Redes de colaboração móveis. Por que não?

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O G2G é uma solução que formatei para promover a formação de redes de colaboração a partir dos hábitos de consumo de usuários de equipamentos móveis como celulares, Pocket PCs e Palms. Leia ao lado (Colaboração mobile, a nova fronteira) o artigo apresentando o conceito e descrevendo o funcionamento da ferramenta. Segue abaixo uma simulação de situações de funcionamento do G2G e idéias para o aprimoramento das ações relacionadas a ela.

CASO 1 – O usuário quer comprar um livro e consulta no organizador entre as livrarias próximas, quais as mais bem cotadas. Ao utilizar a loja, o usuário pode também avaliá–la.

CASO 2 – Eu estou em um shopping e tenho 30 minutos de tempo livre. Ao invés de ficar passeando aleatoriamente, faço uma busca por lojas do shopping e vejo a lista das que são freqüentadas pelos meus amigos. Outra forma de funcionar é checando um estabelecimento. Antes de entrar, o usuário recebe as informações sobre o estabelecimento e busca as avaliações sobre ele nas listas de seus amigos.

CASO 3 – Quero fazer uma festa de aniversário em um bar e seleciono as opções à disposição a partir do local e das avaliações dos meus amigos. Isso pode funcionar às avessas: você é convidado para ir a um lugar que não conhece e checa para ver se os seus amigos foram e o que eles acharam.

CASO 4 – O G2G pode ser um canal de relacionamento como o Orkut: através dele você pode conhecer os amigos dos seus amigos. Você pode trançar os seus relacionamentos. O seu perfil vem com o nome dos seus amigos. Quando o usuário recebe o perfil de outra pessoa, o G2G verifica se as duas pessoas têm outros amigos em comum. Da mesma forma, o sistema organiza clusters de relacionamento. Fulano conhece você e mais cinco amigos seus. Beltrano conhece você e mais dois familiares e oito amigos. Essa informação pode ser ranqueada. Você pode navegar por essas relações como no Orkut: vai do perfil de uma pessoa e vê quantas pessoas que você conhece e ela também. Dessa forma, por exemplo, o usuário pode simplificar a organização de eventos sociais: convida um pequeno número de pessoas e deixa que elas convidem as outras pessoas.

CASO 5 – Outra possibilidade é que ele seja uma ferramenta de comunicação para um espaço pequeno. O usuário transmite o seu perfil ou uma mensagem para o equipamento retransmissor de um bar, e ele pode: 1) distribuir a sua mensagem para pessoas que estejam no local; 2) cruzar o seu perfil com o de pessoas que estejam lá. Funciona assim: o usuário chega no bar e transmite o seu perfil, indicando que está interessado em entrar em contato com outras pessoas – nesse sentido, pode usar uma solução parecida com o meetup.com: estudante, programador, falo português. O sistema processa essa informação e diz se existem outros usuários no estabelecimento que também estejam disponíveis e que tenham essas características ou outras que forem especificadas.

CASO 6 – O usuário pode assinar feeds com recomendações de pessoas famosas. “Quando a Gisele Bünchen vem a São Paulo, ela almoça no Fasano, etc.” A celebridade pode ser paga para compartilhar sua lista de preferências.

CASO 7 – O sistema pode ser associado aos e–mails, como se fosse uma assinatura. Da mesma forma como o usuário pode anexar o arquivo com suas informações de contato no e–mail, ele pode acrescentar seu perfil G2G.

CASO 8 – As listas de discussão costumam reunir pessoas que têm assuntos de interesse comum. Por exemplo: uma lista para desenvolvedores Open Source. O G2G pode ser incorporado às listas de modo a constituir uma base de dados com dados específicos dos perfis dos participantes da lista – como uma relação de prestadores de serviços por região ou bairro da cidade.

CASO 9 – O cliente do G2G instalado no PC do usuário pode receber informação de um applet que funciona no navegador de internet, para recolher e classificar a navegação do usuário e usar essa informação para a montagem do perfil.

CASO 10 – Podem existir comunidades online onde as pessoas se relacionam também através de seus perfis. Elas assinam a comunidade levando em conta as características da comunidade. Cedem seus hábitos de consumo em troca de receber uma lista sempre atualizada dos estabelecimentos mais freqüentados pela comunidade, no mesmo esquema dos programas P2P como Kaa–Zaa ou SoulSeek.

