O ano de 2008, segundo o consenso de historiadores, marca os 50 anos do início “oficial” da bossa nova, levado a efeito nos estúdios da Odeon, no Rio de Janeiro, e concretizado no disco em 78 rpm “Chega de Saudade”, onde João Gilberto interpreta de maneira peculiar a agora composição clássica de Tom Jobim e Vinícius de Morais.
Na verdade, ninguém sabe precisar, até hoje, aonde e como a bossa nova começou, quem foram todos os seus precursores ou inventores, e isso parece um tema que invoca uma discussão que parece que nunca vai ter fim. No entanto, é possível se admitir que a bossa nova foi se cristalizando naquilo que a gente conhece dela hoje, através do esforço coletivo de um monte de compositores e músicos, alguns dos quais, diga-se passagem, estão há tempos no esquecimento cultural que é típico deste país sem memória e que teriam merecido o seu justo lugar na importância histórica deste movimento.
Francamente, não adianta os políticos correrem rapidamente para tombar a bossa nova como herança cultural do Rio de Janeiro, sem que haja uma contrapartida concreta de recuperação de todo o material fonográfico e áudio-visual, que ainda existe por aí, mas cujo acesso, ao longo dos anos, se tornou quase que impossível aos habitantes desta parte do planeta.
Basta dizer que no mercado fonográfico japonês a oferta de discos de bossa nova tem sido infinitamente superior à nossa, portanto os japoneses fazem aquilo que nós aqui já deveríamos estar fazendo há décadas atrás, antes que este patrimônio desapareça. Aqui, a Odeon colocou alguns títulos importantes, na série “100 anos de Odeon”, mas ficou por isso mesmo. Iniciativas de outras gravadoras foram ainda mais esparsas.
Infelizmente, e eu digo isso com imenso pesar, a história oficial da bossa nova, se tem explicações sobre o banimento do gênero, estas nunca foram devidamente discutidas pelos historiadores. Eu, que não sou historiador, mas vivi parte desta época como ouvinte, entendo que, salvo melhor juízo, a bossa nova foi oficialmente assassinada em fins da década de 1960. E anos antes de isso acontecer, um número significativo de músicos brasileiros já tinha cruzado fronteiras, na expectativa de sobreviver, sendo muitos daqueles que voltaram se tornaram invisíveis aos olhos do público ou esquecidos pela mídia.
A bossa nova foi, no meu entendimento, uma vítima sem socorro da intolerância cultural e do ressentimento por parte de vários críticos de música, compositores e adeptos do samba tradicional, que viam nela uma abertura para uma suposta “intromissão” de gêneros musicais estrangeiros na música pátria. Pode ser que hoje esta história seja contada de forma diferente, mas naquela época a bossa nova foi rapidamente rotulada por diversos exegetas de “música da elite da classe média carioca” ou algo nesta direção.
E no tocante à imprensa, ninguém na minha observação de adolescente foi mais contundentemente contra a bossa nova do que o crítico José Ramos Tinhorão. Tinhorão não foi apenas mais um desaprovador do movimento, ou um scholar tentando impor seu ponto de vista, ele foi um militante ativo, nas hordes dos jornais, contra o que ele dizia em público ser “a influência norte-americana (entenda-se “do jazz”) nesses rapazes da zona sul do Rio”?.
E por acaso a bossa nova não influenciou o jazz também? Não seria o caso dos americanos reclamarem da invasão cultural na música que eles criaram? Mas, não foi isso que eles fizeram, foi? Na realidade a bossa nova como tal só sobreviveu exatamente porque americanos e europeus a receberam de braços e ouvidos abertos, entenderam a sua transcendência, a cultivaram e a preservaram, dando assim uma lição de moral àqueles que agiram aqui para destruir o movimento!
Se Tom Jobim, por exemplo, não tivesse se afastado do Rio de Janeiro, para ir aos Estados Unidos gravar, nós hoje não teríamos álbuns como “Wave” (A&M), “Tide” (A&M) ou “Stone Flower” (CTI/CBS/Sony) e “Matita Perê” (Philips), todos eles imperdíveis.
