A evolução do velho hábito de baixar arquivos

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Ricardo Senise



Byte a byte, lentamente, acompanho os downloads. A conexão rápida e o espaçoso HD de meu micro certamente contribuíram para eu chegar ao nível atual: arquivos de 700, 800 Mb. Espero inclusive por um arquivo 1,15 Gb, mas reconheço que é uma excentricidade.



Há oito anos baixar arquivos de 1 Mb era uma aventura. Conexão discada, modem de 14.400 bps. Quando descobri o Get Right, software que permitia recuperar downloads interrompidos, meus problemas pareceram resolvidos. De fato, na época, estavam.



Os modens de 28.8 e 56 kbps foram por muito tempo suficientes para minhas aspirações. Os softwares tinham em média 10 Mb, nada que não pudesse ser baixado em 3 ou 4 madrugadas. A conta de luz ia às alturas, mas a do telefone, não, viva o pulso único!



No serviço eu já descobrira o Napster, e todas as gravações piratas disponíveis. O último show do Led Zeppelin em 3 CDs, um show do Television em Nova York, em 1977, um show acústico do The The em 1999 ou 2000, um pirata do Radiohead de 1996.



Quando cheguei à conexão rápida em casa, descobri os vídeos. Trechos de shows, videoclipes, comerciais gringos. E agora baixava as músicas em casa, não precisava mais queimar CDs para trazê–las do serviço. Experimentei até baixar um filme, “Monsters, Inc.”, mas tive preguiça de vê–lo sem legendas e o apaguei. Logo depois um amigo me deu a dica: baixar arquivos de legendas e abri–los juntamente com os filmes!



Logo descobri que o tamanho ideal para filmes era cerca de 700 Mb, ótima relação custo/benefício: a qualidade da imagem é boa e o arquivo cabe em um CD. Mas, mesmo com conexão rápida, 700 Mb demoram para serem baixados. Portanto, para matar uma vontade súbita de assistir a algum filme, a melhor saída ainda é a porta, rumo à locadora mais próxima.



Mas a idéia de baixar arquivos de 700 Mb já não me assustava mais. E logo me deparei com arquivos compactados contendo discos na íntegra. E não apenas discos simples, mas caixas! As caixas de CDs que eu comprava quando o dólar e o real tinham valor equivalente, mas hoje são inacessíveis. E também arquivos com obras completas de música clássica – ou erudita, como queiram. Todas as sinfonias de Beethoven. A íntegra do Anel dos Nibelungos, de Wagner. Também de Wagner, Tristão e Isolda, Parsifal, Cavalgada das Valquírias. E a íntegra da obra de Chopin.



Descontadas as devidas proporções, continuo no mesmo estágio de 1996. Observando downloads byte a byte, torcendo para logo ficarem completos. Um homem nunca cresce, apenas seus brinquedos ficam maiores – e mais caros. A comparação é válida para a informática. [Webinsider]


Artigos de autores diversos.

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2 respostas

  1. A cultura de baixar arquivos é imortal! Mas evolui sempre…
    Fazer download de arquivos para armazenar no próprio HD logo vai se tornar obsoleto com a consolidação dos serviços de cloud, ou nuvem.

  2. Nada contra baixar arquivos de filmes, shows ou cds de musica, mas definitivamente não curto
    essa, sempre que posso, prefiro comprar o cd o-
    riginal, acho o máximo pegar o disco colocar no
    aparelho de som, acompanhar as letras, namorar
    o encarte, enfim, um ritual, que não abro mão!
    Longa vida aos cd´s !!!!

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