta disparar nos primeiros metros e abandonar o objetivo a poucos passos da linha de chegada.

O controle e a disciplina somente são possíveis com planejamento. Muitos desenvolvedores abrem diretamente seus softwares preferidos para a edição de códigos e começam a programar. É um sem-fim de tentativas e erros, que em projetos pequenos podem até funcionar, mas são inviáveis para estruturas de médio ou grande porte.

A dura arte de convencer o cliente

Muitos vão dizer: “por mim eu planejava, projetava e tudo mais, porém, meu cliente não quer saber… Só me deu cinco dias!”. Errado, vocês concordaram com esse prazo.

Novamente, com exceção das “emergências”, (para esses casos, em um contrato bem redigido, deve-se definir claramente as restrições de tempo que poderão acarretar alguns erros e incompatibilidades, devido à falta de testes quantitativos e qualitativos), todo projeto tem uma margem temporal que pode ser negociada adequadamente para ambas as partes.

Com o planejamento e a criação de estratégias concisas é possível mostrar que o tempo a mais será revertido em uma melhor solução (seja em termos de retorno financeiro, acessos, visibilidade ou qual for o objetivo principal do site), com mais qualidade e menos risco. Estudos e análises fundamentados são essenciais para a competitividade. E para o sucesso!

Se essas condições não forem aceitas, agradeça e se despeça. Livrou-se de um mal cliente e de uma possível bomba.

Qualquer pessoa consciente e com o mínimo de responsabilidade profissional entende a importância do planejamento, independente da área de atuação. Mesmo os animais como os leões estudam a presa, o território, as condições do vento e a distância antes de iniciar uma caçada.

Sem essa capacidade analítica, não teríamos feito as magníficas obras da engenharia, as descobertas na saúde, tão pouco a rede mundial de computadores e bilhões de sites, blogues, álbuns de fotos, etc. Então, não é agora que iremos retroceder…

Certo? [Webinsider]

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Eduardo Massami Kasse (@edkasse) é escritor, palestrante e analista de conteúdo. Subeditor do Webinsider. Mais em onlineplanets.com.br e eduardokasse.com.br.

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5 respostas

  1. Acho que todos que trabalham ou já trabalharam em uma agência web passaram por um aperto destes. Concordo plenamente que há exceções onde em alguns casos pelo valor do projeto ou pela importância de um cliente em específico é estratégicamente viável aceitar um prazo muito apertado.

    Mas o que eu vi muito acontecer é agências web pequenas fazerem qualquer negócio para não perderem um cliente, enforcando assim a área da produção. Muitas vezes o cliente fala “pra fechar” e o admnistrador/comercial abre bem a pernas e aceita um projeto que deveria ser feito em no mínimo 40 dias pra ser feito em 10. O pior de tudo é que na grande maioria dos casos os desenvolvedores acabam se estressando no desenvolvimento, trabalham mais que o necessário e não recebem adicionais por isso.

    Muito clientes estão viciados com esta realidade e o pior que se você não fizer, o tiozinho da esquina acaba fazendo, e assim vai levando todos os seus clientes embora. Dependendo da área, aqui no Brasil, o que importa é o serviço feito, com ou sem qualidade.

  2. Parabéns pelo artigo,

    Acredito que esse é o segredo da sabedoria oriental.

    Os brasileiros devem ser espelhar na sabedoria oriental, pois eles são referências em dar a volta por cima com tranquilidade e sabedoria.

    Requisitos extremamente necessários para sucesso de quaisquer tipos de projetos.

  3. Muito bom o artigo. Este problema é enfrentado por todos nós, no dia a dia. Ainda existe a crença popular de que “no computador é tudo fácil! Basta apertar os botões certos e voi-lá, tudo pronto e perfeito. Afinal, esse tal de ‘caoputadô’ não é um bicho que faz tudo, sozinho?!”
    O planejamento é uma da coisas que diferencia um trabalho profissional daquele do “meu sobrinho que mexe com informática”. Não podemos abrir mão dele!
    Uso frequentemente analogias para ajudar a convencer os clientes sobre a importância de ter um prazo correto para o desenvolvimento dos projetos. A comida que se come no fast-food não é igual aquela preparada com tempo, carinho e cuidado por um chef é?

  4. Poxa, muito bom artigo! Tem muito cliente que acha que, porque tem um freelancer que fez um site médio em dois dias, você vai fazer um muito melhor com cinco. A arte de se impor, tem que cultivar mesmo.

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