Não adianta querer negar que músicos como Tom Jobim e tantos outros de igual valor, como por exemplo Newton Mendonça, nunca tiveram o devido valor político-social, enquanto vivos, nem mesmo em praias cariocas. E neste ponto, distorcer a história, passados cinqüenta anos, não vai resolver nada. Tem muita coisa que ainda pode ser feita para consertar tudo isso. Primeiro, e principalmente, resgatar a memória do movimento e a dignidade dos músicos, principalmente daqueles que estão vivos e esquecidos por aí. Segundo, resgatar fonogramas de discos importantes e os tornar disponíveis ao público brasileiro.
No tocante a fonogramas, uma série significativa de gravações antológicas da bossa nova foi realizada nos estúdios da Philips. A maior parte deste acervo foi gravado pela dupla Sylvio Rabello (engenheiro) e Célio Martins (técnico). Por mero fruto do acaso, eu tive a sorte de conhecer o Sylvio Rabello, porque ele era o pai de uma colega de campus universitário. Naquela época, eu soube que ele havia montado o estúdio da Philips (Companhia Brasileira de Discos) com as próprias mãos. Este estúdio era mono, mas ele foi substituído por um sistema estereofônico, circa 1964. Embora tecnicamente limitadas e de certa forma artesanais, essas gravações tinham um som bastante musical.
Uma vez reproduzidas corretamente, e enviadas para um computador dotado de software adequado, as correções devem ser feitas de forma muito conservadora, para evitar introduzir distorções. Idealmente, a remasterização e a restauração (se necessária) devem ser feitas por pessoas ligadas à produção original no estúdio. Esta experiência é fundamental, para a correta recuperação de fonogramas gravados no passado. Nos estúdios da Mercury, por exemplo, toda a série “Living Presence”, gravada pelo lendário engenheiro Bob Fine, foi transcrita do analógico de 3 canais para o digital (SACD, inclusive), com a presença da viúva do engenheiro, que foi sua assistente e sabia exatamente o alinhamento correto e o som que deveriam ser obtidos.
Remasterização e restauração
Em tese, a recuperação de fonogramas ocorre em duas etapas: na primeira, as fitas analógicas matrizes (chamadas de “madres” ou “masters”) são colocadas, de preferência, em tape decks originais ou compatíveis, corretamente alinhadas (existe, normalmente, um som guia, na própria fita, para fazer isso), e aí transferidas para mídia digital.
Este processo é chamado de remasterização. Em casos onde a fita master está com a sua integridade física comprometida, ainda assim é possível “cozinhar” a fita numa estufa em torno de 60 ºC, e depois reproduzi-la imediatamente. O processo de aquecimento provavelmente resultará na perda total do conteúdo depois disso, portanto ele é normalmente feito por técnicos especializados em restauração.
Na etapa seguinte, são feitos ajustes, através de filtros criteriosamente aplicados, e se necessário for, por algum tipo de remixagem (por exemplo, de 4 canais para 2), ou equalização. Em todas essas etapas, é preciso tomar cuidado, para se evitar erros que conduzam a distorção ou desequilíbrio tonal. Um software adequado pode eliminar ruídos de impulso ou sibilado das fitas, sem qualquer deturpação do conteúdo. Este último processo é chamado então de restauração. Entre os programas mais usados para esta finalidade estão o NoNoise, da Sonic Solutions, o do equipamento integrado Cedar, e outros.
O uso de compressores ou limitadores de pico, freqüente em vários estúdios especializados brasileiros, é questionável e, no meu entender, desnecessário, podendo inclusive arruinar por completo todo o trabalho de recuperação dos fonogramas.
A vantagem de se trabalhar em ambiente digital, em todas essas etapas, é fazer uso da extrema precisão de cálculo que os computadores possuem. O computador enxerga o áudio não como ondas senoidais (embora ele possa simular isso na tela), mas como valores resultantes da amostragem e da quantização dessas ondas. Assim, qualquer alteração que envolva a manipulação da onda sonora original leva em conta apenas os cálculos matemáticos necessários para se completar uma dada tarefa.
