Fibra óptica rápida, burocracia meio devagar

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Paulo Rebêlo e Folha de Pernambuco

Após vários adiamentos, está previsto para este mês de janeiro –– mas provavelmente será adiado novamente – a assinatura do protocolo de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), para a criação da Rede Nordeste de conexões de alta velocidade em fibra óptica.

A proposta é seguir modelo adotado no sul/sudeste do país, interligando instituições de pesquisa e universidades nas principais cidades nordestinas, de Teresina a Salvador. Para se ter uma idéia, a infra–estrutura avançada da conexão terá velocidade superior a um gigabit por segundo (Gbps).

No caso do Nordeste, a rede é uma espécie de braço da nova geração da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNPng), prevista para entrar em operação agora no primeiro trimestre deste ano. De acordo com a diretoria da RNP, trata–se da consolidação de um
novo patamar de internet no Brasil, via rede óptica.

A gama de soluções com uma internet ultra–rápida é amplo. Telemedicina, educação a distância, suporte a pesquisas com grande capacidade de transmissão de dados etc. É possível colocar hospitais de uma cidade colaborando com hospitais de qualquer outra capital brasileira para aplicações de segundo diagnóstico, por exemplo.

De acordo com a diretoria da RNP, já está quase tudo preparado. Com a proximidade da assinatura do protocolo de intenções – todos aguardam –– restará a etapa da compra de material e viabilização, que deve ocorrer ainda no semestre.

Entenda o processo

O projeto de interligar o Brasil via rede óptica ocorreu em 2002, durante o Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores, a partir de uma iniciativa que já existia na rede acadêmica do Canadá. A convergência acontece quando se elimina os protocolos utilizados tradicionalmente pelas operadoras de telecomunicações para o tráfego de dados em fibras ópticas, pois encarecem o custo de iluminação das fibras.

Ao utilizar o IP (protocolo de Internet) como principal carro–chefe no controle de transmissão, os custos se reduzem bastante e o leque de aplicações se multiplica. Outras
parcerias precisam ser feitas, sem dúvida, sobretudo com empresas de telefonia. Mas, a otimização de recursos e os estudos de viabilização já realizados em várias partes do mundo mostram tendências de que é um caminho sem volta.

No protocolo de intenções a ser assinado agora em janeiro com a Chesf, a companhia cede espaço em seus canais de fibra óptica para a criação da Rede Nordeste, que será integrada à RNPng como um braço do chamado Projeto Giga. Este projeto, que já mereceu referências em seminários mundo afora, é uma iniciativa de rede óptica experimental que interliga instituições de pesquisa no eixo Rio de Janeiro–São Paulo e que foi inaugurada em maio de 2004, sob liderança da RNP e do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). [Webinsider]

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