Um pouco de bom senso sempre é bom

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Sei que não sou referência para muita coisa, meus gostos não são comuns. Mas cada vez mais me sinto incomodada com as redes sociais.

Não com o Orkut, Facebook ou Linkedin. O que me irrita é essa moda de redes sociais, de todo site, toda marca, todo mundo querer ter a sua rede social.

Ok, o Brasil é o país das redes sociais. Maior número de usuários no Orkut, invadindo outras redes como Myspace, Facebook, Twitter, Hi5, Sonico… Isso não significa que as pessoas se cadastram em qualquer coisa que aparece, e é isso que os criadores de conteúdo tem que entender.

Todo site de culinária tem uma rede social para troca de receitas. Todo site feminino tem uma rede social para as usuárias trocarem experiências. Sites para mães têm redes sociais para que falem sobre a educação de seus filhos.

Não digo que isso não é útil. Todo mundo gosta de dividir experiências, contar histórias, passar receitas, mostrar conhecimento. Mas precisamos fazer isso sempre da mesma forma, dentro do mesmo formato? E sinceramente, responda: toda vez que você se inscreve em uma rede social dentro de algum site, quantas vezes você volta? Aliás, você se lembra de todos os perfis que você tem? Mantêm todos eles ativos?

A verdade é que se tornou tão bonito falar em “fazer coisas diferentes” e “interagir com o consumidor, participar” que social media virou moda. E como todo mundo associa social media com rede social, e rede social é a mesma coisa que Orkut aqui no Brasil, todos querem um Orkut dentro do seu site.

Ninguém se preocupa em realmente inovar? Em pensar algo diferente de verdade?

Como tudo na vida, as coisas só são grandes ideias quando estão dentro de um contexto, quando fazem sentido ou são necessárias. Fora isso, são só ideias. E as ideias que tenho visto por aí são medíocres.

E aí você está trabalhando, se esforçando para sair do medíocre e pensar algo que funcione, que seja diferente, e ouve alguém que deveria entender tanto de tendências quanto você (talvez até mais) sugerir “poxa, podemos criar uma rede social”. O que você faz?

Que fique claro: social media é uma das coisas mais incríveis da atualidade. É psicologia pura, estudo e entendimento de comportamento humano na forma mais primordial que existe, e isto é fascinante. E, analisando do ponto de vista publicitário, é uma ferramenta sem precedentes – desde que se saiba usar. Não existe nada mais desestimulante do que ver as pessoas encarando isso como fazem com TV, em formatinhos pré-determinados de 5, 15 ou 30 segundos.

Não existe receita para mídias sociais, e nem tiros certos. É algo a ser muito bem pensado, caso a caso. E dói ver a banalização com que as pessoas pensam nisso – seja aquelas que querem encontrar o pixel mágico que faz os vídeos viralizarem (assim, se economiza criando um comercial de TV bem besta, para ser visto no YouTube algumas mil vezes), ou as que são profissionais da publicidade e trabalham em grandes agências, mas que aparentemente enfiam Twitter, Blip e Orkut em qualquer job que entre na pauta. [Webinsider]

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Fernanda Martins (fer4martins@yahoo.com.br) é publicitária e pode ser encontrada no Twitter @fer4 ou cantando com o Bonde da Inclusão.

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13 respostas

  1. E aí você está trabalhando, se esforçando para sair do medíocre e pensar algo que funcione, que seja diferente, e ouve alguém que deveria entender tanto de tendências quanto você (talvez até mais) sugerir ?poxa, podemos criar uma rede social?. O que você faz?

    eu? o que eu faço?
    bom, é exatamente esta a questão, se o cliente entendesse TUDO de publicidade, e de como promover a sua marca/produto ele NAO PROCURARIA UMA AGENCIA para isso!

    É SIMPLES!

    a culpa NAO é do cliente que quer fazer coisas iguais sempre, muito menos da moda de redes sociais, modinhas e caminhos prontos sempre existiram e sempre vao existir e é examamente pra isso que nós estamos aqui.
    Nós PUBLICITARIOS (ou futuuros;D) é que somos os responsáveis por iluminar a cabeça dos clientes e apresentar soluçoes com argumentos para que ele entenda o melhor caminho a seguir para aquele determinado caso.
    é por isso que somos chamados de PROFISSIONAIS nao é?

  2. Pedro,

    Não entendi seu comentário.
    No fundo, acho que você disse a mesma coisa que eu.

    Nâo vale a pena ficar fazendo as coisas por fazer, por estar na moda.
    Essa história de vamos fazer um viral é péssima, pois é como se houvesse uma fórmula mágica que viralizasse vídeos, e não há – e a busca por ela cria monstros que temos que aturar.

    Claro que isso tudo foi escrito com um olhar publicitário, mas grande parte dos comentários é do ponto de vista de usuária! Afinal, que publicitária que trabalha com online iria criticar parte do ganha-pão se quisesse, como você disse, apenas manter o faturamento da agência?

    Aliás, acho que isso tudo é uma bela crítica a quem faz Social Media apenas para isso, ou apenas por fazer!

