E agora? Vem o cliente com aquela conversa de que o orçamento está caro, de que o valor que a empresa dispõe é de apenas “X”, mas que isso será compensado em trabalhos futuros etc e tal.
É como se você chegasse em uma loja para comprar uma calça no valor de R$150,00. Mas você só tem R$100,00. Daí fala para o vendedor:” Puxa, quebra essa. Pretendo comprar mais duas calças aqui em pouco tempo e então você será recompensado!”
Dilema complicado: apostar ou não em um cliente sem receber o valor real do seu trabalho em uma primeira instância e ter um “possível” lucro depois.
Essa forma de trabalho com clientes (com parceiros é outra história) traz uma certa carga de exploração, o que diminui o interesse da equipe pelo projeto. Equipe desmotivada produz menos e se desgasta mais (stress à vista).
Todo profissional que batalha no dia–a–dia e estuda constantemente para oferecer boas soluções para o cliente gosta de ver seu trabalho valorizado e justamente pago.
Nesta situação podemos dizer: “Tudo bem, aceitamos trabalhar por este valor, mas para isso teremos que cortar itens do projeto para adequá–lo ao budget disponível. Pode ser?” Aí tocamos na ferida da negociação e o clima fica um pouco pesado para nosso lado, como se estivéssemos fazendo uma coisa errada.
Não acredito que funcione o “quebra essa agora que no futuro você vai lucrar com o outro trabalho”.
Cada projeto tem um valor intrínseco. Quando bem feito (leia–se: bem planejado), traz retorno para o cliente e/ou corrige um problema no site. Então, porque deixar de receber agora para ser recompensado no futuro em um outro trabalho?
Recompensa. Estranha essa palavra no contexto profissional. Ninguém está fazendo nenhum favor para você, apenas estão pagando pela sua mão–de–obra (nada mais justo).
Outro ponto interessante nesse cenário é que nem sempre há reciprocidade. Muitas vezes quando precisamos que “quebrem nossos galhos”, ouvimos um “infelizmente agora não poderei abaixar nossos custos, pois já estamos fazendo um preço com desconto para você etc etc”.
É complicado. Dois mais dois aqui nem sempre são quatro. Muitas vezes podem ser menos quatro, dependendo do cliente com quem você trabalha. E lá vão as “suadas” horas de trabalho que você e sua equipe investiram no projeto que seria “futuramente” recompensado. [Webinsider]
Luis Fernando Carvalho e Silva
<strong>Luis Fernando Carvalho e Silva</strong> (luisfernando@cicloweb.com.br) é jornalista e diretor da <a href="http://www.cicloweb.com.br/" rel="externo">CicloWeb</a>.