A mídia em 2005: não sabemos o que somos

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O Olodum tá rico, o Olodum tá pobre (…) – o Olodum pirou de veeeeez. Bastaria substituir o “Olodum” pela “internet” no trecho acima e isso resumiria as conclusões do relatório The State of the News Media, elaborado pelo Project for Excellence in Journalism, da universidade de Columbia.

A cada ano se espera que as avaliações e os prognósticos para a internet sejam favoráveis ou – ao menos – sólidos. Que nada! Continuam as dúvidas de antes. A internet é fonte de informação confiável? Para 50% das pessoas. Mas, de 2000 pra cá, a tendência está diminuindo e, não, aumentando.

Para a internet, existe, finalmente, um modelo de negócio? Não, claro que não!

O que é melhor, para os sites de notícia, abrir conteúdo ou fechar para assinantes? O Wall Street Journal diz que é fechar; e o Craiglist, site de classificados grátis que está roubando a função dos grandes jornais, diz que é melhor atingir mais pessoas, e viver de anúncios.

Quem tem razão: quem mantém as redações online (embora elas sigam se desintegrando) ou quem substitui tudo por robôs? As pesquisas mostram que a audiência não percebe a diferença, e que os acessos ao Google News, onde nenhum ser humano faz a separação entre o trigo e o joio, estão disparando.

As agências de notícias vão dominar o mercado ou as reportagens locais vão oferecer um contra–ataque? Sim e não (ou: nenhuma das anteriores). As agências crescem e os portais só fazem reproduzir seu material; do mesmo modo, destacam–se as iniciativas de se falar para uma pequena comunidade geográfica – e, obviamente, os blogs.

Apesar da venda da Slate e da aparente concentração cada vez mais forte, no universo online, os weblogs foram a grande esperança, nas eleições americanas de 2004, para quem lamentava que fosse tudo acabar em Murdoch.

O relatório, enfim, não está certo de nada – o que não é um alento; mas não é, tampouco (e felizmente), um decreto de que a internet será uma outra mídia e nada mais. [Webinsider]

Avatar de Julio Daio Borges

Julio Daio Borges é o editor do Digestivo Cultural.

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