(com Francisco Antonio Pereira Fialho e Marcelo Macedo)
A origem do capital intelectual está relacionada ao surgimento da sociedade do conhecimento, logo após a segunda guerra mundial. Essa época foi marcada por grandes inovações e transformações, onde a informação e o conhecimento passaram a ter um papel fundamental.
Entramos numa era em que a necessidade e a demanda por uma educação avançada e por oportunidades de estudo aumentam rapidamente. Cada vez mais o nível de educação e as habilidades dos indivíduos são vistas como um fator chave na determinação da sua qualidade de vida, mobilidade social e na definição de seu espaço na sociedade.
Com a base de conhecimento crescendo exponencialmente e ampliando-se em vários campos, junto com o aumento da expectativa de vida da população, a necessidade de se criar oportunidades de recapacitação profissional se tornará ainda mais significativa. Mesmo aqueles profissionais altamente qualificados logo descobrirão que a sua empregabilidade dependerá da educação contínua.
Tudo isso ocorre porque as transformações no cenário econômico da sociedade do conhecimento trazem consigo também o aumento crescente dos índices de desemprego.
A competitividade do mundo globalizado faz com que milhões de pessoas fiquem às margens do mercado de trabalho. Isso faz com que essas pessoas se aventurem no mundo dos negócios. Pressionadas pela necessidade de administrar seu próprio empreendimento, agem sem planejamento e sem deter as informações ou conhecimentos necessários para iniciar um novo negócio.
O vínculo empregatício que ainda predomina nas organizações da era industrial e confere ao empregado uma estabilidade baseada na legislação trabalhista está cedendo espaço à uma estabilidade baseada no conceito de empregabilidade. A competitividade está obrigando as organizações a mudarem o seu entendimento a respeito da variável capital humano, no que tange a utilização do potencial das pessoas.
É necessário educação, qualificação e aperfeiçoamento constante para que essas pessoas possam atuar de forma efetiva na sociedade do conhecimento, como agentes de mudanças e parceiros na criação de novas possibilidades.
Dessa forma, a existência de indivíduos conhecidos como empreendedores do conhecimento é a condição básica para o surgimento de novos empreendimentos na sociedade do conhecimento. São os agentes responsáveis pelo desencadeamento e condução do processo de criação e disseminação de conhecimento em suas novas unidades produtivas.
Os intraempreendedores
Nesse sentido, para acompanhá-los em sua empreitada, os empreendedores do conhecimento procurarão indivíduos que possuam capacidade de aprender e dominar novas habilidades para responder à globalização e às mudanças tecnológicas.
Estes empreendedores darão prioridade aos intraempreendedores do conhecimento, ou seja, às pessoas que aprendem a remover suas próprias barreiras à inovação e à aprendizagem, que gostem de aprender-a-aprender e, acima de tudo, de crescer ao longo de suas carreiras. O conhecimento é, portanto, o recurso essencial para alavancar o sucesso de um empreendimento ou intraempreendimento.
A capacidade de tomar decisões eficazes é cada vez mais exigida, diante de situações conflitantes, onde as expectativas das empresas e dos funcionários geralmente são incompatíveis.
Os intraempreendedores do conhecimento ainda estão em busca do seu espaço. Atualmente, estes profissionais que já possuem a mentalidade nova, a da era do conhecimento, se vêem ainda forçados a trabalhar no arquétipo industrial, que ainda domina amplamente nesse momento de transição.
As mudanças estruturais trazidas pela era pós-industrial vêm obrigando trabalhadores e organizações à uma adequação aos novos tempos, que inclui considerar:
– Como incentivar o desenvolvimento de um empreendimento próprio utilizando educação, planejamento e gestão do conhecimento.
– Como facilitar e estimular a participação de colaboradores dentro das empresas, incentivando o intraempreendedorismo.
Os empreendedores que sabem como adquirir os intraempreendedores certos, mantendo-os e utilizando-os de forma eficiente e eficaz, certamente, terão um importante diferencial competitivo.
Esse diferencial representa o capital intelectual, que juntamente com os recursos naturais, mão-de-obra e capital, formam os fatores de produção presentes no processo produtivo. Estes três últimos tornaram-se secundários em vista que podem ser obtidos mais facilmente quando existir o conhecimento e a inteligência das pessoas. [Webinsider]
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Francisco Antonio Pereira Fialho é professor da Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento-EGC da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. Marcelo Macedo e Tibério da Costa Mitidieri são doutorandos.
Tibério da Costa Mitidieri
Tibério da Costa Mitidieri (architib@terra.com.br) é doutorando em gestão do conhecimento
6 respostas
Ótimo artigo!
Faço Administração e me serviu como base à uma apresentação em sala de aula.
Todos aplaudiram e quiseram saber mais sobre o assunto!
Caro Tibério,
Excelente artigo, reflete o despreparo de algumas organizações em aceitar essa transição. Vivi isso na prática e resolvi ser empreendedor, hoje tenho uma pequena empresa de treinamento focado em propaganda e computação gráfica. Transformei 12 anos de conhecimento em um negócio tranquilo e lucrativo.
Tibério, segue uma pergunta: e a explosão da informação nesse contexto? Como saber o que é importante e o que não é? No contexto que vivemos surge a ansiedade de informação que nos deixa mais confusos e esgotados ao tentarmos nos manter atualizados.
projeto etica empresarial
Muito bom o artigo, realmente os profissionais dever estar sempre atentos e apostar em qual conhecimento adquirir e o que fazer com ele para e serem mais produtivos. Um capital humano capacitado e direcionado para criatividade utilizando boas práticas é um diferencial nas empresas que desejem sucesso.
artigo que traz uma grande clareza do assunto tratado, gostei muito.