Um professor brasileiro de design na China

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Muito tem sido publicado sobre a China, inclusive aqui mesmo, no Webinsider. Eu costumo me perguntar de onde vem tanto interesse: talvez pela distância entre China e Brasil… um certo clima de exotismo e mistério que cerca aquele país. Acho, no entanto, que o fato que tem gerado mais notícias sobre o “Império do Centro” recentemente são os números do crescimento: desde que começou sua abertura econômica, quando foram estabelecidos os primeiros planos plurianuais em 1979, a China vem se desenvolvendo de maneira inacreditável, com números do valor do produto interno bruto saltando de 44 bilhões de dólares para 1,6 trilhão de dólares em pouco mais de 20 anos.

Todo este crescimento é impulsionado por uma indústria de manufatura que tem devorado os recursos naturais do planeta de maneira alarmante: em 2004, a China – o país com o 8° maior produto interno bruto – consumiu da produção mundial: 8% do petróleo, 31% do carvão, 10% da eletricidade, 30% do minério de ferro, 30% do aço, 19% do alumínio, 20% do cobre e 40% do cimento.

Junte esta demanda a meios de produção ainda pouco eficientes (os setores de geração de energia, da indústria do aço e química consomem 40% a mais de energia que os mesmos setores em regiões desenvolvidas) e temos um dos países que mais poluem o mundo: segundo o Banco Mundial, 6 das 10 cidades mais poluidas do planeta estão na China.

A preocupação com a qualidade de vida dos cidadãos, bem como a capacidade de continuar crescendo sustentadamente levou o Governo Central Chinês a modificar a macro–estratégia de desenvolvimento para os próximos cinco anos: iniciativas –– tantos estatais como privadas –– de criação de novos projetos ou zonas de desenvolvimento darão ênfase muito maior aos aspectos ambientais e de sustentabilidade.

Setores como tecnologia de informação, financeiro e turismo passarão a ser estimulados e incentivos especiais serão criados para gerar investimentos em inovação tecnológica. Não deixe de conferir os próximos artigos no Webinsider sobre inovação tecnológica na China!

Como as mudanças geradas por tais políticas públicas não ocorrem do dia para noite, os moradores de grandes cidades como Shanghai ainda vão ter que conviver com os problemas gerados pela poluição por algum tempo: o céu constantemente encoberto por um nevoeiro tóxico, complicações respiratórias, olhos irritados, etc. [Webinsider]

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Itamar é professor do departamento de Comunicação Visual do Raffles Design Institute da DongHua University em Xangai, República Popular da China.

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Itamar Medeiros (medeiros.itamar@gmail.com) é especialista em Design da Informação e mantém o blog Designative

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