Por exemplo, se eu quiser passar um filtro com diminuição de 0,5 dB em 5 kHz, o computador irá procurar todos os locais do arquivo onde esta freqüência está presente, diminuir exatamente 0,5 dB, mantendo o resto do programa inalterado. Num sistema de filtragem analógico semelhante, esta tarefa é virtualmente impossível, já que circuitos analógicos afetam também freqüências próximas. A limpeza digital ficaria ainda mais fácil se o ruído original da fonte for constante, como por exemplo, no chamado “hiss” (sibilado) da fita analógica. Neste caso, o computador diminui todo o programa, na freqüência desejada, e na amplitude desejada, sem alterar as freqüências adjacentes.
No caso de ruídos de impulso, como estalos, o ruído é isolado (até manualmente, se for necessário), de acordo com a duração do mesmo (tempo de ataque, pico e queda, respectivamente), e então o computador retira o ruído e depois corrige a onda original, se for o caso, por extrapolação estatística do seu formato mais provável.
Em síntese, a preservação de fonogramas é tecnicamente viável, e dentro do alcance da maioria dos estúdios especializados brasileiros. O que falta mesmo é as pessoas aqui tomarem coragem, parar com essa choradeira de que música dá prejuízo, e começarem a recuperar este acervo, divulgá-lo, e torná-lo acessível e visível, para que todos possam se dar conta de verdade da nossa riqueza de talentos e dar o justo valor a quem um dia mereceu! [Webinsider]
Edição japonesa do antológico A Grande Bossa dos Cariocas. Quem quiser ouvir o som original da matriz em estéreo, que nunca saiu nem em Lp, vai ter que importar o disco!
.
Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
9 respostas
Prezado João Carlos,
Esta coluna foi escrita faz muito tempo (basta ver a data da publicação acima), e de lá para cá, algumas notícias chamaram a minha atenção, mas eu não voltei ao assunto.
Primeiro, que eu assisti a um documentário da TV Brasil, justificando o porque dos nossos discos de bossa nova saírem seguidamente no Japão, onde, aparentemente, eles teriam um mercado sólido. Não me convenceu, sinceramente.
Eu ouvi, pelo menos de um músico da bossa nova, cujo nome prefiro não revelar, uma queixa de que essas edições são feitas sem qualquer pedido de consentimento dos músicos que a fizeram, e me parece que os direitos autorais dos fonogramas (no caso Philips/Universal) não passam mesmo pelas mãos dos músicos.
Segundo, e neste caso, por mera coincidência, houve o lançamento dos discos do Eumir na Equipe, no Brasil, pelo sêlo brazilmúsica! (www.atracao.com.br), um total de cinco discos na época, e eu os comprei antes que ameaçassem se esgotar. Esta ameaça é sempre concreta: de certa feita, eu comprei uma cópia remasterizada, da conhecida gravação É samba novo, do baterista Edson Machado (CBS), e logo depois o disco sumiu!
Essa coletânea do Eumir foi anunciada e vendida como uma remasterização, seguida de remixagem, das fitas originais, e neste ponto eu lhe ficaria grato se nos esclarecesse se isso foi feito com o seu conhecimento.
Irrespectivo disso, eu espero não ter passado uma imagem de intolerância com as dificuldades de quem direito ao acervo fonográfico da bossa nova. Esperaria, entretanto, que este acervo esteja sempre disponível, ainda que na forma de downloads (porque é isso que selos pequenos estão fazendo), e a preços justos. Eu entendo que essa coisa da pirataria é desestimulante, mas os meios para impedi-la são praticamente utópicos. O que significa dizer que tanto produtores quanto consumidores vão ter que conviver com isso, sem que haja prejuízo de ambas as partes, se é que isso é possível!
Eu te agradeço muitíssimo a sua oferta para pesquisa do acervo da Equipe. Eu não sou produtor e não tenho meios de negociar ou vender este acervo, mas aceito de bom grado a chance de pesquisar o catálogo.
