A migração de antigas plataformas de software para as tecnologias Java e .NET é uma opção atrativa para se evitar a defasagem dos sistemas nas empresas. Muitas vezes, os diretores se deparam com o dilema: manter os sistemas como estão (legados) ou reescrevê–los?
Manter é problemático: os legados não conversam com novos sistemas, não podem aproveitar a infra–estrutura de comunicação da web e às vezes não têm interface gráfica. E os desenvolvedores ou já não estão na empresa ou se encontram cada vez mais “escassos” no mercado.
Por outro lado, reescrever exige que todo o investimento original seja refeito – o que toma muito tempo e em geral consome uma verba de investimento que já não existe na maioria dos orçamentos das empresas brasileiras.
Outra perspectiva ––
A recente alternativa da migração de software traz uma visão completamente nova. O processo de conversão exige cerca de 25% do tempo de desenvolvimento do sistema original. Quer dizer, se um sistema levou um ano para ser feito, a migração pode ser realizada em cerca de 3 meses, considerando–se, inclusive, a fase de testes. Significa uma redução de até 75% no tempo de desenvolvimento original.
Outro ponto de interesse: os custos de migração, em geral, representam 15% a 20% do custo original de desenvolvimento –– considerando–se aí o tempo de testes e toda consultoria envolvida.
Na prática, migrar pode gerar uma economia de até 85% em relação aos investimentos em reescrever. Com a vantagem de se aproveitar em 100% as regras de negócios “embutidas” no software original. O software envelhece; mas as regras de negócio, quase nunca.
A nova geração de softwares de migração faz com que não seja preciso recomeçar toda a sua plataforma do zero. Esses programas também são bastante diferentes de antigos “módulos de adaptação”, que acabavam não sendo eficazes, pois eram verdadeiros “remendos” colocados para funcionar com o código antigo.
Outro nível ––
Os processos de conversão atuais usam programas com técnicas de inteligência artificial e redes neurais. Sem comparações.
O resultado é um código inteiramente reescrito, mas em nova plataforma. Evidente que os programas não fazem 100% do trabalho automaticamente, mas conseguem traduzir de 80% a 90% da antiga plataforma, restando aos programadores um trabalho de adaptação que representa 10% a 20% do total do código.
É por isso que a alternativa de migração – com as novas tecnologias de hoje – pode representar economias de tempo e dinheiro tão significativas.
A vida útil dos sistemas é cada vez mais curta. E as margens dos negócios têm se estreitado, em função da alta competitividade em todos os mercados. Há cada vez menos dinheiro “novo” para investimentos.
O setor de tecnologia nas empresas acaba ficando como o “presunto do sanduíche”: vêem os sistemas ficarem obsoletos cada vez mais rápido e, ao mesmo tempo, vêem as verbas de investimento sendo reduzidas. E não estamos falando somente de empresas pequenas e médias, mas também das grandes.
Afinal, foram as grandes empresas que receberam fantásticos investimentos em tecnologia, muitas vezes em softwares que envelheceram bem mais rápido do que o previsto. Em certas situações, o sistema sequer se pagou e já mostra necessidade de ser substituído para acompanhar o ritmo de automação comercial, sobretudo quando a web usa a rede como infra–estrutura de comunicação.
Os pacotes mais modernos de migração começaram a chegar no Brasil há poucos meses – o que explica o grande desconhecimento empresarial acerca do assunto.
O ponto fundamental é que os benefícios da migração não são apenas financeiros. Migrar significa aproveitar aqueles softwares já desenvolvidos especificamente para a empresa, aproveitando todo o conhecimento embutido. É muito diferente de sair do zero, de novo. E é muito, muito mais rápido. Além disso, ao converter sistemas legados para Java ou .NET, cria–se um potencial para redução de vários custos indiretos associados ao sistema anterior.
Feita a migração, os “novos” softwares podem ser acessados em ambiente web (reduzindo custos de infra–estrutura de comunicação), podem utilizar web services (ficando mais poderoso) e podem se integrar facilmente a outros sistemas mais modernos, tornando homogênea a base de aplicações da empresa.
Caem os custos de suporte e manutenção, pois não há necessidade de se manter técnicos de diversas especialidades. [Webinsider]
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Artigos de autores diversos.