Facebook é questionável, QuitFacebookDay também

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A gente no Brasil está começando a usar e entender o Facebook. E pelo o que percebo, o Facebook aqui virou mais uma rede social de elite. Quem não quer se misturar com a grande massa do Orkut, prefere o Facebook. Talvez porque ele seja clean, tenha jeitão de europeu, usuários mais maduros… sei lá, mas o fato é que o Facebook está crescendo em terras tupiniquins e de forma segmentada.

Em meados do mês de maio, a imprensa especializada brasileira deu destaque aos rumores internacionais de que o Facebook estaria sendo alvo de um movimento de debandada, por conta de ter mudando algumas regras de privacidade de seus usuários, tornando assim essas informações mais “transparentes”.

O movimento surge, depois de vários artigos na mídia americana e européia aonde o Facebook é acusados de má fé ou obscuridade na condução dos dados da rede social, além de acusações que colocam em dúvida o caráter do jovem Mark Zuckerberg, criador do Facebook.

O movimento chama-se Quit Facebook Day, ou “Dia de Sair do Facebook” e está programado para o próximo 31 de maio de 2010.

Na página, os idealizadores do movimento explicam muito bem os motivos da manifestação e com argumentos bastante razoáveis, como por exemplo o fato de que o Facebook não deixa muito claro a forma de gerenciar seus dados privados e mantê-los seguros.

A primeira coisa que me passa pela cabeça é se @mmilan e @josephdee – idealizadores do Quit Facebook Day – possuem conta em banco, cartão de crédito, assinatura de revista ou já fizeram compras a prazo, por exemplo. É sabido que muitos cadastros do “velho tempo”, que contém nossos santos dados, são comercializados livremente sem que tenhamos sequer a mínima noção do que é feito com eles.

Outro ponto também levantado por alguns é que existe aí uma ação de guerra velada por parte do Orkut (leia-se Google). Para quem não sabe o Orkut é uma das maiores redes sociais do mundo, mas só no Brasil e na Índia. Nos EUA e Europa, o Orkut perde de longe pro Facebook.

Deixar o Facebook ou qualquer serviço que contenham nossos dados pessoais resolve? Não creio. As redes sociais são um fenômeno e uma evolução natural na forma como as pessoas querem viver: fazer parte de um grupo e tentar se promover dentro dele. Isso, na maioria das vezes se torna um vício, e como a própria página do Quit Facebookday coloca, “deixar o Facebook é como deixar de fumar, ou seja, não é nada fácil fazê-lo de um dia pro outro.”

Tanto não é fácil que, fazendo uma fotografia hoje, 8 dias antes do grande dia programado para a debandada, temos 13.000 pessoas que anunciaram que estão comprometidas em deixar o Facebook no dia 31 de maio. É muito pouco.

Esses 13 mil usuários correspondem a ínfimos 0,003% dos 400 milhões de perfis cadastrados no Facebook. Ou seja, não faz nem cosquinha. Se a ideia era tentar abalar os alicerces de Zuckerberg e botá-lo na rua da amargura, a dupla do QFD vai precisar prorrogar a data de 31 de maio bem pra frente.

Não desmerecendo o movimento, acho que a discussão de privacidade é importante, mas ela deve começar nos hábitos das pessoas ao utilizar as redes sociais. As fotos que publicamos, os scraps que recebemos e deixamos, comunidades que participamos, os status que postamos, tudo isso oferece dados qualitativos valiosos e estão abertos para qualquer um na grande maioria dos casos. Eu tenho amigos que antes de entrar para uma rede social perceberam isso e abdicaram de fazer parte.

É importante sabermos também que uma rede social é uma realidade aumentada* da própria sociedade.

Parafraseando Fernand Alphen em seu livro Hermes, o Deus da Cybercoisa: “O virtual é uma representação do real, e não opostos”. Tudo que acontece lá dentro tem mais alcance, é mais rápido e tem mais proporção, inclusive seus dados e hábitos pessoais. Se nossas informações não estão seguras fora da rede, imagine dentro dela.

Mas voltando ao movimento do dia 31, temos que considerar que, em se tratando de redes sociais, não devemos desprezar o seu poder ação. Se no dia 31 de maio os dirigentes do Facebook vão dar gargalhadas pelo grande mico da dupla do QFD, devem ao menos ficar atentos, pois num futuro próximo, o que antes era uma rede pequenininha com poucos participantes, pode virar um mega grupo com milhões de usuários. E próprio Facebook sabe bem disso, não é mesmo?

* o termo Realidade Aumentada (RA) foi emprestado da computação gráfica e se aplica aqui conceitualmente, não na prática. [Webinsider]

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Igor Broseghini (igorbros@facemedia.com.br) é diretor da Facemedia Marketing Digital e professor.

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Uma resposta

  1. Imagina se todo mundo resolve se matar porque as coisas estão saindo do nosso controle. É melhor mudar os hábitos, levar uma vida mais regrada, pensar positivo e agir pra que as coisas melhorem.

    Obrigado pelo artigo.

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