No ano de 2005 pude assistir a uma palestra muito boa e até certo ponto visionária promovida pelo Núcleo de Design Digital da apDesign – Associação dos Profissionais de Design do Rio Grande do Sul com o designer Michel Lent Schwartzman.
Em sua palestra Michel Lent falava sobre algo novo e assustador para todos da platéia, composta em sua maioria por pessoas do mundo do design para a web. Ele falava sobre o fim da web, ou o fim da web como é conhecida hoje em dia.
Sem dúvida aquilo me assustou de início, mas além de me assustar me deixou intrigado o que me fez pesquisar mais a respeito. Depois de ler muito, cheguei a uma conclusão que por si só poderia ser mais assustadora ainda.
Acabei descobrindo que a coisa toda é muito mais séria e vai mais longe do que imaginava. Hoje tenho a convicção de que não só a web, mas também os computadores e a própria tecnologia podem e devem desaparecer do nosso mundo!
Mas, por incrível que pareça, esta afirmação tão profética quanto a famosa frase “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão” de Antônio Conselheiro, não saiu da cabeça de nenhum lunático prevendo o final dos tempos.
Lendo um texto de Mark Weiser (1952 – 1999), chief technologist da Xerox, descobri que ele era um dos que já antevia o futuro da tecnologia (e com ela do computador e da própria web) dentro deste novo paradigma: “As tecnologias mais profundas e duradouras são aquelas que desaparecem. Elas se mesclam entre o tecido da vida cotidiana até tornarem–se indissociáveis do mesmo”.
Parece um paradoxo, mas em breve esta será a realidade: a velocidade com que o computador como o conhecemos hoje desaparece será a mesma com a qual a tecnologia da informação irá envolver tudo que nos cerca e irá determinar ainda mais o modo como vivemos.
Antes que você comece a se alarmar, deixe que eu esclareça uma coisa.
Não estamos prestes a entrar numa era das trevas. Na verdade o computador, a web e a tecnologia não irão desaparecer. O que vai acontecer na realidade é que eles irão se tornar tão imperceptíveis aos seus usuários que será como se tivessem deixado de existir.
Estes três farão parte das nossas vidas assim como o ar que respiramos. Ninguém precisa saber separar o oxigênio dos outros gases para respirar, fazemos isto de uma forma imperceptível, a tal ponto que até nos esquecemos que estamos fazendo.
Esta característica nos força necessariamente a uma revisão da interação entre homem e tecnologia que temos hoje e cria a possibilidade e responsabilidade de imaginarmos e trabalharmos um design muito mais focado na experiência do usuário.
É para este novo cenário que nós, web designers, ou melhor, interface designers, devemos nos preparar.
Teremos necessariamente que começar a projetar este design baseado na experiência do usuário levando em conta todos os aspectos da percepção humana. Para percepções diretas teremos de usar os sentidos da visão, audição, toque, cheiro, assim como o equilíbrio. Já as experiências indiretas podem ser mais complexas, nelas nós distinguimos diferenças entre coisas “invisíveis” como experiências sociais.
O design baseado em experiências não se baseia apenas nos objetos, mas em um conjunto que envolve as pessoas, objetos, situações e as relações entre eles.
O computador, a web e a tecnologia vão desaparecer sim, mas se nós soubermos nos adaptar a esta nova realidade, nós não corremos o risco de sumirmos do mapa! [Webinsider]
Marcos Nähr
Marcos Nähr (Marcos_Nahr@Dell.com) é formado em Design Gráfico, consultor de conteúdo para o Global eCommerce da Dell Computadores e professor do Comunicação Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
2 respostas
Ola Marcos,
Estava relendo seu artigo hoje, mesmo já fazendo mais de um ano que foi publicada.
Recentemente estava navegando no site da Adobe, e vi o novo projeto chamado Apollo. Segundo do site do projeto, será uma tecnologia que vai trazer o RIA para o Desktop. Desta forma, a pessoa não vai ter que estar necessariamente conectada para mandar dados para um site, por exemplo. Estes podem ser enviados depois.
Ou seja, desta forma, com esta tecnologia, a meu ver, vamos deixar de ter a clara distinção entre web e desktop. E assim, vai ficar mais clara a função do interface designer.
Postei sobre o Apollo, no blog do flashmasters: http://blog.flashmasters.net
Para saber mais sobre o Apollo: http://labs.adobe.com/technologies/apollo/
quando o espaco estiver tolhido pelas ondas magneticas lancadas da terra e o reverso da acao traspassar a atmosfera ,e na superficie terrestre encontrar a grande quantidade de massas encefalicas de canais vulneravel-mente abertos ao cosmos dai ,entao misturados aos bio-computadores do dualismo cientifico entre a fissura dos ceus e dos espacos,certificaremos que as adversidades da semelhanca divina foram perdidas durante os niveis alterados da consciencia terraquea ….
com base na inteligencia dos fosseis-alma co-restaram os discernimentos auto-perceptivos da composicao inter-individualizada das massas ,na grande terra
o campo magnetico ,com os eletrons participantes da imagem mundial que na formatura das bio-informacoes armamentistas e livres de imprensa, proclamando a paz e a independencia dos status, de servos coletivos aos satelites do universalismo .Foram as experiencias retoricas em que o tempo transcendente da existencia-eterna ,trouxeram ao vindouro sentido luz, ha velocidade e a potencialidade do meio, finito a modernidade do desconhecido.