Furos de segurança: a ocasião faz o ladrão

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Desde o ginásio, aprendemos que vírus são seres dos mais simples na escala de complexidade celular. Diferentemente das bactérias, estas bem mais complexas. Pois, se nós somos os vírus, é bom ficar sabendo que tem muita bactéria por aí fazendo papel de antibiótico. E muita gente engole.

Quando as infestações de vírus aparecem, muitas empresas de tecnologia correm à imprensa e às autoridades para exigir investigações sobre o criador do vírus. Exigem a prisão do cara, demandam por “justiça”. Aparentemente, se colocam do lado do usuário, proclamando revolta contra os prejuízos causados pelos vírus.

O problema é que nunca há um questionamento sério em relação à parcela de culpa dessas empresas. As correções de segurança, para programas e sistemas operacionais, só aparecem depois que algo grave acontece – ou quando um hacker ou um grupo especializado coloca a boca no trombone. Até a conclusão de um remendo (patch), muito estrago já foi feito.

Agora, aparece a Microsoft para anunciar uma recompensa de US$ 250 mil por informações que possam levar à prisão e condenação dos responsáveis pela criação do MyDoom. Para o público, diz que a medida reforça o compromisso da empresa em garantir proteção contra ataques criminosos aos seus clientes. Oras, isso é quase uma afronta à inteligência (ou ignorância) das pessoas. Só pode.

Por que não há auxílio antes de o problema aparecer? Infestações de vírus e códigos maliciosos, a partir de aberrantes falhas de segurança no Windows, não são novidade. Muito pelo contrário. Ocorrem desde sempre.

Vejam bem: o Windows XP, menina–dos–olhos da Microsoft, ao ser instalado do zero em um computador, sem nenhum programa extra, possui nada menos do que 35 furos de segurança oficialmente considerados graves. Tudo documentado, na base de dados da Microsoft disponível ao público. Sem contar outros furos, os menos graves.

Atenção que o XP já tem as falhas dos Windows anteriores corrigidas. Ou seja, se você usa um Windows anterior a ele, a situação tende a ser ainda mais grave. Instalou o Service Pack 1? Não se iluda. Muitos dos furos que foram corrigidos, abriram brechas para outros.

São nesses barcos que estamos navegando. E os coletes salva–vidas é só para quem sabe nadar. [Webinsider]

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Paulo Rebêlo é jornalista, escritor e consultor em política, tecnologia e estratégias corporativas. Diretor da Paradox Zero e da Editora Paradoxum.

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