A empresa Big Brother e o acesso vigiado

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Fávio Xavier



O terrível Big Brother, do livro 1984, de George Orwell nunca foi tão levado a sério como agora. É muito interessante que um escritor tenha pensado quase 20 anos atrás sobre a possibilidade de existir uma entidade onipresente que pode ver e saber tudo. Só que, talvez, Orwell não imaginava que essa entidade um dia iria de fato existir. E o pior, que essa entidade não é Deus, é a empresa.



Historicamente, funcionários sempre foram monitorados. A diferença entre os graus e a freqüência dos monitoramentos variava apenas de acordo com o tipo de trabalho, fatores econômicos e a tecnologia disponível. Só que hoje os servidores de qualquer porte podem fazer este tipo de monitoramento de maneira mais rápida e eficiente.



Meu pai, por exemplo, foi durante muito tempo um trabalhador que literalmente batia o cartão de ponto na empresa. Era o controle mais rígido que havia na época e todos os funcionários morriam de medo de serem dispensados se chegassem atrasados. Por essa razão, ele sempre saía de casa com pressa e muitas vezes com bastante antecedência para evitar qualquer eventualidade que o impedisse de bater o cartão na hora certa.



É claro que hoje isso ainda existe, a única diferença é que esse monitoramento pode ser feito com mais detalhes, de forma constante e invisível para o funcionário. Isso é fundamental para a identificação daqueles que realmente produzem e fazem a sua parte na organização em detrimento dos outros que simplesmente usam os recursos disponíveis em sua estação de trabalho para navegar e fazer o download de material que muitas vezes não tem nada a ver com foco dos negócios da corporação.



A grande discussão é que atualmente a tecnologia oferece às organizações a “habilidade de cruzar a linha entre monitorar o trabalho e monitorar o trabalhador”. O objetivo, obviamente não é o de destruir a confiança e a independência do funcionário, mas sim o de simplesmente fazer o uso racional de recursos, impedindo gastos com infra–estrutura e pessoal desnecessário. Com efeito, o monitoramento torna–se então uma ferramenta praticamente indispensável, pois no mundo corporativo, qualquer diferença mínima em custos pode gerar uma vantagem competitiva que viabiliza uma venda ou o fechamento de uma parceria.



É claro que a internet tornou o mundo dos negócios mais dinâmico em seus procedimentos cotidianos, mas ao mesmo tempo ela possibilitou o acesso a um mundo de recursos interessantes para a estação de trabalho de cada funcionário. De fato, com todas as opções de jogos, sites de esportes, de notícias, de entretenimento, entre outros, com um simples toque de um botão do mouse fica muito difícil resistir à tentação.



Com links dedicados (versus o velho modem de 56k), também é bastante simples entender porque a maioria dos downloads no mundo é feita durante o horário comercial. Isso causa um pânico generalizado em todas as empresas, que afinal têm que conviver com softwares e outros materiais de origem questionável presentes em suas estações de trabalho. Isso pode gerar outro problema em potencial sobre a harmonia no ambiente de trabalho, uma vez que em grande parte das empresas existem computadores com screensavers e panos de fundo de mulheres semi–nuas e há um grande tráfego de arquivos de material questionável por e–mail. O problema está ficando cada vez maior.



As poucas empresas que pensaram em algum tipo de solução usaram o bom senso para criar uma política aceitável de utilização dos recursos, especialmente da internet. Essa política é passada a todos os funcionários durante o período de treinamento e em alguns casos faz parte do contrato de trabalho. As políticas deixam bem claro para os funcionários que tipo de utilização da internet é permitida, que tipo não é permitida e quais as conseqüências das violações dessas regras.



Graças aos avanços na conscientização de pessoal e com a ajuda pró–ativa de softwares de filtro de conteúdo com políticas flexíveis, hoje é possível achar um balanço aceitável entre a produtividade dos funcionários pelo seu tempo de trabalho e as horas aceitáveis de utilização pessoal da internet. Porém, um mecanismo eficiente de filtragem sobre o que é acessado em qualquer empresa é realmente indispensável. [Webinsider]



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