Redes aceleram a caminhada para quem quer encontrar alguém

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Um certo vendedor ambulante no Rio de Janeiro se destacou dos demais da cidade por vestir terno e gravata para vender amendoim cozido. Ele gritava na hora do engarrafamento, no viaduto da Av. Pinheiro Machado, em Botafogo:

– Com casca e sem casca!

Ele queria dizer que tinha amendoim com pele ou sem pele.

Sou da geração que logo após o despertar da luta pela liberdade sexual da década de 70, em especial a feminina, se acostumou a escutar a gíria “coisa de pele”. Quando um casal dizia que “era coisa de pele” significava um encontro caloroso com a paixão e que sem combinação prévia, poderia desembocar em um grande amor. Desde então, se tornou comum procurar por uma pessoa que provocasse um desejo mais carnal, o aflorar do sentimento sem barreiras e sem a preocupação de se tornar uma relação duradoura.

Big Data do amor

Nos últimos anos, explodiram os portais para encontros amorosos, desde namoro planejado até o sexo sem compromisso. A principal arma dessas vedetes dos relacionamentos é um sistema informatizado capaz de tratar e cruzar os dados do perfil de cada usuário de forma inteligente, com o objetivo de facilitar a aproximação de pessoas com interesses comuns.

Uma pesquisa apresentada em 2012, demonstrou que nos Estados Unidos esses portais já se tornaram o segundo principal meio de promover encontros, perdendo somente para as aproximações realizadas por amigos. “A revolução digital no romance é um benefício para os solitários, fornecendo acesso a parceiros potenciais”, dizem os autores do estudo.

E a última moda, descrita em reportagem da revista Info de janeiro de 2014, é de promover o namoro falso (do inglês fake). As justificativas são variadas: causar ciúmes na relação antiga, atrair novos encontros, gerar autopromoção, ou, no popular: para encher a bola mesmo. Nesse caso, a relação existe somente com um avatar e o histórico sentimental é composto pela mistura de informações verdadeiras e falsas. Por exemplo, a namorada pode ser uma pessoa real e o namoro de verdade, não. Mas existe uma “combinação”, na maioria das vezes remunerada, para confirmar o namoro. Essa novidade ainda vai produzir muita polêmica!

Inegável que existem alguns bons resultados no encontros virtuais, mas como em qualquer negócio pela internet, pouco explorado são os seus insucessos. O que mais se verifica nas entrevistas dos donos ou representantes desses ambientes é que eles não garantem o sucesso do encontro. Não precisa de uma pesquisa científica aprofundada para se afirmar que não é possível vender a “coisa de pele”.

Verifica-se então que a principal desvantagem desses serviços é que não se pode escolher, como no caso do amendoim ofertado pelo ambulante do Rio, pelo encontro “com pele” e “sem pele”. E o maior cuidado que se precisa ter é que os encontros “sem pele” não aumentem ainda mais a frustração das pessoas, que muitas vezes se aproximam desses portais como uma “última esperança”.

Por outro lado, encurtar as distâncias sempre foi um fator essencial no emprego da tecnologia. Algo mais presente ainda na tecnologia da informação. Então também deve-se aproveitar a possibilidade de superar as barreiras físicas para acelerar as aproximações entre as pessoas e a inteligência dos sistemas para encontrar a cara-metade.

O óbvio é se relacionar com esses portais como mais uma alternativa para promover um possível encontro. Sem problemas que o ambiente virtual seja o principal canal, mas que ele não seja o único.

Há também pessoas que se aproveitam do anonimato para buscar os encontros sigilosos. Neste caso, a tecnologia é realmente um acelerador. As relações extraconjugais aumentaram (ou se tornaram mais conhecidas) nos ambientes virtuais, ao ponto de existirem espaços especializados para o tema. Infelizmente, os resultados acabam sendo iguais para os dois: prazer para um e decepção para outro.

Algumas pessoas vão optar pela facilidade, agilidade e inteligência desses portais, que sem dúvida podem acelerar a caminhada para encontrar alguém. Outras vão preferir a surpresa, o acaso, a sedução como forma de encontrar o par ideal. Nunca será “fora de moda” lembrar que em ambos os casos a qualidade da relação será a conjugação das “coisas de pele” com o desenrolar da relação.

0s portais de relacionamento podem auxiliar na formação dos pares, mas essa tal “coisa de pele”, ainda não tem uma “inteligência artificial” que seja capaz de garantir. [Webinsider]

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Corinto Meffe (corinto.meffe@planejamento.gov.br) é assessor da presidência do Serpro.

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Uma resposta

  1. Realmente Corinto, as redes sociais há muitos anos aproximam as pessoas e antes dela existia o serviço de telefonia chamado TeleAmigo, lembra? Pois atualmente estamos transformando as redes socias em redes de relacionamento. Onde muitas pessoas podem “servir-se” de opções e relações variadas. Temos ai uma mudança no quadro social emocional e por que não dizer relacional.
    Abs

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