O Durval morava no prédio onde eu tenho um grande amigo, muito ligado em música também, e um belo dia fui eu apresentado a ele, que era uma pessoa muito simpática e merecedor da fama que teve, como músico e compositor. A sua morte nos deixou a todos meio atônitos, mas depois soubemos que ele vinha lutando contra uma doença terminal. A contribuição que ele deixou, na minha opinião, não tem valor, mas não sei se algum dia vai virar nome de aeroporto.
Sobre a possibilidade de pesquisar o acervo da Equipe e para outros contatos, eu lhe pediria a gentileza de escrever um e-mail para o Vicente Tardin, editor-chefe deste site, que ele me encaminha o seu endereço, e a partir daí eu lhe escrevo. É um pouco burocrático, mas eu não estou mantendo um e-mail público neste momento, me desculpe pelo mau jeito.
E agradeço a sua presença na coluna e o esclarecimento que nos deu.
Abraço do
Paulo Roberto Elias.
Caro PAULO, sou o detentor dos direitos fonomecanicos do acervo da Equipe de Osvaldo Cadaxo, adquiridos de sua esposa apos sua morte. Apos varias tentativas de sobreviver com um pequeno selo onde relancei alguns titulos, fui atropelado pelas editoras e pela pirataria.Quanto a sua duvida a respeito dos lançamentos no exterior,de minha parte autorizei alguns titulos para uma empresa em LONDRES,que apos a morte do amigo Durval Eerreira,que era meu contato,não tive noticias.O catalogo encontra-se em minha casa,muitas fitas originais e grande parte copiadas para md.Com muito pesar tive que mudar de atividade em busca de sobrevivencia.Coloco o acervo a sua disposição para pesquisa ,negocios ou informações,um abraço,
JOÃO CARLOS JANINY.
Cara Louise,
O armazenamento em disco ótico ou mesmo magnético (hard disk) é rotineiramente feito em muitos estúdios. Na realidade, todo o processo de recuperação (remasterização, restauração, preservação) é feito através de sistemas governados por softwares, como por exemplo o CEDAR ou o Sonic Solutions (No Noise), como foi mencionado no artigo.
Eu não vivo o dia-a-dia dos estúdios, mas sei que isto é feito, e deve ser feito naqueles casos onde a fita analógica mostra sinais de deterioração.
É por causa dessas coisas que eu virei apologista e fã de métodos de remasterização a 96 kHz/24 bits, que já mostraram o seu valor na fidedignidade da preservação do som original, e pode inclusive ser usado por qualquer um que tenha em casa um leitor de DVD.
Sobre o armazenamento em rede, isso também é possível e talvez algum estúdio já use este recurso. Eu sei, através de uma pessoa que eu conheci, dona de um estúdio aqui do Rio, que o tráfego de dados com material gravado trafega freqüentemente pela Internet. Note que não há perda de dados por este tipo de método, portanto o uso de rede é perfeitamente adequado.
Se fosse por mim, eu acho que todos os estúdios poderiam fazer repositórios de gravações, as quais poderiam ser adquiridas pelo usuário, em arquivamento flac ou equivalente, para que o mesmo possa fazer seu disco DAD ou CD em casa. Assim, os estúdios gastam pouco e o usuário tem acesso ao arquivo de gravações, para achar aqueles itens que saíram do mercado e não são relançados, por motivos meramente econômicos.
Prezado Paulo,
O que o senhor acha de fazer backup em disco óptico e em rede, após o processamento de fonogramas para a ?correção de anomalias? ? Adequada, inadequada ou em termos? Porque?
Saudações,
Louise.
Prezado B. de Paula,
Obrigado pelo presente. Infelizmente, neste sábado eu já estou com outros compromissos, e assim não vai dar para aparecer por lá. Mas, desejo a você total sucesso, e fico feliz que a nossa querida bossa nova pontue os seus encontros com pessoas ligadas à arte.
