Uma força que pode vir das agências

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Já faz um bom tempo que responsabilidades social e ambiental são temas recorrentes na maioria das empresas e até mesmo o terceiro setor se tornou um excelente negócio para as agências de comunicação. Isto porque a demanda de divulgação, criação de novas peças e de planejamento cresceu junto com o número de organizações que adotaram novas práticas de sustentabilidade (claro que quanto maior o projeto, maior será seu orçamento de marketing para garantir reconhecimento público) ou apenas incluíram algumas ações sociais e ambientais no seu dia-a-dia. Mas, claro, ninguém pode deixar de divulgar isso, já que para os stakeholders (públicos envolvidos no negócio) isso é uma parte importante que uma empresa que visa o lucro pode fazer.

Não, não estou criticando aqueles que usam projetos sociais e ambientais para criar uma imagem positiva e muito menos aquelas empresas que desenvolvem um trabalho que realmente contribuem para melhoria do nível de vida da população ou de pequenas comunidades. Até porque, fazer o mínimo já é um grande começo, pois o governo deixa grandes buracos que a iniciativa privada pode ajudar a tapá-los.

A minha intenção é voltar os olhos para o nosso umbigo, profissionais da área de marketing e de comunicação. Ou seja, é pensar no que poderíamos fazer por organizações não-governamentais sérias, que possuem pouco ou nenhum apoio para desenvolver seu trabalho. Acredito que o mais importante não seja destinar parte do faturamento das agências para estas instituições ? já que a maioria não teria condições para isso -, mas sim aproveitar a estrutura já existente da agência para desenvolver um planejamento e execução de ações de comunicação e marketing para contribuir com estas ONGs.

Basta lembrar o poder das ferramentas de comunicação, que desenvolvemos para nossos clientes, para perceber o quanto poderíamos ajudar as instituições carentes a alcançar os objetivos delas. E podemos até ir além, já que lidamos diariamente com fornecedores e empresas que também podem ser inseridos nesse pensamento, contribuindo, por exemplo, na hora de imprimir o material desenvolvido, cedendo espaço de divulgação (mesmo que em curto período), entre outros, e até mesmo ceder produtos e serviços que estejam em seu portifólio e podem melhorar processos ou suprir necessidades básicas.

Não acredito em voluntariado de forma isolada, com ações soltas e que não levam a um resultado esperado. Mas sim em um trabalho sério, sem fins lucrativos, desenvolvido com profissionalismo, que ajude a estruturar organizações não-governamentais (que realmente são carentes) a conseguirem uma base para continuar seus projetos sociais. E isto é possível ser feito por agências de pequeno, médio e grande porte, sendo apenas necessário entender a demanda destas instituições e saber até onde conseguem chegar com a estrutura que possuem.

O tema responsabilidade social ainda não saiu da pauta das empresas e poderia entrar na das agências. Existem ONGs que recebem verbas expressivas de grandes empresas, mas elas fazem parte de uma minoria. São inúmeros os projetos sociais e ambientais desenvolvidos em todo Brasil que não possuem apoio e que merecem contribuição. E é possível ajudá-los, basta apenas força de vontade dos empresários da comunicação. [Webinsider]

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<strong>Guilherme Girão</strong> (guilherme@2inc.com.br) é jornalista, com especialização em marketing pela Fundação Getúlio Vargas.

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6 respostas

  1. Acho super interessante o tema proposto pelo Gulherme. Meu projeto de conclusão de curso na graduação, em 2004 foi sobre a comunicação no terceiro setor, e vi de forma clara a necessidade de um modelo de assessoria de comunicação capaz de atender às demandas emergentes dessas organizações, e possibilitar uma atuação estratégica aos profissionais de comunicação em nessa área de atuação. Esse trajeto preza cada vez mais a busca pela profissionalização e pela compreensão de seu papel na sociedade e faz perceber que os princípios de um modelo de comunicação organizacional eficiente são uma prática necessária, tornando possível identificar desafios para os profissionais de comunicação em uma nova área de atuação, quer dizer, nem tão nova assim.
    Infelizmente o que vejo é o individualismo e o egoísmo ocuparem espaço cada vez mais nas agências, sempre na busca de clientes rentáveis e na verdade ninguém esta interessado em fazer caridades. Tenho muita vontade de contribuir mas não tive o aval das minhas sócias na agência para realizar este trabalho, pois elas não concordam em trabalhar voluntariamente,e infelizmente na correria do dia a dia não tenho tempo para me dedicar fora do horário de trabalho.
    Parabéns a todos que de alguma forma contribuem e me coloco à disposição no que eu puder ajudar.
    Abraços,
    Amanda

  2. Para reafirmar isso, passo um pouco da experiência que estamos tendo na organização que trabalho (Instituto DESS – http://www.dess.org.br).

    A partir de uma necessidade de criar algumas peças de comunicação, entramos em contato com profissional de comunicação que atua a mais de 20 anos no mercado.

    Além desta questão mais prática de criar essa idéia, ele passou a fazer parte do Conselho Gestor do instituto, contribuindo ainda mais para a causa.

    Na linha do artigo ele realmente esta participando pela causa, estendendo na verdade não apenas o apoio em algum item especifico, mas sim se propondo a ajudar a organização a encontrar soluções de comunicação, sejam feitas por ele ou por outros fornecedores (que podem até ser concorrentes de sua agência).

    Nos próximos meses teremos mais resultados que podemos com certeza compartilhar.

  3. Parabenizo a matéria pela atitude plausível de se pensar no lado social da coisa, embora vejo ingenuidade em parte dela. É importante sim unir esforços para tentar mudar a realidade, entretanto as agências menores, da qual faço parte, não tem tempo nem para se dedicar ao seu umbigo, todos sabem que a realidade é ter função acumulada e trabalho demais. Já as agências grandes é que tem bala para fazer esse trabalho e é aí que está o problema – agências grandes trabalham com as grandes verbas das grandes instituições do terceiro setor – será que eles abram mão dos BV´s, comissões de terceiros etc? Podem até bancar a criação, mas com certeza vão ganhar algo na produção. Eu também se fosse trabalhar para os grandes do terceiro setor, não cobraria nada para criar, afinal é um trabalho que aparece na mídia e dá visibilidade, agora fazer tudo de graça é sonhar num mundo ideal demais para atualidade,já passei dos 30 e não acredito mais em mudar o mundo, ideologia é bom mas o leite das crianças (minhas crianças) é imprescindível.

  4. Em primeiro lugar gostaria de lhe parabenizar pelo tema escolhido para o seu artigo.

    Sustentabilidade ainda não é um tema discutido em agências, sejam as tradicionais ou agências web.

    Aqui na Estratégia1 (www.estratégia1.com.br) desde de nossa fundação nos preucupamos com este tema e desenvolvemos algumas atividades relacionadas.

    Em nosso dia a dia utilizamos o papel reciclado.

    Como somos uma agência web o impacto de nossas ações cotidianas é pequeno se levarmos em consideração as demais empresas de outros setores.

    Pensando nisso passamos a ajudar a SHD (http://www.shd.org.br/responsabilidade_socioambiental.asp) onde desenvolvemos um trabalho com 28 crianças apoiando oficinas realizadas pela instituição e ajudando na compra de material relacionado (papel, vídeo, etc…)

    No final do ano para divulgar entre nossos parceiros e clientes o tema sustentabilidade enviamos um cartão.

    Me envie o seu endereço para que eu lhe possa enviar um cartão.

    Mais uma vez parabéns e fico a disposição para discutir e conversar sobre o tema.

    Um abraço

    Rafael Stein

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