Valeu a pena mandar retirar o vídeo do YouTube?

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A Justiça determinou que o Google tire do YouTube os vídeos modificados que satirizam uma campanha publicitária da motocicleta Dafra, sob pena de multa diária pelo descumprimento.

A decisão da Quarta Turma do STJ está sendo comentada nas redes sociais e pode render para a fabricante de motos mais problemas que a solução para o problema. Veja nota sobre a decisão no site do Superior Tribunal de Justiça.

Em março de 2009 a fabricante veiculou a campanha “Dafra – Você por cima”, que recebeu uma sátira muito bem feita: “Dafra – Você por cima da merda”, com o som original substituído por uma narração ridicularizando a qualidade da marca, seus produtos e os serviços de manutenção e reposição das peças. A campanha alterada se espalhou pela internet, deixando a Dafra muito brava, o que a motivou entrar na Justiça para que os vídeos fossem retirados do YouTube.

Passados quase cinco anos, a decisão da Justiça faz com que o tal vídeo voltasse a ser compartilhado nas redes sociais.

O que isso ensina? Muita coisa, uma delas nos remete aos tempos de moleque quando se colocava apelidos nos colegas. O apelido tinha maior chance de pegar se a “vítima” mais esperneasse contra.

E também, quando se trata de internet e redes sociais, nem sempre uma decisão da Justiça será suficiente para impedir novas publicações do mesmo vídeo e a liberdade de expressão.

Quase ninguém mais se lembrava desta sátira em vídeo. E tem muita gente garantindo que, com a retirada dele do YouTube, ele possa ser visto em outros canais existentes na internet.

Foi pior a emenda que o soneto e a marca ganhou uma rodada de ridicularizarão. Melhor seria investir tempo e dinheiro na melhoria dos seus processos de desenvolvimento tecnológico para garantir um produto melhor. A empresa corre o sério risco de ter sua marca relacionada a piadas e jargões que o povo adora criar para comentar situações boas ou más.

– E aí, como você está hoje?
– Ah, hoje estou por cima da Dafra.

Viu?

A melhor coisa que uma empresa pode fazer em uma situação como esta é aprender com o episódio. Analisar o quanto de verdade a sátira realmente mostra. Raramente alguém perde tempo satirizando marcas e pessoas sem um motivo. Mesmo que este motivo possa ser uma campanha de difamação. Salvos os humoristas de baixa qualidade que faturam com isso, mas este é outro tema. E nesta área as redes sociais são um rico oceano e está repleto de casos de difamação que não são contestados.

A Internet e as redes sociais criaram um cenário que supera ações, decisões e tentativas contra a liberdade de expressão. Bloquear milhões de serviços online de conteúdo é praticamente impossível. A liberdade de expressão agradece. [Webinsider]

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Wilians Geminiano é editor da FonteMidia Americas.

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