Quando o gestor só lidera por autoridade funcional

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O mundo corporativo vive hoje uma ilusão sobre o gerenciamento de equipes. O chamado trabalho em equipe não passa de um mero aglomerado de pessoas trabalhando juntas, fisicamente ou não, realizando suas funções departamentais exigidas pelo emprego. O termo gestor, palavra de tanto glamour, ganhou novas características, ou seja, de apenas realizar avaliações anuais, organizar férias, cobrar assiduidade e performance.

Grande parte das empresas ainda trabalha em silos departamentais onde cada gestor de área é responsável pelas suas funções e olha somente para um pequeno pedaço da cadeia produtiva de produtos ou serviços. Quando a área ou departamento tem um bom desempenho denominam isso, erroneamente, de ?trabalho em equipe?.

Para começarmos a montar esse quebra-cabeça de forma correta, primeiramente temos que olhar o que é de fato trabalho em equipe. Uma equipe se distingue de um grupo pela sua forma de pensar. Se existe um problema a ser resolvido o ?grupo? trabalha fisicamente em conjunto, mas cada um cria a sua linha de raciocínio e tenta defendê-la. Do outro lado vemos uma equipe que ao tentar resolver o mesmo problema, gera idéias independentes a princípio que são complementadas pelo ponto de vista dos outros participantes até que uma linha de raciocínio única seja construída.

Para que um grupo chegue a ser realmente uma equipe é necessário passar por quatro etapas: no primeiro momento a equipe trabalha em um ambiente onde existe rivalidade e diferenças; depois passa pela fase de entendimento dos valores e diferenças; em seguida pelo período de aceitação destas diferenças pessoais e uso desta diversidade para complementar as deficiências de cada um; e por fim chega-se a fase de sinergia do grupo, onde todos aceitam as diferenças individuais e sabem utilizá-las para atingir os objetivos apresentados – sempre complementando as idéias em discussão.

Chegar a este nível de integração não é uma tarefa nada fácil e torna-se ainda mais complicada ao falarmos em equipe multifuncional ? quando realmente o quadro de funcionários passa a agir de acordo com os objetivos de negócio da corporação.

Para chegar a ?multifuncionalidade?, a empresa deve reunir no mesmo grupo de trabalho colaboradores de diferentes áreas e funções distintas. Normalmente, cada um dos funcionários trará consigo uma versão de gestor que aplicará em seus conceitos de tolerância, complacência, cobrança, expectativas de resultados, estímulo à tomada de decisão, mitigação de riscos, delegação de responsabilidades e atividades, entre outros.

Neste conceito de Gestão de Equipe Multifuncional é preciso entender as características pessoais de cada integrante da equipe (valores, expectativas, desejos, habilidades, conhecimentos, atitude etc.) e saber realizar avaliações dos participantes e do líder da equipe.

Esta análise deve ser de forma clara e transparente, consultando todos os envolvidos da equipe e também os clientes e fornecedores do grupo, para obter um balanço geral sobre o relacionamento interno, participante com participante, e participantes com o contexto externo da equipe (incluindo o líder ou gestor).

Gestão vai além de aplicar as regras da empresa, significa entender cada pessoa, lidar com a diversidade, cobrar com respeito e dignidade o desempenho combinado ou esperado. A tarefa também inclui realizar com freqüência conversas ? ou avaliações ? sobre o realizado versus o contratado, além de disponibilizar meios para melhorar a atuação e atingir as expectativas. O gestor deve informar claramente ao grupo o estágio do trabalho em andamento, que vai desde ?a decisão já foi tomada realizem o
trabalho? até definir os objetivos e limites permitindo ao grupo escolher como será realizado o trabalho solicitado.

Um grande desafio para o gestor de equipes multifuncionais é o fato de ter que influenciar e não mandar, pois os participantes da equipe são seus pares na organização e é neste momento que as habilidades do gestor serão colocadas à prova: liderar sem autoridade funcional. O segredo está no conhecimento das características individuais (dele e dos participantes), relacionamento com cada integrante da equipe e entendimento do contexto (benefícios e exposição).

O grande benefício para as empresas sobre o trabalho de equipes multifuncionais é que, comprovadamente, os resultados são superiores: resolução mais rápida e com maior satisfação dos clientes e acionistas. Isto acontece porque estamos trabalhando com pessoas de várias áreas da organização com visões diferentes, visões empresariais e valores pessoais distintos, podendo assim analisar o mesmo tema com uma variedade de percepções e interpretações distintas, permitindo assim encontrar a melhor
solução. [Webinsider]

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<strong>Paulo Chebel</strong> (paulo@outstretch.com.br) é especialista em direção empresarial e diretor da <strong><a href="http://www.outstretch.com.br" rel="externo">Outstretch</a></strong> Empreendimentos e Negócios

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3 respostas

  1. Isso sempre foi um problema sério quando se vala em motivação do funcionário.

    O gestor muitas vezes é capaz de desmotivar talentos que fariam de sua empresa, uma empresa melhor. Sendo na qualidade dos serviçoes prestados aos clientes quanto ao próprio convívio entre os membros da equipe.

    Estou lendo um livro em que toca em pontos bens bacana em relação a isso.

    COMO TRABALHAR PRA UM IDIOTA de John Hoover.

    Ótimo artigo.

    Grande Abraço

  2. Olá Paulo, excelente artigo!

    Complementando o seu artigo, a percepção comportamental e o feedback do grupo são fatores importantes para o sucesso do negócio. O gestor precisa ter claramente definido que em uma empresa você não gerencia pessoas e sim você lidera pessoas!

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