Telecentros, inclusão digital e software livre

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O Programa Telecentros impulsiona a inclusão digital no Brasil, agrega o software livre e contribui para a sustentabilidade tecnológica do país. E possui meios capazes de abranger amplitudes cada vez mais altas.

Podemos entender a inclusão digital como o uso correto e acompanhado da tecnologia apresentada a benefício da comunidade; que esta tenha o propósito de melhorias educacionais e financeiras. No Brasil, estudiosos aplicam projetos e até programas para realizar uma inclusão digital eficaz em seus objetivos. Podemos observar uma população estatística em particular:

O Programa Telecentros, iniciado na cidade de São Paulo e que atualmente faz parte da Coordenadoria Geral de Inclusão Digital, conta com mais de 300 unidades. Nesse programa, são aplicados cursos de informática que variam desde o uso de pacotes de programas para escritórios, cursos e oficinas de programação, criação e até edição de imagens.

Todas as atividades são ministradas por um profissional capacitado, que também auxilia as pessoas em criação de currículos e cadastros em sites de emprego, pesquisas escolares e outros serviços disponíveis na internet. As atividades aplicadas nos telecentros são de responsabilidade de um grupo de capacitação profissional e da própria equipe de funcionários.

Mas esse não é um privilégio somente para que mora em São Paulo, pois esse projeto também atua em outros estados; como é o caso do Paraná, que o utiliza como base para a inclusão social. Os telecentros são instalados em cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ? IDH-M.

O Paraná possui 399 municípios, alguns nessas condições, mas até o final de 2009 estima-se uma marca de 200 telecentros em todo estado.

Marilaide de Quadros, gerente de Inclusão Digital do Paraná, explica como funciona o programa no estado:

– “Os monitores são orientados a montar turnos por faixa etária. Assim que é inaugurado um telecentro, estudantes do ensino médio são capacitados escolhe-se dois que tenham habilidade em lidar com pessoas, para que possam repassar o que aprenderem. O curso é básico: digitação, formatação de texto, criação de e-mail, pesquisas na rede e anexos de arquivos em e-mails”.

Quando há necessidade de um curso mais elaborado, monta-se uma turma ministrada por uma equipe capacitada.

Em todos os telecentros só se utiliza software livre, termo aplicado à tecnologia cujo código fonte é aberto; ele atende às exigências de liberdade para executar o programa sob qualquer propósito, estudá-lo e adaptá-lo às suas necessidades, pois esse acesso é um pré-requisito para tal liberdade, de modo que toda a comunidade se beneficia.

O Governo Federal é um grande incentivador do uso do software livre no Brasil e seu processo de migração é beneficiador em vantagens como preço, estabilidade e confiabilidade e também pelo fato de possibilitar o desenvolvimento da tecnologia nacional.

Software livre e novos empregos

Essa iniciativa sem dúvida gera novos empregos no país. Uma prova de que já há uma evolução nesse sentido é que recentemente durante uma feira de tecnologia em São Paulo foi apresentado o primeiro robô com o código fonte aberto, o CP01, que faz parte da campanha “The Open Robot Project”.

A ideia é disponibilizar o código do robô para promover estudos e melhorias que possam ser redistribuídas, possibilitando assim o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para a robótica e trazer benefícios para a sustentabilidade do país.

Outro exemplo é a Oficina de Inclusão Digital, também implantada pelo Governo Federal. A Oficina já passou por Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, tendo no ano passado sua 7ª edição no Pará, onde ficou bem claro que há mais interesse na inclusão digital devido a quantidade triplicada de participantes e aos assuntos discutidos, que eram a respeito das dificuldades da inclusão digital na Amazônia; a diversidade cultural e o desenvolvimento sustentável por meio de ações concretas, avaliando e mapeando mecanismos voltados para o desenvolvimento do país.

Casos de sucesso

Um dos casos de sucessos encontrados na OID foi o projeto Pirambu Digital; desenvolvido na comunidade Pirambu – periferia de Fortaleza. Nesse local há cerca de 350 mil habitantes e observa-se um alto índice de violência e consequentemente um baixo desenvolvimento social.

O projeto, por meio de pesquisas, descobriu que havia meio computador por habitante e por quadra do bairro. Devido a isso, criou-se o projeto Condomínio Digital, que facilita o acesso à internet com custo de R$ 35,00 ao mês. A compra de computadores ficou por conta dos moradores, que pagam R$ 10,00 durante dez meses. Com essa iniciativa, o Brasil será representado esse ano no Intercâmbio de Experiências de Inclusão Digital na África do Sul e a Índia (IBAS).

O Brasil precisa avançar e essa não é uma responsabilidade só do Presidente da República, mas de qualquer pessoa bem informada sobre as novas tecnologias, inclusão digital e autonomia dos softwares livres.

