Quanto vale para você o serviço de e-mail?

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Está na moda dizer que e-mail virou coisa de tiozinho. Em tempos de Twitter, Facebook e Gtalk, é no mínimo curioso como o planeta inteiro entra em pânico quando o Gmail sai do ar.

Se o e-mail ainda é tão importante para as pessoas, por que elas preferem depender quase exclusivamente de um serviço gratuito? Muita gente garante que é porque o Gmail ainda é a melhor opção disponível.

Talvez seja, mas é bom ter opções. Sobretudo porque em geral só temos como referência comparativa o e-mail do provedor de acesso. Vejamos abaixo algumas alternativas para quem deseja personalizar um endereço realmente importante, daqueles que você não coloca em formulários na internet e nem usa em listas de discussão.

Para os novatos, uma dica rápida: POP3 é o serviço que permite baixar as mensagens para seu computador, via Outlook, Thunderbird e outros. IMAP é o protocolo que faz sincronia entre seu computador e o servidor, ou seja, ele não baixa as mensagens, você as lê em sincronia com o servidor e, se não apagar, elas continuam lá. É um protocolo mais avançado e (um pouco) mais seguro.

Pobox.com

O Pobox é o mais antigo do ramo. E a exemplo do Gmail, tem acertos e erros. Desde 1995 eles oferecem um endereço personalizado com dezenas de opções após a arroba, sendo o @pobox.com o mais popular e com aparência mais profissional.

Somos usuários desde 1996, sempre em contas pagas, com dois intervalos de cancelamento até hoje. Antigamente havia a opção gratuita, com apenas redirecionamento de mensagens, mas hoje só há planos pagos.

Para uso contínuo, só vale a pena contratar o serviço premium, chamado de Mailstore, onde você tem acesso a POP3, IMAP, múltiplas contas e outras firulas. Custa US$ 50 por ano e tem 10 GB de espaço. É barato se você considerar um e-mail profissional como sendo realmente importante e caso não queira depender de provedor ou do Gmail.

Com US$ 20 por ano, o serviço básico funciona apenas como redirecionamento. Todo e-mail para fulano@pobox.com vai parar em outra conta (ou várias) a sua escolha. Também extremamente útil e funcional, pois você pode mudar de provedor ou de conta sem perder o seu @pobox.

Os planos mais baratos não dão acesso POP3 ou IMAP para você ler no Outlook ou Thunderbird. As limitações são chatas e é um pouco inaceitável que o webmail seja tão atrasado tecnicamente, quase espartano. Por outro lado, para uso offline, é melhor do que o Gmail usando IMAP e SMTP.

Quer testar? Vale a pena se inscrever. Os primeiros 30 dias são grátis e você não precisa se comprometer em nada, não precisa passar cartão de crédito. Só um formulário muito simples. Não gostou? A conta é cancelada automaticamente depois dos 30 dias, sem burocracias.

Yahoo e Hotmail

Tem gente que não larga o Yahoo por nada neste mundo. E, de certo modo, com razão. Ainda hoje, há pequenos detalhes no e-mail do Yahoo que você não encontra na concorrência. Eu citaria o gerenciamento de anexos e imagens.

O Yahoo Mail sempre me pareceu um pouco mais lento do que os demais, mas nada gritante. O serviço pago custa US$ 20 por ano e é voltado a quem realmente não quer largar o endereço yahoo, porque a oferta de recursos é baixa. Não tem IMAP, apenas POP3 para baixar as mensagens num Outlook da vida.

Os filtros saem dos tradicionais 100 para 200, mas quase ninguém usa sequer 10% disso. Se você ama o Yahoo ou não quer trocar de endereço de jeito nenhum, pagar dois dólares por mês para ter acesso POP3 não é exatamente um negócio ruim.

O Hotmail, apesar da antipatia generalizada e da interface deveras poluída, melhorou muito. Se antes era horrível acessar sua conta em outro navegador que não o Internet Explorer, hoje até o Google Chrome consegue gerenciar tudo perfeitamente. E embora poucos reconheçam, o Hotmail atual é mais rápido e oferece aquela já conhecida integração total com os aplicativos online da Microsoft. Bom para quem usa aqueles bagulhos Windows Live.

