Celulares: ninguém está livre da clonagem

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Andréa Cortez,
da Folha de Pernambuco

Há pouco tempo, os Procons viviam lotados de queixas e os jornais recheados de notícias sobre clonagem de celulares. Hoje, as coisas parecem estar sob controle, isso porque as operadoras de telefonia móvel têm se utilizado das novas tecnologias para evitar maiores tormentos aos seus clientes, principalmente de sustos desagradáveis relacionados às exorbitantes contas telefônicas.

Apesar de tanta segurança, não é difícil encontrar alguém próximo que já tenha enfrentado o problema da clonagem de celular.

Mas, será que você sabe como as quadrilhas agem e conseguem fazer uma cópia da sua linha sem que você sequer perceba? Em geral, clonar um celular não é lá uma tarefa tão difícil nem exige muita mão–de–obra de quem tem conhecimento prévio em telefonia.

Como regra geral, as quadrilhas especializadas em clonagem utilizam um scanner de freqüência ou um receptor de rádio de alta freqüência e, a partir desses equipamentos, conseguem identificar os números da linha e de série do aparelho. Os dados receptados são transferidos para um celular clandestino – na maioria das vezes, roubado – e, pronto, seu celular ganhou um clone e você, certamente, uma dor de cabeça enorme.

Não é à toa que a maioria das fraudes acontecem em aeroportos. Nesses locais, o uso de tais equipamentos (de rádio) é feito em larga escala, principalmente para manter a comunicação e o controle junto às aeronaves. É justamente por isso que, nesses locais, os celulares se tornam mais vulneráveis aos ataques criminosos, mesmo aqueles que utilizam a tecnologia digital (tida como mais difícil de ser clonada).



O professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Djamel Zadock, explica que a vulnerabilidade das pessoas nos aeroportos se dá porque, na maioria da vezes, elas estão se deslocando para lugares fora da área de cobertura das suas operadoras.



Isso quer dizer que, para completar uma ligação, os sinais precisarão ser trocados entre um celular e uma ERB (estação radiobase – antena) mais próxima, prato cheio para os falsificadores. “No Brasil, o sistema de roaming é feito através do sistema AMP, que é analógico – um formato totalmente aberto, sem nenhuma codificação (justamente o contrário do formato digital), o que facilita a clonagem”, destaca Zadock.

Nesse processo de diminuição das ocorrências de clonagem, a evolução da tecnologia na telefonia móvel e nos modelos dos aparelhos celulares têm papel fundamental. O formato analógico (que ganhou popularidade no país na época em que a telefonia móvel era controlada pelas teles estaduais), por exemplo, é mais vulnerável aos ataques por possuir um sistema de segurança baixo.

Já na freqüência digital, a preocupação com a segurança é bem maior, até porque, além de voz, a transmissão de dados ganhou maior amplitude, daí a necessidade de garantia de maior privacidade.

Mas, segundo especialistas, isso não quer dizer que os celulares digitais estejam livres da clonagem. É tanto que, logo que foram lançados, dois estudantes da Universidade da Califórnia, em parceria com um especialista em criptografia de computadores, anunciaram, em abril de 1998, a produção de um clone de aparelho digital. Eles levaram seis horas até quebrar os códigos de segurança do Global System for Mobile Communications.

Usuários não têm muitas opções

Apesar da precaução das empresas, a redução dos prejuízos e das queixas nos Procons, o fato é que a clonagem continua causando alguns transtornos aos consumidores. Isso porque, embora as operadoras informem o acontecido às vítimas, ao ter um telefone clonado só resta ao cliente duas opções: trocar de número ou de aparelho.

É justamente nesta etapa que começa a dor de cabeça. De um lado, a operadora não quer ter prejuízo, apresentando planos especiais de pagamento na tentativa de convencer o consumidor a comprar um novo aparelho. Do outro, está o cliente que, por sua vez, não quer perder o número e, na maioria dos casos, não está nada disposto a mexer no bolso por conta da fraude.

A publicitária Lise Suassuna já passou por isso. Dependente do celular para trabalhar, ela conta que, até conseguir normalizar a sua situação, foi obrigada a esperar para não ter que comprar um novo aparelho. “Por pouco, não comprei outro. Quando cheguei na central de atendimento da operadora, me disseram que a loja não tinha um modelo igual e eu teria que esperar que ele chegasse. Isso demorou mais de uma semana, mas, depois de muita pressão, eles me entregaram um aparelho novo e, assim, mantive o meu número”, relata Lise.

