Recentemente a Macromedia lançou novas versões da sua suíte de produção para a web e alguns add–ons para eles. O mais recente é a versão beta do Central, um produto totalmente novo, ou quase, que promete enaltecer o Flash ao extremo.

Central

Alguém se lembra do falido Active Desktop do Windows 98? é semelhante. O Central é um software instalado diretamente pelo plugin do Flash, ou seja, não te pergunta absolutamente nada, superfácil de instalar e com aproximadamente 2 MB na sua versão beta. Ele serve como um browser para aplicações ricas de internet (RIAs) feitas em Flash.

Hoje, já está disponível a aplicação de previsão do tempo que pode dar o alarme quando estiver chovendo ou baixar muito a temperatura numa determinada região dos Estados Unidos. Se o software der certo, haverá toneladas de outras aplicações, como de notícias e informações financeiras.

A principal vantagem dele é que é possível usar uma aplicação sem estar conectado à internet. É também especialmente otimizado para conexões discadas. Como ele processa interfaces feitas em Flash, a aplicação pode ser mais atrativa e maleável do as APIs (suporte de interface) padrão que os sistemas operacionais oferecem.

A Macromedia está trabalhando para embutir no Central todo o procedimento para cobrar do usuário pelo uso das aplicações de forma segura. Assim, o desenvolvedor não vai precisar se preocupar com essa parte complicada.

As desvantagens ficam por conta de mais um download de plugin para fazer, tecnologia
proprietária e custo de produção elevado.

Está bem, você decidiu investir numa aplicação rica e vai usar Flash como front–end. Mas como evitar o funil da transmissão de dados, a conexão HTTP GET/POST entre Flash e linguagens de servidor?

Flash Remoting

Uma ferramenta de servidor que torna mais rápida a conexão entre o Flash e Java, Coldfusion e .NET. Inclui uma série de funcionalidades para facilitar o desenvolvimento de aplicações ricas de internet:

• debugger que monitora os dados transmitidos em tempo real
• entrega os dados em XML recebido do Flashplayer sem a necessidade de um
  interpretador
• aplicações de segurança e de controle de sessão
  embutidos, que não deixam furos entre o frontend e o backend.

Essas aplicações podem ser enriquecidas usando vídeo–conferência e chat usando o FlashCom.

Flash Communication Server

Controla o fluxo de áudio e vídeo para que o cliente (Flash player) exiba o conteúdo na qualidade indicada para a banda do usuário. Além disso, fornece suporte para chat em tempo real, já que o Flash conversa direto com ele, sem intermédios. Esse chat pode oferecer áudio e vídeo também, ou seja, a conexão é multidirecional.

Os arquivos de Flash são por padrão exibidos em fluxo de dados, ou seja, mostram conteúdo na medida em que carregam. Cada animação por exemplo, tem tamanho fixo de quadros, independente da conexão do usuário. Conectado ao Flash Communication Server, o Flash pode exibir um vídeo com pulo nos quadros (efeito escadinha) para conexões discadas. Outro software que permite isso é o RealPlayer, só que seu servidor é mais caro.

E, finalmente, a nova versão do carro–chefe da Macromedia: o próprio Flash.

Flash MX 2004 Professional

Antes era insinuação, agora é concreto. Além da versão normal do Flash, a Macromedia lançou a versão Professional, voltada ao desenvolvimento de aplicações. Conta com grande número de componentes triviais de interface e outros mais complexos de acesso a dados. A configuração destes está mais fácil e detalhada.

Até então, o desenvolvimento das aplicações era usando a metáfora da linha do tempo (animação) do Flash, o que deixava em desconforto alguns desenvolvedores acostumados a dividir em formulários (telas). Agora, o Flash oferece esse suporte alternativo.

Os desenvolvedores estão reclamando que a nova versão da linguagem de programação do Flash, o Actionscript, mudou muito. A verdade é que ele está mais completo e parecido com o Java. Novas classes embutidas permitem controle fácil sobre operações cruciais como impressão, tratamento de erro e busca de dados, por exemplo.

Agora o Flash está muito mais rápido para interpretar HTML, ou seja, conteúdo. Pode inclusive interpretar tags IMG e abrir arquivos de CSS para formatação. Falando em CSS, o Dreamweaver está cada vez mais orientado nesse sentido.

Dreamweaver MX 2004

“Chega de layouts usando tabelas e spacers.gif”, diz a propaganda do novo Dreamweaver. Longe de ser completamente WYSIWYG (veja no que vai dar seu layout antes de testar no browser), a construção de páginas usando a filosofia tableless está muito mais fácil.

Ele inclui até um conversor automático de layout usando tags TABLE para layout usando tags DIV. A vantagem dessa abordagem é que o código se torna mais leve e correto.

A mudança da interface do software foi grande, está muito mais otimizada: a organização e os ícones dos comandos está muito, muito melhor. O suporte para linguagens de servidor aumentou: há behaviours de servidor, componentes, banco de dados e bindings, tudo no painel do Dreamweaver. O suporte para uso de modelos (templates) também está mais incentivado.

Com certeza, as mudanças no Dreamweaver trazem um ganho de produtividade do desenvolvedor bastante significativo. [Webinsider]

Frederick van Amstel

Frederick van Amstel (fred@usabilidoido.com.br) é editor do Usabilidoido e mestrando em Tecnologia pela UTFPR.