Quando o óbvio não é nem um pouco óbvio

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Todos estão sempre ocupados. Todos sempre têm muito o que fazer. A todo momento somos sobrecarregados com uma quantidade imensa de informação e o tempo é cada vez mais escasso. Nunca dá tempo de fazer tudo o que a gente quer fazer.

No trabalho isso não é diferente. Entre diversos projetos que precisam ser executados ao mesmo tempo, é necessário lidar com várias atividades importantes, da comunicação com todos os envolvidos à atualização necessária das redes sociais. Temos ainda que lidar com coisas simples como responder e-mails, abastecer de papel a impressora, apagar a luz do escritório, trancar a porta e fechar as janelas quando for o último a sair.

Estes três últimos itens parecem óbvios, não? Podem ser para mim ou para você, mas podem não ser para diversas pessoas. Deixa-se a porta aberta e no dia seguinte não sobra um computador para contar a história.

Pessoas e Personas

É importante lembrar que cada ser humano é único. Cada um é o produto do conjunto: meio e experiências, e cada um traz a sua história e seu modos-operandi. Lidar com pessoas é a tarefa mais difícil de qualquer projeto, empresa ou país. Não há manual de instrução aqui.

Há pessoas que são criativas, tem ótimas ideias. Outras que você sabe, são aquelas que fazem acontecer, ótimas executoras. Há aquelas que nasceram para resolver problemas, e vivem da adrenalina gerada pela dificuldade deles. Há outras que nasceram para tomar decisões, outras que preferem seguir os procedimentos, outras apertar botões. Não há problema nenhum nisso, há espaço para todos os perfis no mundo.

O grande desafio é fazer com que todos estes perfis diferentes, de pessoas que são tão diferentes, funcionem bem e entreguem um bom resultado para o projeto.

Pequenos detalhes

A sua experiência na web diz que é óbvio que toda vez que o cursor se transforma no ícone da “mãozinha” significa que você será levado para outra página via hiperlink, correto? Mas, quantas vezes você já se deparou com links falsos?

Por mais que se saiba que não deve ser feito, ainda há profissionais que formatam o texto de forma errada e acabam confundindo os usuários. É importante que você e sua empresa deixe óbvio nas suas diretrizes web que não deve ser feito.

A sua experiência como gestor de projetos diz que é óbvio que antes de lançar um site você deva testar todas as páginas, clicar em todos os links, validar o título das páginas, se há imagens quebradas, correto?

Mesmo assim diversos sites são lançados diariamente sem estes pequenos cuidados. Busque no Google por ‘untitled document’ para ter uma ideia de quantas empresas e instituições conhecidas não deixaram um detalhe tão óbvio como o título das páginas dos seus sites para trás.

A sua experiência como usuário diz que mensagens claras, principalmente de erro, melhoram e muito a confiança em relação ao sistema que se está utilizando. Mas quantas vezes este elemento também óbvio desaparece quando você troca de lado e virá o criador do sistema?

O quão óbvias determinadas funcionalidades e, principalmente as coisas que não funcionam bem, se tornam quando uma simples mudança de lado acontece: quando você passa de fornecedor para cliente, de desenvolvedor para usuário, ou vice-versa?

Comunicação

O que óbvio para um pode não ser óbvio para o outro, por isso a comunicação é tão primordial à nossa natureza. Existem convenções, regras e normas, mas mesmo estas podem não ser de conhecimento de todos. É necessário sempre comunicar.

A velha expressão “chover no molhado” vale para equipes formadas por pessoas dos mais variados perfis e que mesmo tendo o mesmo objetivo em comum, trazem experiências diferentes, e preocupações diferentes na cabeça, e que nem sempre estão alinhadas mentalmente com o que se é esperado.

No papel de líder, seja de projetos, produtos, equipe ou da empresa, comunique sempre o que se espera que seja feito. Divulgue as convenções, regras e normas, e deixe claro o impacto e o retrabalho que não segui-las trará.

Seja óbvio na comunicação, mesmo que isso lhe tome um pouco mais de tempo e que requeira mais planejamento da sua empresa e da sua equipe.

Na pressa de fazer cada vez mais em menos tempo, nós economizamos na comunicação, afinal lidar com pessoas requer tempo, paciência e no mínimo alguns minutos preciosos do dia. Você pensa: “Afinal, por que não economizar nas palavras?”. A resposta é óbvia: esta economia pode custar muito caro. [Webinsider]

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Karyn Nassif é empreendedora, consultora e especialista em experiência do usuário.

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6 respostas

  1. Bem colocado Erich… muitas vezes não é a ingenuidade ou a falta de preparo os vilões da informação bem dada 😉

    Minha fórmula pra isso é: o que não foi explicado, dever ser questionado. E se continua sem explicação, questiona-se de novo, até que seja resolvido. Só que na terceira a pergunta é mais direta, olho no olho auhuhahuauhaua

  2. O texto está ótimo! Faz lembrar que o “subentendido é irmão legítimo do mal-entendido”. E depois que as metas não são cumpridas, eis a questão: a incompetência é de quem? Cabe muitas reflexões.

  3. O texto é otimo e tratada uma realidade que poucos ainda perceberam.

    O mais interessante, foram os comentários, pois cada um defendeu o ponto de vista dentro
    da sua atividade.

    Hoje eu executo um papel que alem de gerir um trabalho que tenha no mínimo uma qualidade aceitavel pelo usuário eu tenho que me preocupar com o lado estratégico do obvio não ser tão obvio assim, afinal o combinado não é fazer o que esta escrito?

  4. Vale lembrar que a malandragem brasileira faz uso disto para o lado positivo e as vezes negativos.

    Quem nunca presenciou a omissão do óbvio visando um ganho lá na frente??? Presencio isto constantemente em reuniões comerciais….

  5. Bem colocado Karyn… é a velha história que me incomoda profundamente. Confundir o “Keep It Simple, Stupid” com a não necessidade de um briefing detalhado, um planejamento bem feito, prototipação, uma preocupação com os detalhes no controle da qualidade (e que foram muito bem colocados por ti).

    Cito uma frase muito feliz do Steve Jobs que tem muito a ver com isso. Isso não quer dizer que ele siga isso a risca (iPhone 4 e seus problemas estão aí pra provar isso), maaaaas…

    “Seja um fanático pela qualidade. A maioria das pessoas não está acostumada a um ambiente onde a excelência é a regra”.

    O jeito é continuar fazendo um ótimo trabalho e aprendendo como “treinar” pessoas assim. Mas já sei que essa busca será pra vida inteira, não sou tão confiante assim 😉

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