Já a comerciante Cristina Cavalcante sequer foi avisada pela operadora de que estava sendo vítima de clonagem. “Descobri porque, num determinado dia, fui tentar fazer uma ligação e não consegui, apesar de não ter nenhuma pendência. Entrei em contato com a TIM, foi quando me informaram que o meu celular tinha sido clonado. Caso contrário, teria continuado com o telefone bloqueado e sem saber de nada”, revela a comerciante.

Assim como Lise, Cristina também recebeu o mesmo comunicado de que teria que trocar o número da linha ou o celular. Inconformada com a situação, ela acionou o Procon. “Eu não tinha culpa, então, por que eu teria que assumir um erro que não era meu?”, indaga. O desfecho veio pelo órgão, que determinou que a operadora deveria lhe fornecer um novo aparelho.

Operadoras não falam sobre o assunto

Apesar de tanta precaução no combate à clonagem, as informações ainda são escassas. O consumidor tem que se contentar com um aviso de que o celular foi clonado, nada mais. O problema é que as operadoras eximem–se de comentar maiores detalhes sobre o assunto.

A TIM se limita a informar que o monitoramento e detecção do clone é feito por um software. A explicação dada é de que, ao divulgar a forma como se dá o processo “anti–clonagem”, a empresa poderá estar tornando o equipamento mais vulnerável a ataques.

Com a negativa de declarações de diretores ou técnicos da operadora, a assessora de imprensa da empresa, Denise Chagas, explica que cada cliente possui um perfil de ligação, que é monitorado constantemente. “Quando se verifica alguma alteração brusca nesse comportamento, a linha é bloqueada. Em seguida, o cliente é convidado a passar em umas das lojas de atendimento para solucionar a questão”, destaca.

A assessoria de imprensa da BCP também afirma que a mesma não se pronuncia sobre o problema, apenas garante que, “tecnicamente, é impossível clonar um celular digital, já que, na rede digital, as informações circulam em forma de códigos (criptografados) que só podem ser lidos pelos técnicos da empresa”, alertando que a denúncia de qualquer irregularidade deve ser repassada para a BCP.

A Oi segue a mesma política, afirmando também que é praticamente impossível se clonar aparelhos com tecnologia GSM.

Tecnologia pode fazer diferença

A Oi destaca a dificuldade de se clonar um celular com a tecnologia GSM. Conforme a assessoria da operadora, “a ação dos piratas é dificultada devido à uma codificação dinâmica e uma mudança automática de freqüência nos aparelhos”, evitando que o canal seja monitorado.

No caso do sistema analógico ou TDMA, as brechas ficam abertas porque a comunicação é feita por um único canal.O SIM Card é outro produto à disposição dos usuários. O chip tem a função de criptografar as ligações, ativando, através de senha pessoal, uma chave randômica de 128 bits. Assim, cada ligação é autenticada, dificultando a clonagem.

Segundo a GSM Association, todo esse aparato contribuiu para a inexistência de clonagem de aparelho com GSM desde a implantação da tecnologia, em 1991.

O professor Djamel Zadock, no entanto, destaca que um celular GSM não está livre da fraude. “Basta ter um celular GSM que será possível interceptar o conteúdo de outro”, declara. “Apesar da opção de criptografar as ligações, isso não quer dizer que todo usuário tenha acesso a ele”, complementa.

Dicas de prevenção



– Veja se sua operadora oferece autenticação do aparelho;
– Peça à operadora o bloqueio de discagem internacional e/ou 0900. Em caso de fraude, o prejuízo é menor;
– Evite comprar celular fora de redes credenciadas;
– Se tiver de deixar o aparelho para conserto, faça–o somente em lojas credenciadas pelo fabricante e com o número excluído da memória;
– Não empreste seu aparelho a pessoas que você não tenha total confiança;
– Ao perceber ruídos estranhos ou se receber muitas ligações erradas, entre em contato imediatamente com a operadora;
– Ao suspeitar que o celular sumiu ou foi roubado, comunique–se imediatamente com a central da sua operadora. [Webinsider]

Artigos de autores diversos.

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16 respostas

  1. Bem, estou vendo que duas pessoas já reclamaram que tiveram seus celulares pré-pagos clonados no Rio de Janeiro; agora acho que sou a terceira pessoa. Fui ligar pra minha mãe mas não consegui: ouvi “boi na linha” e a ligação caiu numa fração de segundo. Hoje recebi uma mensagem da Vivo avisando que meus créditos estão acabando, sendo que não consegui ligar pra minha mãe, e havia feito uma recarga de 100 reais há poucos dias. O que é que tá acontecendo por aqui, hem?!