Oportunidades de desenvolvimento

SITUAÇÃO 1 – Quando o usuário avalia um estabelecimento, essa informação pode ou não ser compartilhada com o estabelecimento. Ela pode ser um feedback, uma pesquisa do tipo “quali”, para a equipe de marketing avaliar os resultados da estratégia de comunicação.

SITUAÇÃO 2 – Jogos ou situação de interação em locais onde as pessoas não se conhecem. O G2G pode ser aproveitado, por exemplo, por empresas de recursos humanos para treinamentos coletivos e jogos lúdicos que promovam o relacionamento.

SITUAÇÃO 3 – O G2G pode levar em consideração livros e música baixada na internet, e os seus programas preferidos de televisão, os filmes que assistiu recentemente, de modo que o usuário possa montar seu perfil com essa informação.

SITUAÇÃO 4 – Eventualmente o organizador, com o consentimento do usuário, pode transmitir informação para a loja; pode definir que produto está procurando e o computador responde se ele existe na loja. O usuário pode passar pela frente da loja, deixar a pergunta e voltar mais tarde para receber a pergunta.

SITUAÇÃO 5 – O usuário também pode se prontificar a ceder uma parte de sua informação pessoal à loja, realizando uma espécie de pesquisa do tipo “quanti” às avessas. Ele preenche um formulário especialmente para ser compartilhado com as lojas. Ao fazer isso, a loja pode dar um desconto a ele ou pode ser apenas uma forma para o usuário encontrar aquilo que está procurando.

SITUAÇÃO 6 – Outra possibilidade é que o estabelecimento ofereça vantagens para consumidores com perfil específico; você entra na loja e recebe a informação que usuários com o seu perfil (masculino, 30 a 36) tem 25% de desconto na compra de qualquer produto ou de um produto específico, por exemplo, perfumes. O usuário pode ainda acumular bônus na loja, tornando unificado o sistema de fidelização do consumidor.

SITUAÇÃO 7 – Seria interessante pensar numa solução no estilo Slash – leia artigo ao lado – para a meta–moderação; o usuário com uma freqüência alta de utilização do equipamento recebe vantagens especiais ou sobe de ranking.

SITUAÇÃO 8 – Dica de amigo: o usuário pode passar para as pessoas através de sua lista: a) coisas que ele queira ganhar de presente (como faz a Amazon.com, incluindo a data de aniversário); b) sugestões de compras que ele tenha feito: “comprei este livro na livraria tal, estou lendo e ele é incrível!”

SITUAÇÃO 9 – O equipamento com câmera permite a inclusão de imagens nas suas avaliações e troca de perfis.

SITUAÇÃO 10 – O usuário pode fazer anotações genéricas dando mais detalhes sobre a pessoa que conheceu ou estabelecimento que freqüenta, ou fazer anotações específicas;

SITUAÇÃO 11 – Como no Orkut, o usuário define o nível de informação que quer trocar dependendo de como a pessoa é classificada: se é um amigo, tem acesso a mais informação, como telefone e e–mail; se é um conhecido, pode apenas trocar as dicas de restaurantes.

SITUAÇÃO 12 – O arquivo com o perfil pode ser transmitido pela internet – publicado e carregado de sites ou enviado por eails, para ser posteriormente sincronizado com o organizador.

– vocês freqüentam 80% dos mesmos estabelecimentos;
– 90% das suas avaliações são compatíveis;

SITUAÇÃO 13 – A promoção começa em espaços com muitas lojas, como nos shoppings de São Paulo, ou em pontos estratégicos, com um balneário exclusivo; podem existir boots com pessoas explicando como funciona o processo, preenchendo o seu cadastro, instalando por infravermelho o programa no seu organizador.

SITUAÇÃO 14 – Pode ser acoplado a torpedos por celular; você transmite dicas e perfis para pessoas que estejam fora do raio de ação da tecnologia de transmissão de dados.

SITUAÇÃO 15 – Como no mundo virtual, o funcionamento pode se dar por nicks, para preservar a identidade do usuário. [Webinsider]

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Avatar de Juliano Spyer

Juliano Spyer (www.julianospyer.com.br) é mestre pelo programa de antropologia digital da University College London e atua como consultor, pesquisador e palestrante. É autor de Conectado (Zahar, 2007), primeiro livro brasileiro sobre mídia social.

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