Assim como diz o sócio-pedagogo Libâneo, é necessário crescer e arriscar novos campos e não caminhar com a lentidão dos caracóis.

O Programa Telecentros tem todas as condições de evoluir, abrangendo amplitudes cada vez mais altas, como já supera o que outrora pareceria uma tarefa impossível no país dos impostos, pois os cursos básicos podem se tornar técnicos dependendo das necessidades da comunidade, como as condições físicas de espaço. Mas, como já se sabe, os telecentros oferecem computadores em quantidade satisfatória, conectividade com a internet e profissionais capacitados que sempre se readaptam.

É preciso apresentar soluções para que os usuários possam se desenvolver com sustentabilidade, direção às práticas e que estes requisitos auxiliem no retorno financeiro, social e cultural, pois esse é o objetivo de quem prega inclusão digital.

Mas para que isso seja possível, é necessária uma base como um ensino fundamental melhor trabalhado nas escolas, pois é na infância que se forma cidadãos que no futuro poderão trazer o desenvolvimento da comunidade. Contudo, neste fórum podem ser encontradas soluções para todos os públicos, pois nesse projeto só não há lugar para a palavra ?exclusão?. [Webinsider.

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Welton Matos da Cruz (welton.matos@bol.com.br) é estudante de design gráfico, trabalha com inclusão digital em SP e mantém um blog.

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8 respostas

  1. O artigo visa muito bem as inclusões digitais, sociais, culturais que o software livre oferece através dos Telecentros espalhados em todo o continente sulamericano (não é só o Brasil que eles existem).
    No Brasil especificamente o maior polo destas unidades estão concentradas em São Paulo e o trabalho desenvolvidos por seus profissionias não deixam a desejar, pois todos se empenham muito na atualização de seus conhecimentos para então aplicalos nos cursos oferecidos.
    Quem tiver a oportunidade de conhecer o sotware livre experimente-o e veja que não é um bicho de sete cabeças como muitas pessoas acreditam que seja.
    Procure uma unidade próxima de sua residência tenho certeza que será bem atendido.

  2. Realmente o que foi falado sobre o telecentro é verdade mas está faltando segurança para os funcionario do telecentro e tambem para quem faz os cursos no telecentro.

  3. O programa telecentro, é mesmo um encentivo as pessoas de baixa renda que são as que mais precisam e que não teriam oportunidade de pagar por um curso, eu mesma foi aluna do telecentro e lá aprendir vários cursos e hoje sou grata a toda equipe do telecentro Jardim Niterói.

  4. A experiência dos telecentros no Paraná e em São Paulo foram bem sucedidas porque receberam apoio dos Governo desses Estados. Aqui no Rio e acredito que em outros estados, os telecentros são mantidos em parceria com outras instituições, como as ongs. Nesse modelo nem sempre existe a garantia de recursos e o acesso aos telecentros precisa ser pago (ao contrário do projeto original do governo Federal). As iniciativas de inclusão digital são muitas e muito difusas, não se coordenam. Temos os CDIs, os Telecentros do Banco do Brasil, A FAETEC Digital, Os Telecentros de Educação e Negócios(com o Sebrae). A maioria não utiliza Software Livre e por isso, possuem o gene da exclusão. Infelizmente, na prática, quem está promovendo algo parecido com inclusão Digital são as Lan-Houses, que se espalham pelas comunidades usando o Código Proprietário do Ruwindow$. Estou desenvolvendo um projeto auto-sustentável para utilizar a capilaridade desses estabelecimentos e ensinar um pouco de cultura digital a esses jovens. Infelizmente, no iniício, teremos que usar o SO do tio Bill. Quem estiver interessado me manda um e-mail (luizbweb@gmail.com). Se conseguirei promover a inclusão digital eu não sei, mas pelo menos posso ensinar que existe vida inteligente fora do MU e do GTA.

  5. O artigo de Welton posiciona uma realidade prática e funcional no contexto da influência da tecnologia no desenvolvimento humano, colaborando para a inclusão social e minimização das disparidades existentes.

    Tenho o privilégio de colaborar atualmente com a formação do autor do artigo.

    O autor é um aguerrido defensor do software livre. Tive o privilégio de ouvir seu posicionamento posicionamento,mantendo a discussão em nível pertinente e persuasivo.

    Neste artigo, vejo um desdobramento de algo que não é somente ideológico, mas prática diária deste profissional de tecnologia.

    Que as iniciativas regionais nesta direção proporcionem em outras localidades, sobretudo no norte e nordeste brasileiros, mudanças significativas nos rumos sociais e profissionais, projetando uma realidade diferente nos anos vindouros.

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