Todo profissional de internet, ou pelo menos a grande maioria, sonha em atender grandes clientes e ter o seu trabalho divulgado, reconhecido e premiado. Quando essa hora chega, no entanto, muitos se decepcionam com as engessadas estruturas das multinacionais.
Mesmo com todas as possibilidades tecnológicas, comerciais e conceituais da internet, boa parte das grandes empresas ainda não consegue entender que este meio, que possibilita uma segmentação absurda, deveria ser dirigido por profissionais da área.
Isso mesmo, eu disse “profissionais”. Pessoas com experiência em internet. Não um craque em marketing direto ou promocional e muito menos alguém inexperiente, recém saído dos cueiros, que talvez seja usuário assíduo de orkut, viva pendurado no MSN, mas possui uma visão massificada, alienada e estereotipada do meio.
Nosso respeito aos estagiários, que vivem sobrecarregados de tarefas e precisam responder por milhares de coisas ao mesmo tempo, mas eles não deveriam carregar sozinhos a responsabilidade pelos sites de grandes marcas.
A penetração de um site pode ser muito ampla, e conseqüentemente a exposição da marca que ele representa. Ao se expor e colocar seus sites na internet, as marcas precisam perceber que se comunicam com um universo de consumidores exigentes, formadores de opinião, e que se importam. Todos os aspectos do site devem estar impecáveis, do conteúdo à facilidade de uso, eficiência das ferramentas e “frescor” da atualização.
A pessoa ou equipe que tomará as decisões pelo site deve entender de internet, estar inserido neste contexto e pensar o meio de forma estratégica.
Outro aspecto fundamental é o planejamento de mídia. Após uma rápida análise, ficam claras as inúmeras possibilidades de canais verticais e portais acessados por milhares de pessoas diariamente, e o que é ainda melhor, por aquela que você procura.
Converse com profissionais de internet que desenvolvem ações integrando outras áreas (como propaganda, artes, jornalismo e promoção) e perceba que muitos possuem histórias de amargar sobre avaliações erradas e preconceito em relação à internet.
Nossa sugestão é que os profissionais que respondem pela internet junto ao cliente abram a cabeça para este mercado e façam investimentos conscientes. Hoje em dia não se pode mais reclamar de falta de dados – há muitas formas de medir as visitas de um website, verificar o perfil do seu público e, possivelmente, obter detalhes bem específicos sobre a pessoa que está do lado de lá da tela.
Caso você, agência, ouça algo do tipo: “…eu já perdi muito dinheiro com isso”, entre em ação! O papel da agência é explicar aos clientes a atual cara da internet brasileira, amadurecida e em momento de crescimento consciente. Veja, por exemplo, o texto de Cezar Calligaris (“A valorização da internet, a parte das agências”, ao lado).
A internet banda larga, por exemplo, é uma realidade. Ela possibilita a veiculação de vídeos, imagens e muita coisa que o cliente pode não aproveitar porque “demora para carregar”.
Trata–se de um meio muito mais complexo do que se imagina. Sim, noções sobre usabilidade, interatividade e acessibilidade são válidas. Mas não estamos falando apenas de sites informativos, mas de propaganda e de um público receptivo a estes novos recursos. Contrate um profissional que já ultrapassou esta etapa e está maduro para mostrá–lo o que é a internet de fato.
As “megacorporations” que continuarem tratando a internet como uma “pendência” estão perdendo terreno para a inovação, que pulsa forte em veias mais ousadas. [Webinsider]
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Artigo de Cláudio Bueno e Fernanda Cerávolo.
Cláudio Bueno
<strong>Cláudio Bueno</strong> (claudio.bueno@gmail.com) é designer e publicitário. <strong>Fernanda Cerávolo</strong> (fernanda.ceravolo@terra.com.br) é administradora e diretora da Vinil Multimídia.