De um lado temos empregadores reclamando da escassez de profissionais qualificados, do outro uma turma capacitada que adora ser free–lancer. Fazer essa gente se entender é uma tarefa quase impossível por causa de alguns paradigmas tão velhos quanto o Coliseu. Enfim, por que os profissionais gabaritados se recusam a virar empregados?
A proposta de ser fiel a uma empresa não é tão assustadora quando o salário oferecido é compatível com o mercado e com a carga de responsabilidade assumida. A realidade que nos cerca é de empresas enxutas, que sobrecarregam seus funcionários, quase sempre lideradas por pessoas despreparadas, onde o amadorismo e o “jeitinho” são a única lei.
Não há metodologia eficiente instalada e o convívio entre os funcionários se torna desgastante devido aos conflitos e às distâncias entre as áreas de conhecimento, sem falar do espírito competitivo.
Pois bem! Costumo dizer que prédios comerciais deveriam ter sacadas, afinal dentro dele existem pessoas e não bichos que sobrevivem apenas com iluminação artificial e ar climatizado. Toda a solução deriva deste mesmo pensamento.
Ainda existem, e são maioria, os empresários primitivos que acreditam no modelo de hierarquia criado pelos exércitos do velho testamento. Várias vezes ouvi a frase “Sou eu que mando aqui! Você só obedece!” e daí vem a maior parte da frustração de muitos profissionais, quando percebem que suas idéias não são ouvidas e questionadas inteligentemente.
Isso é o que a hierarquia faz: gera o canibalismo coorporativo e anula milhares de mentes pertencentes à base da pirâmide, tanto as que usam o martelo, quanto as que usam o mouse como ferramenta de trabalho.
Por estes e outros motivos surgiram os free–lancers, quase uma aliança rebelde. Graças as suas raras habilidades tecnológicas e criativas, eles são capazes de opinar duramente e rejeitar qualquer job ou relacionamento profissional que não agrade a sua pessoa.
Com a crescente busca pela qualidade de vida, se torna realmente difícil encontrar um profissional que se encaixe nos moldes de trabalho atuais. Não conheço ninguém que fique enclausurado mais de 8 horas por dia ouvindo ordens e cumprindo prazos surreais que tenha a saúde emocional e física em perfeito estado.
As empresas devem se adaptar a esta nova e saudável tendência, todos tendem a ganhar. Como fazer isso sem aumentar custos e prazos? Aguardem… Isso é assunto para a próxima matéria. A mudança é inevitável e gradativa. Atingirá todas as áreas de maneira particular.
Usamos roupas malucas e extravagantes graças aos rebeldes dos anos 60. Viveremos com mais qualidade de vida graças aos rebeldes de hoje. Abaixo a hierarquia! [Webinsider]
Daniel Rodrigo Bastreghi
Daniel Rodrigo Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB.MKT. Atua no planejamento, orientação e assessoria de ações integradas de marketing digital, pesquisas e implantação de sistemas MarTech.
2 respostas
Legal de ouvir isso e ver que esse pensamento está cada vez mais se espalhando pela internet.
Ser freela integral é uma opção que exige disciplina e coragem, porque ainda vivemos na didadura da velha economia, onde as pessoas devem estar presas a um único trabalho ou empregador.
O problema é que muitas vezes é necessário depender do QI (quem indica) de cada um. Um site vem tentando acabar com essa necessidade: http://www.freela.com.br. Vale a pena dar uma olhada. abs
Parabens pelo artigo Daniel. Voce realmente fez uma radiografia das agencia brasileiras e do nosso mercado de uma forma geral.
Espero que esse movimento com os freelas realmente possa transformar a mente de empresarios, só nao sei se estaremos vivos…rs.
Vale lembrar q os freelas ainda nao sao respeitados sendo tidos como amadores de cursinhos de informatica. Sou formado trabalhei como freela e ja senti isto na pele.