O melhor dos dois mundos

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O aumento e melhoria das conexões de banda larga, aliado à explosão dos MP3 players – em especial a febre do iPod que tomou o mundo de assalto em 2005 – tornou a procura por conteúdo multimídia cada dia maior na internet. E pelo que foi apresentado na Consumer Eletronics Show, que aconteceu recentemente em Las Vegas, a febre deve continuar em 2006.

Mas, ainda há alguns grandes desafios a serem superados: a portabilidade, a qualidade e a interatividade são alguns deles.

Sobre a portabilidade podemos dizer que há interesses que vão muito além de apenas servir conteúdo de audio e vídeo online: em busca de promover suas marcas e produtos, Apple, Sony, Microsoft e até mesmo o Google têm formatos exclusivos para consumo desse conteúdo.

Por exemplo, o vídeo que você compra e baixa pela iTunes, a loja da Apple, só pode ser visualizado no iPod ou no computador, enquanto que os vídeos disponíveis na Google Video Store só funcionam com o “player” próprio. E vou mais além: sabe aquele vídeo que você baixou no celular? Pois é, por questões de direitos autoriais você só vai conseguir vê-lo ali.

Ou seja, se por um lado parte do problema da portabilidade já está solucionado, o que é bom para os usários, pois você já pode levar seus clipes ou seriados favoritos em seu iPod Video ou no celular, ainda há a questão dos direitos autorais e o interesse dos provedores desse conteúdo em promover suas próprias tecnologias. Isso sem mencionar a qualidade da imagem, que é nossa segunda barreira.

A qualidade das imagens que você vê online, mesmo sendo digitais, não resiste a uma ampliação para a TV, por exemplo. Sem entrar muito na questão da tecnologia, a definição dos padrões para HDTV (High Definition TV) será a chave para esse dilema.

A partir daí, a visualização do conteúdo será impecável em qualquer aparelho (TV, iPod, computador, celular) e isso irá beneficiar anunciantes e consumidores. Mas, por enquanto, as empresas estão mais preocupadas em oferecer novas funcionalidades a seus produtos, do que integrá-los em benefício do usuário final. A atual versão do Windows Media Player da Microsoft, por exemplo, não suporta a compressão de imagens no padrão da HDTV.

O terceiro desafio, como eu disse, é como incluir interatividade nos vídeos e isso interessa diretamente a nós, publicitários.

Uma das grandes promessas dos oráculos da TV interativa sempre foi a capacidade de interagir com a programação na tela para realizar o famoso Tcommerce (television commerce). Ou seja, você pode clicar na roupa de atores durante uma novela, saber mais sobre o produto e comprar, sem sair do sofá ou de seu canal preferido. Bem, até agora nada ou muito pouco aconteceu nessa direção (isso sem entrar no mérito da disputa tecnológica que impede a TV interativa de realmente começar a se desenvolver no Brasil).

No início de janeiro foi a vez da Microsoft mostrar sua solução de interatividade em vídeos (durante uma conferência onde na verdade a grande estrela foi o adCenter, sua nova plataforma de publicidade online que promete chacoalhar o mercado, especialmente o segmento de Busca). Mas a Microsoft não está sozinha: empresas de rich media já vêm experimentando nesse segmento desde o ano passado.

A United Virtualities, empresa que ficou conhecida por suas soluções Shoshkele e Ooqa Ooqa, lançou em janeiro de 2005 um formato chamado Shoshmosis (fala sério… quem escolhe esses nomes?), que permite interação com o vídeo através de uma combinação que utiliza o Flash, da Macromedia.

Outro bom exemplo vem da Honda, que lançou uma campanha online que gerou bastante interesse nos Estados Unidos ao utilizar uma peça que combina vídeo com uma imagem fixa. Ao clicar em cenas que aparecem durante o comercial, uma imagem fixa do lado direito mostra mais detalhes do novo Honda Accord.

Mas nada disso terá resultado se não tivermos conteúdo de qualidade. As pessoas costumam relacionar o fato do brasileiro ser o que passa mais tempo online ao aumento dos acessos de banda larga. Eu entendo que boa parte do “mérito” nesse caso é da pobreza do conteúdo disponível na TV hoje em dia, em contrapartida à imensidão de informações disponíveis online.

Faça uma pesquisa junto ao Yahoo e ao Google para saber quais são as palavras mais procuradas e o resultado em qualquer país do mundo é sempre o mesmo: os campeões de busca são sempre termos relacionados a entretenimento (músicas, artistas, cantores, filmes etc).

Por isso, eu tenho certeza que, a partir do momento em que a internet estiver disponível às classes menos favorecidas, a migração das verbas publicitárias será inevitável, pois haverá um aumento cada vez maior de consumidores online, em busca de conteúdo de qualidade.

[Webinsider]

Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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