Se você trabalha na área de marketing, é bem possível que já tenha recebido uma corrente de e–mail que mostra, com humor, diferentes técnicas da área sendo aplicadas para alcançar um mesmo objetivo: um homem conseguir levar uma mulher para a cama.
Deslizes conceituais à parte, a mensagem ilustra, entre outros casos, o personagem masculino usando uma versão distorcida do marketing direto, onde ele, sem muita cerimônia, lança a frase “Sou muito bom de cama” a uma cliente prospect.
Navegando pela web, principalmente em sites com objetivo comercial, fica evidente a impressão de que as pessoas por trás estão tentando usar o tal “marketing direto”. Sim, porque parece não existir a mínima preocupação em realmente conquistar a confiança do usuário antes de avançar. É tudo bem seco e direto. Como se costuma dizer na gíria: na lata.
Em outros tempos, os websites solicitavam apenas os dados cadastrais mais usuais (nome, e–mail, cidade/estado e telefone). Rapidamente, espalhou–se a mania de pedir dados demográficos (sexo, idade, escolaridade, renda, profissão e setor de atuação), adicionando ai uma página no formulário e um passo a mais no processo.
Faz diferença saber se o usuário é um rico advogado ou um estudante de segundo grau sem renda própria? Claro que sim, mas, aparentemente, a maioria dos websites que pedem a informação não a utilizam de forma efetiva, adotando apenas como um dado estatístico para argumento na venda de publicidade.
Mais recentemente (na escala de tempo da internet), começou–se a pedir também informações sobre preferências pessoais. Agora, o portal sobre cachorros domésticos quer saber até se o estilo de musica preferido dos seus usuários e jazz, blues ou rock. Sim, outra página no complicado cadastro e muito mais chances de perder o usuário no meio do processo.
Agora, vamos pensar em relacionamentos entre pessoas de verdade. Alguém que queira estabelecer algo duradouro e proveitoso, provavelmente não adotará a postura “marketing direto” logo de cara. Ela poderia muito bem funcionar, mas, também deixaria uma impressão equivocada, como de alguém em desespero, por exemplo.
Em vez disso, é preferível adotar uma postura mais moderada e, progressivamente, ir ganhando a confiança. Cada vez que se passa uma diferente fase do relacionamento, conquista–se o direito a obter novas informações. E, em muitos casos, as informações acabam vindo sem que se pergunte muito. Falar só de si mesmo não é um defeito extremamente comum de muitas pessoas?
No fim, percebe–se que algumas preocupações por trás dos dois tipos de conquista são similares. A idéia é agir com calma para poder agir sempre.
Em vez de um longo formulário de cadastro, pegue apenas o básico para ir aprendendo mais com o tempo, num processo evolutivo. Conhece alguém que pergunte o numero do passaporte no início de um relacionamento amoroso? Bem, é isso o que uma conhecida livraria online brasileira pede no seu cadastro. Talvez ela esteja adotando uma nova ferramenta do marketing, o internacional. [Webinsder]
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