Software é arte, técnica e base para criatividade

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Já faz algum tempo que artistas têm se apropriado da tecnologia e dos meios eletrônicos para criar objetos e instalações artísticas. No passado recente, o sul-coreano Nan June Paik transformou televisores em esculturas eletrônicas, montagens e instalações criativas que hoje estão espalhadas por museus de todo mundo. Hoje é conhecido como o criador da “videoarte”.

Podemos pensar na videoarte como composta de hardware, isto é o aparelho de televisão e software, no caso, as imagens editadas e pós-produzidas. Com a chegada do digital, a linguagem analógica foi substituída por um vocabulário novo, fluído, veloz e multiplataforma.

Computadores pessoais tomaram o lugar das TVs e softwares sofisticados de edição e manipulação de imagens ampliaram as possibilidades criativas, permitindo que designers tomassem de assalto o mundo puramente tecnológico, transformando a cultura das mídias, recombinando as infinitas cadeias numéricas compostas por 1 e 0.

As possibilidades para arte digital multiplicam-se, já que para computador não há diferença em processar um vídeo, um texto, uma foto ou um arquivo de áudio. Esta “primeira fase” da arte digital é composta pelo uso de ferramentas de software tais como Adobe Photoshop ou Flash para criação e manipulação de imagens ou criação de animações sofisticadas e criativas. Até então, para se criar e fazer simulações gráficas mais sofisticadas era necessário aplicar técnicas de programação de software avançadas. Linguagens de programação orientadas a objetos tais como C, permitiam inclusive o controle de dispositivos externos ao computador.

Se de um lado a comunidade de artistas digitais desejava acessar estes recursos computacionais, de outro não possuíam o repertório técnico capaz de lhes dar este acesso. Entretanto, algo inovador estava acontecendo. Desenvolvedores e empresas sensíveis as necessidades de usuários leigos investiam tempo e pesquisa no aperfeiçoamento de interfaces e linguagens de alto nível (isto é, com códigos próximos da linguagem natural humana). Aos poucos, o universo digital deixava de ser hermético, lógico e matemático, transformando-se em ferramenta universal.

A comunidade open source cresceu, colaborando entre si, o que resultou em linguagens de programação mais fáceis, códigos abertos, farta publicação de bibliotecas, APIs gráficas, fóruns e wikis. Nesta linha apareceram as scripts languages, Openframeworks, Max for Live, Lua e o HTML5.

Estas camadas de comunicação e interface sobrepostas às linguagens de programação inauguram a “segunda fase” da arte digital, abrindo o ciberespaço para novas experimentações. As infinitas cadeias numéricas compostas por 1 e 0 podem agora ser reconfiguradas, recriadas ao nível de sua natureza virtual por qualquer pessoa.

A fronteira entre arte e tecnologia, designers e coders, autor e público está definitivamente acabada. Assim como o “ciclo de um produto de software” a nova arte digital estará sempre inacabada, incompleta, uma obra aberta, sujeita as intervenções de seu observador, um processo em constante evolução dentro do ciberespaço. [Webinsider]

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Ricardo Murer é graduado em Ciências da Computação (USP) e mestre em Comunicação (USP). Especialista em estratégia digital e novas tecnologias. Mantém o Twitter @rdmurer.

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5 respostas

  1. Estava eu conversando com um grupo de amigos, e dizíamos sobre a evolução recente na Internet, o que passou de uma ferramenta de um grupo seleto de pessoas a uma feira em praça pública.

    Realmente a facilidade tem suas vantagens, mas a adesão de certas classes acabou trazendo também bastante “lixo” para a internet e está pouco a pouco transformando a web em um canal de televisão, cheio de anúncios e conteúdo de baixa qualidade.

  2. Adoro como as coisas caminham, a arte é apenas mais um campo beneficiado com o advento dos computadores pessoais proveniente do final do século XX

  3. Com certeza, hoje temos muitos mais ferramentas e recursos online que nos ajudam a criar a arte.

    Muitos acabam por mostrar sua criatividade através de alguma ferramenta. Apesar de tudo quem cria é a mente humana. Os recursos apenas aumentam o poder da arte

  4. Com certeza a facilidade que os softwares nos proporcionam, permitem a nos fazer diversas coisas anteriormente so possíveis por grandes programadores, hoje em dia voce pode ter um Blog e depois descobrir como é a programação, anteriormente so era possível o contrário

  5. Olá

    Também fui beneficiado por essa “simplificação”dos recursos e ferramentas da Web,à pouco tempo atrás eu
    não imaginaria que poderia criar e desenvolver meus próprios projetos sem ter conhecimento técnico.

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