Plano Nacional de Banda Larga estreitou

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O ano de 2011 seria decisivo para o governo federal promover a inclusão digital em todo o Brasil, com a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), não fosse o atraso para sair do papel e os acordos feitos, que parecem atender a apenas o lado das empresas.

O PNBL foi instituído em maio de 2010 com o objetivo de atingir 4.278 municípios até 2012. Previa para abril deste ano a implantação em 100 cidades e mais 15 capitais. E até o final de 2011, outros 1163 municípios também seriam contemplados. Porém, pelo visto, nada ainda foi feito.

Além de viabilizar o projeto das Cidades Digitais, com o PNBL o governo pretende levar internet até 39,8 milhões de domicílios brasileiros. Para isso, comprometeu-se a implantar em todo o país aproximadamente 30 mil quilômetros de cabos de fibra ótica e oferecer banda larga a 1 mega.

Por meio de decreto, foi escolhido o Comitê Gestor do Programa de Inclusão Digital (CGPID) como formulador da proposta e a Telebras como operadora e responsável pelo provimento de infra-estrutura e redes de suporte. Ela deverá cadastrar as prefeituras interessadas em receber banda larga e também mapeará os provedores que desejarem comercializar a conexão de banda larga.

É evidente: com uma banda larga de 1 mega ainda estaríamos longe do mundo ideal, principalmente porque os serviços pagos hoje, como Net e Speedy, já oferecem em residências velocidades de 20 mega (ou mais). Mas, quando foi instituído, o PNBL representava uma luz no fim do túnel, uma esperança de inclusão digital e social.

No entanto, viu-se pelo recente acordo do governo com as operadoras de telefonia, um favorecimento somente a elas, as quais deverão aumentar substancialmente seus faturamentos oferecendo banda lenta a preços abusivos e ainda concentrando-se em locais com maior poder aquisitivo. O grupo das teles é composto por Sercomtel, Algar, Oi, Telefonica, Vivo e, mais recentemente, a TIM.

As grandes operadoras não têm interesse algum em atuar nas regiões mais afastadas dos grandes centros. O investimento é alto e o retorno pequeno, pelo baixo volume de clientes. E é esse o maior entrave para levar o avanço tecnológico para essas populações. Aí estaria o maior benefício do PNBL. [Webinsider]

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Ivone Rocha (@ivonerocha) é jornalista, gestora e consultora de projetos de mídias sociais pela ABC Comunicação. É docente e consultora em cursos de pós-graduação em mídias digitais do Senac-SP e Unicid. Mantém o blog Ivone Rocha.

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4 respostas

  1. Olá Fabrício, o que se vê nas regiões mais afastadas, sobretudo no Norte e Nordeste, são pequenas empresas de telefonia prestando serviços para Telebras, por exemplo, para levar sistemas públicos a essas localidades (Antes da privatização, elas faziam serviços de instalação e manutenção nas capitais. Não sei se você lembra disso). Elas instalam orelhões, tipo um ou dois orelhões em cada comunidade. Telefone fixo em casa, celular? Nem pensar. As teles, como Oi, TIM, Vivo etc. não têm interesse porque estruturar uma área assim fica muito caro e não compensa para elas. Teria de ter uma participação do governo. Sem isso, como pensar em inclusão digital? Impossível, concorda? Só mesmo com um plano de banda larga eficiente.
    Abraços

  2. Oi Raphael, é assim mesmo. A população menos favorecida é a que menos reclama, por isso fica por último (quando fica). Mas acho que ações como essas, do tipo artigos publicados, reclamações, comentários etc. de quem tem poder de voz, como nós (pela internet) podem contribuir muito para “cutucar” governos, empresas etc.

  3. Já era de se esperar a falta de interesse das operadoras (pelo baixo lucro nas regiões mais distantes). Afinal, são os sistemas por monopólios que mandam no mercado brasileiro. Com pouca concorrência e com um governo que finge ficar do lado do povo, quando é que teremos benefícios de verdade?

  4. O PNBL – feito sob medida para a população historicamente excluída, pois a mantém excluída – é tido por alguns como “emergencial”, como o “possível”. Pode ser, mas para mim parece como dar água suja para quem tem sede enquanto espera-se anos para que chegue – sem saber se efetivamente chegará – a água potável.

    Neste meio tempo você até mata a sede, mas nem sempre. Você passa mal, tem problemas, para de beber por alguns dias… Isto é o PNBL. Água suja para quem tem sede, conexão medíocre para quem precisa de políticas de inclusão efetivas.

    Já para os ricos, trem-bala de até 55 bilhões, conexão ultra-rápida só nas cidades-sede da copa, que ainda vem gastando horrores com estádios na maioria das vezes desnecessários, verdadeiros elefantes brancos, dinheiro público (nosso) para fusão do Pão de Açucar com Carrefour para agradar o empresariado com um discurso vazio de defesa da empresa nacional…

    É engraçado como NUNCA falta dinheiro para agradar a elite ou para se pregar um pseudo-desenvolvimentismo que esconde uma faceta absolutamente destrutiva (vide Belo Monte ou a Transposição do São Francisco).

    Para os pobres as migalhas, as sobras.

    http://www.tsavkko.com.br/2011/07/o-pnbl-e-agua-suja.html

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