Mandic

Quando foi lançado, o Mandic:mail ganhou ares de serviço ?premium?, para quem queria exclusividade. Ainda hoje mantém a aura exclusivista, embora minha impressão bem particular é que o serviço perdeu-se um pouco no tempo para usuários finais.

Hoje cada conta oferece tantos recursos (que quase ninguém se interessa de verdade) que o próprio site passa a impressão de que os clientes corporativos é quem sustentam a empreitada. Por outro lado, quantas pessoas você conhece que lhe mandam mensagem com a extensão @mandic.com.br?

Noves fora o paradoxo, o Mandic:mail ainda parece ser o mais avançado em recursos técnicos para quem leva o e-mail a sério demais. O plano mais simples custa R$ 60 por ano. O mais avançado (mandic:4ever) custa R$ 464 por ano, comprovando que não é algo direcionado a usuários finais.

Verdade seja dita, para os ultra-dependentes de e-mail há recursos bem interessantes que talvez você não encontre em outro lugar. Entre eles, o ?e-mail registrado? funciona como uma carta registrada enviada pelos Correios. Tem o mesmo valor legal, mas é pago fora do seu plano e custa R$ 4,00 por cada mensagem. Se fosse mais barato, teria mais uso.

Outro recurso interessante é a auto-destruição de mensagens depois de lidas, as quais não podem ser impressas, encaminhadas e nem permitem print screen. Não testamos nenhum dos dois, porque durante nosso tempo de teste do Mandic:mail os recursos ainda não existiam.

E aqui vem outro paradoxo. Ao mesmo tempo em que se volta ao usuário corporativo ou ultra-dependente do e-mail, sempre me pareceu desconfortável demais ter um endereço @mandic.com.br. Primeiro por fazer propaganda gratuita da Mandic (enquanto a gente paga pelo serviço) ou simplesmente por não gostar de usar o sobrenome do dono da empresa na minha conta que, teoricamente, deveria ser a conta principal de e-mail.

Fica ao gosto do freguês.

Gmx.net

Nos anos 90, o GMX foi um dos melhores, se não o melhor, serviço gratuito de e-mail. É da Alemanha, mas com os anos foi caindo, caindo, caiu. Antes havia interface em inglês, hoje há apenas em alemão. Perdeu-se no tempo, é lento e muito suscetível a spam. Usamos durante tantos anos que, ainda hoje, vez por outra vejo jurássicas matérias minhas assinadas com meu rebelo@gmx.net circulando por aí.

Bigfoot e Runbox

A exemplo do Gmx, o Bigfoot também já foi um dos melhores. Ainda existe, ninguém sabe como. Basicamente, tornou-se um serviço de redirecionamento e webmail, embora ofereça POP3 e IMAP para contas externas. O plano mais caro (US$ 49.95/ano) libera somente 2 GB de espaço no webmail. O mais barato sai por US$ 9.95/ano.

O Runbox é igualmente de uma época que não existe mais. Manteve-se, sabe-se lá como, oferencendo seus serviços por US$ 49.95/ano e 10 GB de espaço. De diferente, tem recursos e vantagens abundantes.

Fastmail

O Fastmail talvez seja o único serviço de e-mail que ainda não testamos em nossa longa jornada de dependência do e-mail.

Tem sido bastante elogiado e oferece serviços para usuários finais e empresas, com um diferencial interessante: ainda há a opção gratuita para uma conta simples, de apenas 10 MB e, voilá, com acesso a IMAP e integração com o Hotmail se quiser. Creio ser o único gratuito com IMAP.

O plano mais caro sai por US$ 34.95/ano, 6 GB de espaço e vários recursos. Se você conhece o Fastmail e é usuário, relate suas experiências abaixo, no espaço para os comentários. Estamos curiosos.

E-mail de provedor ou da empresa

Se as pessoas soubessem como o e-mail da empresa é inseguro ? e provavelmente lido ao bel-prazer de pelo menos um gerente ou administrador de rede ? a discussão sobre privacidade corporativa nem precisaria existir. Porque os próprios funcionários deixariam de usar a conta para enviar mensagens pessoais. Para saber mais sobre isso, leia esta reportagem.

Outro dia, pelo Twitter (!), uma colega reclamava de que o administrador de rede mandou zerar a caixa postal dela porque havia ultrapassado o limite máximo permitido pela empresa. Sem entrar no mérito da ignorância técnica de ambas as partes, fica a lição para quem realmente dá importância ao e-mail: é preciso guardá-los de alguma forma.