Ótimo, genial seu discurso. No próximo sábado estarei na feira do lavradio próximo ao RIO CENÁRIO no centro do Rio de Janeiro lá estarei pintando ao vivo e ao som da nossa BOSSA NOVA telas do Rio antigo é imperdível. Venha receber uma tela de presente, você merece. Rio,29/02/08
Um amigo meu me liga hoje, me falando sobre as agruras do colecionador brasileiro de música, e eu então aproveito para esclarecer um ponto do meu texto (na realidade, na legenda da figura), que havia ficado meio dúbio:
A Grande Bossa dos Cariocas saiu uma única vez em Lp, na década de 1960, em mono exclusivamente, e, que eu saiba, nunca mais foi reeditado (algumas de suas faixas saíram em compilações isoladas, que não interessam ao colecionador). Portanto, a edição japonesa a que me referi, em estéreo, é inédita no Brasil!
E foi pelo mesmo caminho que as gravações subseqüentes dos Cariocas aconteceu, Lps como Cariocas de 400 bossas, Passaporte ou Arte/Vozes, todos em mono, e nunca completamente reeditados.
Notem que eu estou me referindo apenas aos Cariocas e à Philips. A lista completa de gravações esquecidas da bossa nova, vindas de outras gravadoras e selos, dava para escrever um catálogo!
Eu sinceramente ficaria grato se alguém me explicasse como e porque as gravações do Eumir Deodato, para o selo Equipe, de Oswaldo Cadaxo, foram parar na Espanha e alhures, enquanto que aqui eu só vi um CD compilado, de um selo chamado de Phonoplay (???), que claramente retirou os fonogramas do arquivo original onde eles se encontravam.
Há uma referência clara na minha coluna, sobre o aspecto cultural deste problema. Em outros países, isso não parece ocorrer da mesma forma que no Brasil. Na América, por exemplo, o número de reedições é sempre renovado, através inclusive de selos independentes, como a Mosaic Records e outras, e com total respeito ao conteúdo. Se existe algum prejuízo financeiro nesta empreitada, não é possível que ele não só não seja assumido por alguém ou por alguma entidade, como também não seja visto como o preço da recuperação da memória musical, que é importante na preservação do legado cultural de qualquer país!
Aqui, nós já ficaríamos felizes se as matrizes da bossa nova pudessem ser transcritas 1:1 para um CD, e disponíveis a preços abordáveis ao consumidor e ao colecionador. Se isso algum dia acontecer, eu prometo que não toco mais no assunto!
Prezado Armando,
A culpa foi toda minha, e portanto só me resta pedir desculpas. Por outro lado, eu lhe ficaria grato se o senhor pudesse me enviar uma mensagem particular por e-mail, para que eu possa lhe passar informações as quais eu me comprometi não divulgar em público.
O senhor pode ainda ter certeza de que eu deixei de mencionar muitas outras pessoas, por falta de espaço na coluna, e neste caso, esperando comentários que me permitissem retificar ou acrescentar nomes, eventos ou informações correlatas.
Como fã de bossa nova, sei da enorme contribuição sua, na produção dos discos da Philips, e assim só me resta lamentar que estas prometidas reedições se arrastem nas decisões da realidade atual dos proprietários de fonograma, e qualquer notícia positiva, que venha a contrariar isto, será muito bemvinda!
Se, por um lado, fico feliz em darem o merecido crédito do Celio Martins e ao Sylvio Rabelo, por cuidarem da parte técnica da gravações de bossa nova da Cia. Brasileira De Disco (Philips), por outro lado, fico mais uma vez decepcionado com a completa omissão do meu nome, sem falsa modéstia, responsável pela quase totalidade das gravações de BN na referida gravadora. Quanto ao LP de Os Cariocas, o mesmo (também de minha produção) foi originalmente editado no Brasil pelo selo Philips.
No momento, o Sr. Eboli, atual presidente da Universal Music,detentora do referido catálogo da Philips, planeja, com a minha colaboração reeditar todos os discos de bossa nova que ainda restam, inéditos em CD, no catálogo.