Essa pergunta, um tanto estranha mas bem interessante, me foi feita pelo meu amigo e “FrilaGuru” Mauro Amaral, num texto encomendado para o seu site Carreira Solo

Efetivamente, voltar no tempo, encontrar você e mesmo e se dar conselhos, é algo um tanto difícil de acontecer fora das telas de Hollywood. Mas tentar resumir um pouco do que você aprendeu em um artigo e passar adiante pros outros “eus” que estão por aí nas faculdades me parece uma ótima idéia.

Tão ótima a idéia, que resolvi transformar em artigo o que eu disse pra ele.

Caminhando para os meus 36 anos de vida, já dá para sintetizar em algumas etapas a vida profissional. Espero que mais pra frente na vida essa noção melhore, simplifique, enriqueça.

Eu diria hoje, em linhas gerais, que o profissional tem quatro etapas de desenvolvimento a serem perseguidas a partir da faculdade:

1: O aprendizado

Quando estamos na faculdade, ou logo depois que saímos, ainda sem qualquer experiência, não resta outra coisa a não ser aprender. Em qualquer oferta de emprego veremos as vagas para “estagiários com experiência”, cargos iniciantes que exigem “experiência prévia” e outras discrepâncias bizarras. Não há outra coisa a fazer a não ser entrar por onde der e, em bom português, “gramar” por algum tempo. Qualquer oferta de estágio ou emprego, por mais absurda que possa parecer, deve ser considerada desde que ela possa ser colocada no currículo e mais tarde já contar como “experiência prévia” para as próximas oportunidades.

Idéias como abrir seu próprio negócio, ser frila independente, tudo isso é muito legal, mas é melhor deixar pra um pouco depois e primeiro procurar fazer parte de uma empresa, estar perto de profissionais mais experientes e encarar tudo o que for colocado na sua frente. Afinal de contas, como diz a minha mulher, é melhor a gente errar com dinheiro dos outros do que com o nosso próprio investimento.

2: A profissionalização

Passado o primeiro emprego ou estágio, dá pra aproveitar as primeiras oportunidades de aprendizado e colocar algumas linhas no currículo. Já sabemos um pouco melhor quem somos, o que gostamos e para onde queremos ir.

Na medida em que vamos aprendendo, começamos a ganhar valor como profissional. É o momento de migrar do estágio para a contratação (independente do formato – CLT, frila) para o trabalho mais profissional. Ainda é o momento de ficar perto de empresas ou profissionais mais experientes para continuarmos a aprender, mas já podemos exigir algum tipo de reconhecimento profissional no mercado.

3: O amadurecimento

Com o passar dos anos devemos ir buscando sempre o amadurecimento profissional, as promoções, a valorização. O reconhecimento é condição fundamental para o nosso amadurecimento como profissional. Um amadurecimento que deve ser buscado em todos os níveis: político; remuneração; rede profissional.

4: A independência

A quarta e última etapa (até aqui) é a independência. Independência financeira, gerencial, política. Ser dono de seu próprio negócio rentável. Chegar à melhor posição que lhe interessar dentro ou fora de uma empresa. Escolher com quem queremos trabalhar. Escolher quando iremos trabalhar.

São quatro etapas simples, conselhos básicos e no seu encontro com você mesmo, talvez você viesse a dizer: “Mas qual é a novidade? Qual é o aprendizado?”.

Talvez o aprendizado mais interessante do que conhecer estes quatro pontos seja o de entender que eles não vêm naturalmente. Que não serão uma sucessão automática de acontecimentos e que seguir este caminho depende na nossa força de vontade e capacidade de entender onde estamos e para onde estamos indo.

PS: “Use protetor solar”. [Webinsider]

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Michel Lent Schwartzman

Michel Lent Schwartzman (michel@lent.com.br) é fundador e Chief Product Officer na Lent/AG.