O impacto da mobilidade na educação e ensino

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Venho batendo nessa tecla há algum tempo: não estamos puramente na era do conhecimento, mas da mobilidade. Isso fica mais fácil de ver quando pensamos na evolução dos processos de trabalho. Nem precisamos ir ao homem das cavernas, basta olhar os últimos 100 anos. As pessoas estão cada vez menos presas a espaços físicos e sim a ideais. Este vídeo resume bem o que estou querendo dizer:

Muitos estudiosos já sinalizam (Jenkins, Levy, Steve Johnson e outros) esse novo caminho da humanidade e seus modos de interação com o mundo. A nova realidade, ou virtualidade por outro ponto de vista, que estamos presenciando pode ser chamada de revolução, uma vez que os quatro cantos do mundo estão sendo envolvidos, profundamente envolvidos.

Se pensarmos no antigo conceito de globalização, ao facilitar a comunicação dos diversos países, principalmente ao que se refere às questões de negócios de grandes instituições, percebemos o quanto essas mudanças se amplificaram. Junto a esse conceito vieram os grandes investimentos em equipamentos e pesquisa, além de uma tecnologia ainda fora do alcance de muitos.

O que temos hoje, comparado a esse momento não tão distante, é algo em torno da capacidade dos indivíduos se comunicarem mundialmente entre si e possuírem tecnologia extremamente facilitadora para isso, alguns mais que os outros, claro. Nesse âmbito, a maioria das pessoas que participam desse momento tende a não perceber os desdobramentos dessas transformações intimamente, que se tornam algo natural e trivial.

Esse indivíduo, que tem seu smartphone, iPad, Kindle, netbook e todos os outros equipamentos que proporcionam mobilidade, é envolvido diretamente com a diretriz global de acesso à informação. Aliás, ele mesmo produz a informação e a compartilha. Essa conjectura mudou a forma de como se pensa o alcance das mídias, a relação entre consumidor e empresa, a relação entre professores e alunos, a relação dos valores de uma marca e sua percepção, e, sobretudo, a relação do homem com a máquina.

Cada vez mais as máquinas interferem nas diferentes culturas pelo mundo. Antigas tradições já vêm se modificando, como por exemplo uma nova geração de chineses que mudou radicalmente hábitos de vestuário e alimentação.

O fato é que existe uma chuva de informações que surgem no “nosso mundo real” transpostas do virtual e que mudam o cotidiano e o comportamento. Não que isso seja assustador, essa qualificação ou valoração é extremamente pessoal, mas essa é, sem dúvida, a chave de uma futura intervenção ainda maior, principalmente quando se parte do princípio de que hoje onde você está e o que você faz é notícia que chega para o mundo inteiro.

A educação nesse meio

A intensificação da educação a distância como modalidade essencial para o crescimento e transformação de uma instituição é algo exponencial. Vem sendo trabalhado de forma integrada ao modelo conexionista ou tradicional de educação e aplicando conceitos de design de interface e comunicação para o meio virtual. No entanto, isso não é apenas mais um serviço oferecido pela instituição, mas sim um novo modelo capaz de conversar com uma nova geração de alunos.

A atenção é algo primordial para todo o estudo de metodologia de ensino. Por exemplo, é preciso prever a dispersão e, de certo modo, contar com ela para que o material consiga atingir o seu objetivo. Lembram-se das famosas conversas paralelas? Elas fazem parte da aula, da construção e da dispersão.

Os professores hoje têm atuado no combate da conversa, do celular, das redes sociais, do Google, do material copiado. Não quero dizer que tudo isso seja benéfico totalmente, mas que tudo isso pode se tornar ferramenta de engajamento. Imaginemos uma situação das mais polêmicas – a cópia de material na internet. Isso não precisa acontecer assim, mas é uma ideia:

  • 1. Um professor resolve fazer uma aula sobre um determinado assunto e copia todo o material da internet num primeiro momento, de algum colega ou conhecido;
  • 2. Ele pede para os alunos digitarem um trecho do próprio conteúdo, supostamente como um exercício de aprofundamento;
  • 3. Os alunos começam a achar de onde vem o material do professor – alguns podem falar, outros não, mas ele consegue gerar uma crise;
  • 4. Então o professor pergunta aos alunos como se sentiram ao descobrir que se trata de uma cópia. Ensina sobre a lei de direitos autorais basicamente e mostra ao final a autorização do colega para usar o conteúdo.

Dá trabalho e é uma façanha, mas os alunos viverão essa situação e irão pensar bastante antes de fazer uma cópia. É uma nova forma de abordagem.

Outra mudança significativa nesse meio foi a nova regulamentação para avaliação de curso do MEC. Um dos novos quesitos que vale pontuação é TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), ou seja, é uma exigência.

Embora ainda estejam nebulosas quais características representam esse indicador, trata-se de uma mudança cultural, principalmente naqueles espaços em que há uma rejeição imensa às novas tecnologias compartilhando o espaço da educação.

Pensar dessa forma é o que provoca hoje os grandes abismos entre lugares que usam e são referência e os que gostariam de ser referência, mas não querem usar. [Webinsider]

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Eline Cavalcanti (@elinecavalcanti) é jornalista pela PUC-Rio, especialista em Marketing de Mídias Digitais com foco em educação e pesquisadora de novos formatos para educação pela UERJ. Mantém o blog Mobility is a way of life.

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Uma resposta

  1. A abordagem está muito boa, é muito interessante como uma geração influencia a outra – mesmo que nem sempre a relação seja harmoniosa.

    Transpor pelo menos uma pequena parte de tudo isso para a sala de aula é um grande desafio. O seu exemplo para trabalhar a cópia é muito relevante, principalmente para realizar com os professores.

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