  2. acho que estou sendo clonada pois ,coloquei um credito de 18 reais, e no entanto veio 50 reais. a parece qie quando recebo ligações tem duas pessoas falando ao mesmo tempo.

  3. Como eu consigo provar que ex-companheiro clonou chip da ex-companheira? Ele se dirigiu a operadora de celular com documento dela, comprou um chip virgem e não bloqueou o número (chip antigo). Começou a enviar mensagens como se fosse ela. A operadora não é obrigada a emitir comprovante dessa compra com assinatura dele? Há algum modo de provar essa clonagem pelas mensagens?

  4. o meu celular axo q esta clonado, e meu maridaooooooo ta desconfiado q eu esteja o traindo; sera q ele sabe d lguma coisa?

  5. Minha esposa tá com um bailta problema, estão ligando pra ela dizendo que algém ligou de seu n° e falou obscenidades, sacanagen e outras coisas, também completam falando que o tel cel da pessoa foi roubado e o n° é exatamente igual ao que está ligando pra ela. Não sei se ela teve o chip clonado na loja C&A ou se está sofrendo algun golpe desses de presídio, talvez seja os dois.

  6. ACREDITO QUE MINHAS LINHAS CONJUGADAS DENOMINADAS (TIM CASAFLEX )TENHAM SIDO CLONADAS , MAS SEGUNDO A OPERADORA DIZ QUE NÃO COMO POSSO TER CERTEZA E QUEM ME PODE RESPONDER , SENDO QUE EU NÃO TENHO NENHUM ACESSO AOS MEUS DADOS E SOMENTE ELES É QUE TEEM , QUEM NOS GARANTE QUE ATÉ QUE SEJA FEITO UMA VISTORIA , ELES NÃO APAGUEM OS RASTOS DE UMA POSSIVEL CLONAGEM , BEM ATÉ QUE ALGUEM ME RESPONDA ESTOU PAGANDO UM ALTO PREÇO .

  7. ola, tenho dois numeros tim e vivo, sao prepago, nao sei com estao clonads, apessoa sabe tudo q falo ate as msg q envio, e mora a 400kl, ainda me liga e me conta tud q falei n clr, sabe tds os numeros q falo, como???
    ja ouvi fala num aparelho vendido n uruguai q entercepitas ligaçoes e grava, nao consegui descobrir o nome d aparelho, ja consegui atravez de font segura q o aparelho axiste, serv pra clonar numero de qulquer operadora gsm, o aparelho e pouco maior q um clr, valor aproximado dois mil reais. email. travoltacortez@hotmail.com

  8. COM PELO MEU MERO CONHECIMENTO SE LAGUEM EM NOME DA OPERADORA LIGAR E PEDIR PARA FAZER ALGUM TIPO DE ALTERAÇÃO OU PEDIR PARA DIGITAR NUMEROS COMO:
    Tipo de fraude:
    Ocorre quando o cliente recebe um TIM Torpedo POR EXEMPLO INFORMANDO que o seu serviço de Siga-me está ativo. Após ler a mensagem o cliente pensa estar desativando o serviço. No entanto, ao realizar a programação que está na mensagem recebida, ele programa o Siga-me para outro número.
    A mensagem recebida é a seguinte: ?Atenção seu serviço siga-me está ativo para desativá-lo digite: * * 2 1 * # ?.
    A mensagem é recebida do serviço 144.
    Com isso, o cliente fica com desvio de ligações ativo e são geradas ligações que serão cobradas em suas faturas.

  9. Na minha ultima conta apareceram torpedos para a Autralia, horas, só conheço a Australia pelo mapa.
    Liguei na operadora e disseram que eu realmente tinha feito as ligações… É uma pura falta de respeito, acionei o Procom e sai da operadora.

  10. De fato estão clonando os celulares de qq operadora, até da Nextel.

    O meu TIM foi clonado em uma visita recente ao RJ e a TIM além de não assumir, sequer me deu satisfação.

    O telefone é pré-pago e ainda assim foi clonado e os créditos sumiram 15 minutos após a carga o que me acarretou uma série de outros prejuízos financeiros além dos R%50,00.

    A TIM também fixou de me enviar uma lista detalhada das ligações que eu teria feito e que seriam as responsáveis pelo sumisso repentino dos créditos e é claro não mandaram.

    Isso está virando uma brincadeira de péssimo gosto e a divulgação é a única ferramenta de combate.

    Parabéns pelo trabalho.

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