SEO: precisamos matá-lo para conseguirmos sobreviver

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Trabalho com SEO há quase oito anos, com buscadores há 10, quando o mercado não pensava que poderia existir um sistema tão eficaz para catalogar os sites na web. Hoje, depois de tanta evolução, de trabalhos com resultados ótimos, outros nem tanto, de muitas vezes me sentir no limbo e outras sentir que era a galinha de ovos de ouro, chego a mesma conclusão que Jeff Ferguson sobre o futuro da otimização de sites: SEO como conhecemos hoje precisa morrer para poder renascer, precisa morrer para que defendamos nossa profissão, tem que morrer para evitar que nos tornamos profissionais de marketing de baixa qualidade, para evitar que nós nos tornemos vendedores de cobras.

A culpa é do Google

Fatalmente você já deve ter visto alguma apresentação de SEO com a fórmula mágica dos três pilares para ganhar relevância e aparecer nas primeiras posições do Google: pilar de tecnologia, de conteúdo, de popularidade.

Essa fórmula existe, é vendida e funciona. Funciona porque é assim que o Google construiu seu sistema de algoritmo para poder indexar mais páginas em menos tempo e  oferecer informações com uma simples  palavra. O Google soube impulsionar o seu negócio  fazendo o buzz no mercado. Buzz que fez surgir uma profissão (nossa profissão SEO’s) que convencesse clientes e marcas de que era preciso mudar  seu site, colocar conteúdo interessante e relevante  para aparecer nas primeiras posições do Google. Que era preciso pedir links, para ganhar alguns pontos e melhorar o posicionamento. Isso tudo sem saber a fórmula mágica do Google. Afinal, vendemos isso como se fosse a fórmula da Coca-Cola: todo mundo gosta, mas ninguém sabe como é feita.

Fazer um site bem estruturado, com conteúdo relevante, com uma boa linkagem é o básico. Deveria ser feito desde sempre. Internet é conteúdo, é informação em suas diferentes formas: texto, vídeo, imagem. Não acredita? Então por que você usa o YouTube para assistir o vídeo que todo mundo está comentando? Por que usa o Google ou Yahoo ou Bing para saber a cotação do dólar, a previsão do tempo, ou os efeitos da tempestade Sandy em Nova Iorque? Por que diabos você entra no Facebook, não importa onde esteja, para saber o que seus amigos estão postando, falando, fazendo, qual é a opinião das pessoas sobre o acontecimento do momento. Aliás, por que você tem um Facebook mesmo? Por que você fez um perfil no LinkedIn? Por que tira fotos no Instagram? A resposta é: conteúdo que interessa a você e que você estava procurando.

Site institucional e as redes sociais

Imagine a situação: você vai viajar e precisa saber qual é o peso da bagagem de mão que sua companhia aérea permite levar. Onde você busca essa informação? No site da companhia ou em um site, blog ou fórum de viagem? Quem te passa mais credibilidade? A sua companhia aérea, lógico. A informação está lá, confirmada por quem te vendeu a passagem. A empresa é responsável por essa informação e qualquer problema você pode reclamar.

Pois é. Mas os sites de companhia aérea são uma exceção à regra. Até porque elas são obrigadas a seguir as regras impostas pela Infraero e colocá-las em seu site para o consumidor. Infelizmente, os sites institucionais ainda não seguiram a tendência informativa que eles devem ter na web. Existe uma preocupação muito grande de mostrar sua missão, valor, objetivo da marca, da sua campanha publicitária, mas não fala muito seus produtos ou serviços. Isso quando se fala.

É preciso que as marcas falem de seus produtos em seus sites institucionais. Os sites devem ser a principal fonte informação para seus clientes. Lá têm que ter dicas, dúvidas sobre os produtos, ingredientes da fórmula. É preciso que essas informações sejam encontradas em casa e não em blogs, artigos, etc. Quem tem que falar primeiro é você, que faz o produto.  Isso sim traz relevância que o Google usa pra posicionar o seu site, é isso que é preciso mudar em seus sites.

Aí você pode pensar: eu tenho uma fan page no Facebook que tem essas informações e dialoga com as pessoas.  Ai eu respondo: isso está errado. Por favor, não matem seus sites institucionais em prol da fan page no Facebook.  Ela deve ser um canal de comunicação com seu clientes, de relacionamento e não sua página oficial. As informações devem estar no site, com seu logo, com sua URL, com seu código de confidencialidade. Não estou dizendo que a fan page não serve para nada. Pelo contrário, serve muito e é muito importante. Tanto que o Google valoriza muito as referências delas, assim como Twitter, Wikipédia, entre outros, mesmo sendo canais que não passam relevância de links que podem melhor seu posicionamento nos resultados  de busca (sim, os links desses sites são bloqueados para os spiders dos buscadores).

E sabe por que o Google valoriza esses canais? Por causa do conteúdo relevante, muitas vezes feito pelos próprios usuários.  Conteúdo que traz a resposta para a dúvida que eles estavam procurando e não encontraram no seu site. A fan page deve ser um canal de divulgação das informações que estão no seu site, até porque é no Facebook  que seu cliente está e comenta com os amigos a sua experiência e reclama muitas vezes.

O Facebook, Twitter se tornaram o que chamam de SAC 2.0, o que é ótimo, embora, particularmente, tenha a opinião que a ferramenta não ajuda na comunicação com o cliente. É fácil de se perder em tantos comentários, reclamações, sem nenhum número de acompanhamento para solucionar e atender os clientes. Muitas vezes a culpa da falta de comunicação nem é da marca. Mas isso é assunto para outro artigo.