    E a questão Verba Milionária x Internet é outra. Fora alguns casos de clientes com essa cultura online, a grande maioria deles não crê ainda na internet como um meio válido – muitas vezes, nem o próprio publicitário. E é por isso que ela ainda sobrevive com os restos da verba.

  3. Não gostei do artigo ou post ou seja lá o nome que queiram dar… Mas o fato é que achei tudo muito papo de publicitário (a).

    Ou seja, é a velha polêmica de vcs, publicitários:

    Verba milhonária X internet = Invenção troços para manter o faturamento de agencias obsoletas.

    Exemplo: Vamos criar uma campanha viral…

  4. Parabéns pelo artigo. Eu concordo com sua opnião… O mais importante é cuidar do conteúdo e não apenas estar presente numa quantidade x de redes sociais E principalmente estar ativo e atuante nos perfis…
    Sem deixar de lado a criatividade e procurando inovar realmente.

  5. Apesar da internet ter milhões de pessoas online ela é um ótimo lugar para se trabalhar com os nichos.

    Concordo que uma empresa não pode criar uma rede social pelo simples fato de achar que as pessoas irão se cadastrar para depois receberem spam desta empresa 🙂 Neste caso acho melhor criar comunidades nas já existentes.

    Recentemente conheci 2 redes sociais que me agradaram muito que é o orangotag.com e o filmow.com

    Um o conteúdo são séries de tv e você se organiza e marca os episódios que você já viu e o filmow você marca os filmes que já viu. Totalmente relevante para mim que gosta disso.

    Pra mim qualquer empresa que criar uma rede social com conteúdo pode gerar relevância para outras pessoas.

  6. Fernanda,

    Extremamente conveniente e pontual seu artigo, parabéns! É mania de brasileiro encontrar uma fenda e sair explorando sem sutentabilidade, alias, estamos na era da sustentabilidade. Não apenas do planeta, meio ambiente e afins, assim como do consumo, das tendências e comportamento. Nada que é usado desenfreadamente sem planejamento ou cuidado será sustentável. Um macro claro exemplo, o nosso planeta. Portanto, o valor da crise na criatividade está se revertendo ao desespero. Conforme comentado acima, é muito mais hábil pegar carona no que está fazendo a diferença, como twitter e encontrar um meio inteligente e não invasivo de aplicar a sua marca, produto, serviço etc.

  7. Acertivo quanto ao conteúdo.
    Porém pedir bom censo, pouco/muito/nenhum é uma forma de dizer nada.
    Alias, bom censo é uma coisa sempre solicitada e nunca definida, pois cada um tem a sua e, naturalmente, diverge da minha.

  8. Parabéns pelo post!
    Ele ilustra um pouco do modismo que é fazer publicidade na web.
    Quando o Second Life tornou-se famoso na imprensa, acontecia a mesma coisa. Profissionais ligados ao marketing esbanjavam Second Life nas discussões de estratégias que, muitas vezes, eram impensáveis. Antigamente, o que gerava PR era Second Life.

    Com o genérico mídia social é a mesma coisa. Pessoas falam em construir um site 2.0, ter meu site como uma referência ao target no assunto X, como se o site de uma marca fosse virar uma febre e passasse a ser frequentado assiduamente. É mais ou menos a teoria da bala mágica.

    O segredo é gerar uma experiência positiva às pessoas e isso pode acontecer de diversas maneiras, sem requerer um cadastro ou um compromisso maior por parte das pessoas.

  9. Oi Fernanda! Seus problemas terminaram!

    Para nossa sorte, as grandes redes sociais – como o Orkut, a praça virtual dos brasileiros – abriram seus códigos, baixaram seus muros. Empresas especializadas vem desenvolvendo funcionalidades novas para proporcionarem experiências participativas aos usuários e novas oportunidades de branding e PP para os anunciantes. Naquelas de o artista vai onde o povo está, já que mercados são conevrsações e gerlmente é mais fácil e oportuno tomar parte em conversas existentes (do que impor/supor/propor novas).

    Seu post ficou muito bom, por duas observações muito importantes para início de qualquer projeto:

    – cada caso é um caso, porque cada idéia, cada promoção, cada marca, cada empresa tem seu próprio potencial social;

    – nem sempre o usuário sai criando mais um cadastro com login.

    Convém, realmente, aproveitar os grafos sociais já formados, estudando suas características e pegando carona no contágio viral das redes.

    Bola bem levantada. Abraço!

  10. Partilhamos exatamente da mesma opinião, Fernanda! Há alguns meses eu coloquei isso no meu Twitter (http://www.twitter.com/pabloalmeida) diante da grande produção de sites que vem se baseando no Ning, se o pessoal (clientes e fornecedores) não tomarem cuidado, estaemos indo rumo a nova bolha…a bolha 2.0!

    Ao meu ver, isso se deve a falta de noção/critério do cliente pra entender isso…a flta de convivência no meio digital…

    Parabéns pelo artigo! 😉

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