Se o suporte técnico de sua empresa não faz o dever de casa em lhe mostrar o caminho, é preciso trilhar por conta própria. Se a sua empresa só permite acesso pelo webmail, peça ajuda para reenviar todas as mensagens para uma conta pessoal sua. Isso pode ser feito com apenas um clique. Se você tem acesso ao Outlook, exporte as mensagens ou copie a pasta onde estão guardadas para um pendrive ou um CD.

Até meados desta década, eu guardava dois CDs com todos meus e-mails enviados. Coisa de 1 GB de e-mail (nada de HTML) em quinze anos de internet. Depois joguei tudo no lixo, mas aí é outra história.

Domínio próprio

Se você tem domínio próprio e hospeda em alguma empresa que não libera totalmente os recursos de e-mail, ou seja, contas com espaço ilimitado, acesso a IMAP/POP3/SMTP/Webmail, você está jogando dinheiro fora.

Logo, seja usuário final ou corporativo, não há comparação em ter um fulano@seunome.com.br ou @suaempresa.com.br se você tem flexibilidade de usar IMAP e acessar suas mensagens em qualquer lugar e em sincronia com múltiplos clientes de e-mail, via webmail ou via pendrive.

A maior e inigualável vantagem do domínio próprio é a suposta eternidade da conta, desde que você continue pagando pelo domínio.

Se a empresa de hospedagem (hosting) é ruim, migre para a outra e assim sucessivamente, mas seu endereço não vai mudar. E com os serviços de redirecionamento, você pode continuar usando seu Gmail, por exemplo, caso seja fã do Google. Basta configurar que @suaempresa.com.br redirecione para sua conta do Gmail ou vice-versa.

Só não esqueça de sempre renovar seu domínio próprio. Uma vez perdido o domínio, recuperá-lo torna-se quase impossível. Aconteceu comigo. Um outro jurássico e-mail rebelo@pluralweb.com ainda pode ser encontrado na assinatura de várias matérias pelo Google e até mesmo aqui nos primórdios do Webinsider. Perdi e não recuperei.

Quem quiser comentar ou sugerir outros serviços de e-mail não citados nesta reportagem, favor usar o espaço de comentários para relatar a experiência de vocês. Não dêem bola para a geração Twitter, o mundo é dos tiozinhos e vida longa aos longos e-mails. [Webinsider]

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Paulo Rebêlo é jornalista, escritor e consultor em política, tecnologia e estratégias corporativas. Diretor da Paradox Zero e da Editora Paradoxum.

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6 respostas

  1. Para quem possui domínio próprio, a melhor solução é utilizar o sistema de e-mails do Google Apps ou do Windows Live.

    Além do poderoso anti-spam (falo pelo Google), você utiliza um webmail igual ao Gmail ou Hotmail – mas com seu próprio domínio. E, se preferir, conta também com SMTP, POP e IMAP.

    Sim, sem custo algum.

  2. Paulo,

    1) o recurso de auto-destruicao do e-mail MANDIC existe pelo menos uns 5 anos. Va em ESCREVER > OPCOES > MISSAO SECRETA para escrever uma mensagem auto-destrutiva.

    2) o mandic:mail e orientado a usuarios corporativos, portanto @suaempresa.com.br e o que e comercializado.

    Fico ao seu dispor para qualquer outra duvida.

    Obrigado.

  3. Olá Paulo. Gostei bastante do seu texto sobre a importância da conta de email.

    Os jovens a estão substituindo pelos twitters e orkuts, ignorando a privacidade das mensagens.

    Sobre o uso do email corporativo, levando em conta o serviço gratuito do Gmail, o Google disponibiliza o Google Apps, onde podem ser criados até 50 contas de email, com 7 GB de espaço cada uma, sem precisar usar o nome Gmail, usando @suaempresa.com.br.

    O serviço é muito bom e os recursos também.

    Pode-se escolher a forma de acesso, POP3, IMAP ou Webmail. Pode-se criar aliases para contas já existentes, sem contar que é possível compartilhar a lista de contatos com todas as contas.

    A configuração é bem simples e rápida.

    Abraços,

    Dario

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