Paulo Rebêlo e Folha de Pernambuco
A internet brasileira está passando por outra reviravolta. Novos provedores de acesso agora oferecem acesso gratuito e pagam em dinheiro ao usuário, a depender da quantidade de horas navegadas. Até parece piada, mas não é. O provedor Orolix abriu as portas em fevereiro com a proposta, seguindo a tendência do Cresce.net, mais antigo.
Além de pagar aos clientes pelas horas navegadas, a diretoria não quer que o número total de usuários ultrapasse 250 mil em todo o Brasil, para manter a mesma qualidade (sic). “Não queremos fazer como os outros provedores, que não conseguem atender a demanda e tratam o usuário como um número qualquer, sem respeito,” explica o diretor–geral da Orolix, Nagib Mimassi.
A inscrição é bem simples, não difere muito de outros provedores gratuitos. O usuário faz o cadastro online, baixa um discador bem pequeno e começa a navegar. Em uma hora de navegação, o discador contabiliza até 24 Oros (a “moeda” do provedor), sendo que cada Oro equivale a um centavo de real. Ao final de cada mês, o usuário pode sacar o dinheiro pelo banco.
A Orolix tem convênio com os principais bancos brasileiros, então às vezes não será preciso pagar nem mesmo o custo da transferência. O sócio–diretor, Índio Brasileiro, explica que é preciso ter Oros o suficiente para sacar um mínimo de R$ 5. O valor é cumulativo, o usuário pode receber na hora que quiser.
Por enquanto, o serviço está disponível apenas para acesso por linha discada, mas o provedor garante que, em breve, clientes de banda larga também vão poder participar. Enquanto isso, os adeptos da internet rápida podem se inscrever e ganhar uns trocados indicando novos clientes. Por indicação, você recebe 20% sobre os Oros acumulados pelos indicados. A Orolix também oferece e–mail com 25 Mb de espaço, agenda (Oromix) e outros serviços.
Como o provedor ganha? O diretor, Mimassi, explica: “Ao usar o telefone, todo provedor recebe pelas horas que o internauta passa online. A diferença é que nós repassamos uma parte da quantia para os usuários e ficamos com outra, enquanto os outros provedores ficam com tudo”, garante. De acordo com ele, a Orolix fica com apenas 50% do que recebe das operadoras, repassando a outra metade para os usuários.
Anterior ao Orolix desde maio de 2004, porém com menos propaganda, é o Cresce.net. Para atrair ainda mais gente, recentemente houve uma renegociação com as telefônicas e o provedor agora paga um pouco mais aos usuários. Antes, cada 100 horas de navegação valiam R$ 10. Agora, valem R$ 12. A cota mínima de 30 horas por mês foi cortada, então, agora todo minuto é contabilizado. O Cresce.net ainda oferece um cartão exclusivo do provedor, para facilitar o resgate do dinheiro, apesar de também haver a opção de depósito em conta corrente.
Vai dar certo? Ninguém sabe. Nagib Mimassi, do Orolix, é o mesmo da antiga Super11. Leia mais na coluna Depois de Amanhã, ao lado.
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