Sobre mensagens que não deveriam ser escritas

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Tempos atrás eu trabalhava em uma organização totalmente internetizada. Tudo era por e–mail. Havia dezenas de listas eletrônicas específicas, de setores, de projetos, gerais – uma verdadeira babel de arrobas.

Era uma batalha digital não cometer erros. Um belo dia uma colega convidou um técnico para resolver problemas no computador da casa dela.

No dia seguinte, outra se despediu de todos em uma lista geral da instituição, pois ia fazer curso no exterior. A que estava com problema no micro, deseja boa sorte e na mesma mensagem, postada para a lista, esculhamba o técnico que foi na casa dela – funcionário da instituição.

Só que a mensagem, que era privada, foi para todos: “Você não sabe o que fulano fez lá em casa…”. Foi o verdadeiro King–Kong virtual.

O e–mail não é como o telefone sem grampo, no qual as palavras voam com o vento. O texto escrito tem força, marca, fica, se multiplica, não se apaga, não controlamos. Aloja–se em sites, repercute na mídia, compõe processos judiciais, aparece em ferramentas de busca.

Sim, eu sei: avisem para o mundo lá fora que temos que ter calma na frente do correio eletrônico. Resultado: estamos sempre de piloto automático ligado e os acidentes internéticos se multiplicam.

Convivemos com esse paradoxo: temos de ser rápidos, exatamente em um tipo de comunicação que pede tempo. Duelamos com os erros da escrita e os rastros indesejáveis. Precisamos, assim, domesticar nosso mouse.

O ritmo instantâneo de respostas serve para muitos fins, mas é preciso escolher algumas, que vamos batizar de vagarosas, lentas, interioranas. Aquelas que merecem dormir no fundo da caixa postal por algumas horas, dias, ou para sempre.

Uma resposta, do tipo: “Acabo de ler seu e–mail e vou pensar. Respondo em breve”. Esfria bem a situação.

Dou exemplo. Um cliente, que estava com problemas momentâneos, me mandou uma mensagem irada, totalmente fora de contexto dentro da relação estabelecida. Notei logo que os sinais fumaças que surgiam do outro lado, estava fora do nosso “incêndio”.

Não respondi. Passaram–se alguns dias, fui visitá–lo, o assunto estava morto, nem falamos do problema. O que poderia se tornar uma montanha, virou planíce.

Agora, convivo com as comunidades virtuais – as minhas, da minha esposa e dos amigos próximos e os problemas se multiplicam. [Webinsider]

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Avatar de Carlos Nepomuceno

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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5 respostas

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