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Escrevo para comentar a matéria A tirania do isolamento. Gostaria de aprofundar um comentário.

Então a empresa deve liberar totalmente aos seus empregados o acesso à internet? Assim foi proposto na matéria. Entretanto é necessário buscar experiências mais profundas para realmente chegar a uma conclusão.

A questão é saber até onde vai a ferramenta e onde começa a confusão. Os profissionais liberais são seus próprios patrões e utilizam a internet de forma coerente. Procuram tirar dela oportunidades de negócios. Mantém uma disciplina individual.

Quando uma pessoa tem que fazer por si, mandar em si e tirar o lucro por si, não há campo mais eficiente para disciplinar o trabalho. Qualquer falha atinge o orçamento. Desta forma a parte nociva da internet acaba sendo cortada naturalmente e o profissional passa a buscar idéias de como aproveitar melhor a internet para o seu trabalho.

Cada caso é diferente. Em uma empresa onde o profissional está ali cumprindo horário é o caso de maior desleixo, não há responsabilidade. Ele busca meios de escapar da escravidão, pois o trabalho não é um gosto, uma vocação, mas uma obrigação.

Aí acontecem os abusos. Se o trabalho não atrai o subordinado, parte da culpa está na empresa, que não sabe motivar seus funcionários. Quando a empresa coloca regras demais o funcionário passa a trabalhar com má vontade e pode buscar na internet proibida a sensação de escapar da escravidão. Este já seria um problema de base, a falta de vocação e motivação.

Já um profissional que cumpre metas dificilmente vai abusar da internet. Este tem a tendência normal de cobrar de si o cumprimento das metas, porém com liberdade na forma de cumpri–las. É um tipo de disciplina muito interessante e os abusos, se ocorrerem, atingem diretamente o cumprimento da meta no tempo determinado.

Por abusos podemos entender atividades que consomem banda e recursos da empresa (como acessar programas de troca de músicas, baixar vídeos, ouvir rádio em streaming) ou riscos à segurança que facilitem vírus e invasores.

Esta é a questão: ensinar o profissional a detectar o erro e corrigi–lo. Desta forma não se necessitará mais que um diálogo aberto entre empresa e profissional para sanar o caminho do meio, a melhor alternativa entre o uso abusivo e sem consciência e seu oposto, a proibição.

A educação é uma fórmula vagarosa, mas muitas sementes viram árvores e acabam dando frutos. [Webinsider]

Avatar de Julio Cesar Carraro

<strong>Julio Cesar Carraro</strong> (innovart@terra.com.br) é diretor de tecnologia.

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