Wikileaks deve ou não ter licença para publicar?

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Provavelmente não está nos planos da EON Productions, companhia responsável pela produção dos filmes de James Bond, aumentar a lista dos filmes de James produzindo uma história cujo tema aborda o open source, a colaboração, as redes sociais, a individualidade, os segredos revelados ou a liberdade de expressão.

Cenas com James Bond atualizando o Facebook e seus amigos receberiam a seguinte atualização de perfil: James Bond curtiu a nova decoração do Royale. Ou postando no Twitter “cheguei em Paris, alguém sabe o paradeiro de Goldfinger?”. Talvez o Austin Power o faça. Mas onde eu quero chegar é que existe muito de James Bond no recente caso de WikiLeaks e seu fundador, preso por razões secretas e não pela publicação dos documentos.

Ao tornar público algumas verdades até então secretas, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, acendeu o estopim para uma nova discussão sobre o mundo digital colaborativo.

Uma discussão que vai além da simples definição da liberdade de expressão digital ou sobre a ética na web, no momento em que quase tudo é permitido e absolutamente tudo é vigiado.

É fácil colocar Julian na personagem de vilão nesse filme real. Afinal, sua atitude foi planejada e com conseqüências mundiais, o que é comum em vilões de Hollywood, como o homem da pistola de ouro. Julian e Bond possuem algo em comum, com uma vantagem para Bond. Ele nunca deixou que uma, duas ou milhares de mulheres o afastassem dos seus objetivos.

Os chefes das nações ainda estão digerindo o ocorrido. É difícil prever qualquer conseqüência, mas é impossível não pensarmos no que virá após este caso. Defendemos a geração de riqueza e conteúdo em processos colaborativos, códigos abertos, comunicação de mão dupla nas redes sociais e garantia da liberdade de expressão.

Mas onde fica a liberdade de “não expressão”, ou esse termo não tem espaço nessa discussão. Enquanto Bond tem licença para matar, WikiLeaks não pediu licença para publicar, aliás, isso ele jamais teria pedido.

O mundo não precisa saber o que os diplomatas acham dos tiranos, malfeitores e ditadores, tampouco conhecer os planos do BOPE para invadir o Alemão. Quem ganha o quê com isso? Aí vai minha sugestão.

Os cartões desvendados pelo site poderiam patrocinar uma campanha mais ou menos assim “Tecnologia: use com moderação”, afinal, anos e anos de desenvolvimento tecnológico custam caro, mas bloquear e restringir nosso acesso a ela não tem preço.

É dificil chegarmos agora a qualquer conclusão mas deixo duas questões. A primeira é o que ocorre se o site for tirado do ar? E a segunda que ele pode continuar publicando arquivos secretos e um dia desvendar algo que prejudique alguém ou mesmo uma nação? [Webinsider]

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Um abraço
Fabio

Fabio Witzki (fabioluizwitzki@hotmail.com) é publicitário, pesquisador de publicidade colaborativa e professor uiversitário. E quase twitteiro.

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10 respostas

  1. Acho o x da questão nessa situação toda,é de que algum dia seja publicado algo comprometedor que venha afetar um nome,um estado ou até msmo uma nação.

  2. Desculpe nao concordo, colocar as coisas dentro de uma categoria o mundo nao precisa disso, da margem a varias interpretacoes. Para alguns o mundo nao precisa de A e para outros de B, Mas sempre vai ter alguem que acredita que o que voce faz, seja A ou B, nao e necessario.

    Antes de divulgar as comunicacoes dos embaixadores americanos, a Wikileaks, divulgou toda uma gama de tambem outros importantes documentos. O assasinato de fotografo e tradutor guia, no Iraque, utilizando o predator.

    O que fica disso tudo e que ate para a diplomacia as coisas devem mudar, seja num maior controle das informacoes, seja numa outra abordagem nas comunicacoes entre diplomatas e governos.

    Lembra anos atras, quando o Rubens Ricupero, caiu por falar determinadas verdades, que sao sempre negadas diante das cameras. Da para imaginar que aquilo ali a verdade dita em off, era uma ideia para um futuro Wikileaks. Claro que nao e o caso.

  3. O Wikileaks mostra mais uma vez, que dizer a verdade pode ser perigosa e que na verdade não existe nenhuma democracia de verdade, tudo na nossa volta é uma grande mentira, pois tudo é dominado por dinheiro e dinheiro traz poder e quem tem pode mandar e mandar com todos.
    Mas há uma grande esperança – pois a luta contra o dinheiro já começou e quando superamos o nosso sistema primitivo ai sim seremos livres em todas as questões…

  4. Não foi Assange que divulgou. Ele só espalhou a divulgação. Fez buzz, e buzz funciona! Sobre a prisão, me fez lembrar Alcapone que foi preso por um crime de menor importância. Fica a lição: meça a força do oponente. Não entre na briga sem a certeza de que vá vencer.

  5. Assange publica o que bate nas fontes dele, sem filtro de relevância.

    Só pedem liberdade de expressão na internet, mas ações do tipo “quem quer invadir Fulano de Tal põe o dedo aqui” só pra colocar medo chega a ser infantil.

  6. Pingback: Tweets that mention » Wikileaks deve ou não ter licença para publicar? Webinsider -- Topsy.com

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