O ilusionismo do SEO e os profissionais de TI

Construir um site bem desenvolvido em HTML, leve, com tempo de carregamento rápido, deveria ser uma premissa, ainda mais aqui no Brasil, que a internet não é lá essas coisas. No projeto de SEO que vendemos hoje isso vem como um truque, uma mágica, sempre tem uma gambiarra para continuar com aquele Flash pesado e posicionar o site no Google. Você tem tempo de esperar o Flash ser carregado? Você tem paciência de esperar tanto para ver tão pouco (geralmente Flash vem com muita imagem e pouco conteúdo)?

Não sou contra o Flash.  Pelo contrário, muitos produtos devem e precisam ter o Flash para gerar uma interatividade. Mas por que fazer tudo em Flash?  Conheço muitos profissionais de TI que já possuem a visão de que é possível fazer um site legal, bonito, usando os recursos certos, que deixam os spiders dos buscadores lerem e indexarem as páginas. O que falta é conteúdo.  E graças a Deus que as equipes de TI estão tendo essa visão. Quanto mais sites bem desenvolvidos com as “regras dos buscadores”, menos fértil será o campo de trabalho daqueles profissionais de SEO que vendem gato por lebre, que vendem truques mágicos de posicionamento de sites, que mudam o foco do projeto para achar uma forma de agilizar o processo de posicionamento, de fazer gambiarras.

Por isso tudo que SEO precisa morrer.

Precisa morrer para termos sites mais ricos, mais relevantes, com mais informações. Para que nós, e aqui me coloco como usuária viciada em buscador, tenhamos mais credibilidade nas informações nas buscas, nas redes sociais. A gente precisa se reencontrar. Reencontrar a forma certa de vender esse recurso de forma mais justa. Do contrário estaremos sempre em segundo plano. Seja porque não entramos na proposta criativa, seja porque não teve tempo hábil de construir um site “otimizado”, seja porque o cliente não comprou.

SEO não deve ser cobrado à parte, deve estar no escopo, nas premissas, na entrega final. Se a gente não fizer nada, estamos fadados a sermos vendedores de cobras que entregam relatórios de ranking de palavras com várias desculpas por que não conseguimos posicionamentos melhores. [Webinsider]

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Debora Alonso (@deboraalonso) é especialista em SEO na Rapp Brasil.

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7 respostas

  1. Excelente texto, Deb.
    A forma de comercialização do SEO é que sempre esteve mal empacotada. Concordo contigo quando disse que SEO deve estar no escopo e nas premissas.
    A semântica é uma aliada, mas não se vende sozinha. Por mais conhecimento que os desenvolvedores tenham, na hora H, o tempo sempre será um vilão e ai que entram as famosas “gambiarras”. Além disto, de nada adianta construir um site “SEO friendly” se não houver uma estratégia de marketing atrelada.

  2. Olá Ricardo,

    Compartilho da mesma angustia q vc. A questão é até quando será ignorado, uma vez que as exigências estão maiores cada vez, em dispositivos diferentes.
    obrigada, debora

  3. Legal Débora, ótima discussão ! O mercado precisa de parâmetros ( técnicos e éticos ) e esta missão cabe a nós. Um grande abraço 🙂

  4. Acho que o Google dá a resposta para tudo isso em suas diretrizes:

    Crie páginas principalmente para os usuários, não para os mecanismos de pesquisa.

    Não engane seus usuários.

    Evite truques para melhorar a classificação nos mecanismos de pesquisa. Um bom parâmetro é perguntar a si mesmo: “Isso ajudará os meus usuários? Eu faria isso se os mecanismos de pesquisa não existissem?”

    Pense no que torna seu site único, valioso ou envolvente. Faça com que seu site se destaque da concorrência.

    Sei que parece simplista e básico, mas é isso mesmo. Agências tradicionais não estão nem aí para SEO, clientes querem aparecer no topo, mesmo usando esses profissionais lixo que fazem truques sujos.
    Isso tudo tem a ver com ética e princípios.
    Hoje falei não para um cliente que exigiu site em Flash. Semana passada falei não para um cliente que queria SEO agressivo.
    Prefiro mudar de ramo a vender a alma, mas no mundo em que vivemos, não sei quanto tempo resisto e fico em dúvida se sou um trouxa.

  5. Olá Fábio,
    A idéia do texto não é debater conceito de SEO. A idéia aqui é debater a forma como oferecemos o projeto para nossos clientes. Tudo que vc mencionou, concordo com todos os itens, é uma evolução das praticas de SEO da década passada, que evoluiu e vai evoluir mais. Hoje temos que nos preocupar em funcionar em dispositivos diferentes. Escrever um texto sobre essa evolução de conceitos de SEO, era escrever o mais do mesmo. Quero defender que SEO é sim muito importante,e não está morrendo, mas precisamos entender que ele precisa estar incorporado no dia-a-dia do cliente, das agencias,sem desculpas. E para isso precisamos mudar, evoluir.
    obrigada, debora

  6. Desculpe, mas sua análise de SEO está atrelada à conceitos da década passada, estes sim devem morrer !

    Hoje falamos de estruturação semântica de conteúdo com o uso da sintaxe do HTML5 e da construção de conteúdo relevante (Rich Snippets ) através de microformatos e ontologias de classificação como por exemplo schema.org. Estamos no despertar da era da busca, vivendo a inversão do vetor de marketing onde usuário tem o algoritmo como seu aliado. Na era da Internet das Coisas( Internet of Things ) onde a plataforma e o dispositivo não mais importam, o tripé interface, nuvem e conteúdo será um grande bloco de informação interrelacionada e ubíqua onde os conceitos de SEO e SEM tradicionais estão dentro de uma abordagem muito maior, a do Marketing Semântico.

    Nós que trabalhamos com SEO temos a obrigação de esclarecer e apontar para os clientes e para o mercado as novas possibilidades deste imenso universo.

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