Dicas para sites colaborativos emplacarem mais fácil

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Nos últimos meses apareceram diversas iniciativas brasileiras de sites colaborativos (ou web 2.0). Acho que Overmundo é a melhor delas. Há também outras iniciativas que copiam os gringos sem pensar. Mas não é raro ver que estas iniciativas ignoram algumas questões que, ao meu ver, são essenciais para que um projeto que pretende se apoiar na participação dos usuários tenha sucesso. O propósito deste artigo é dar algumas dicas para quem tem ou pretende ter um site colaborativo.

Registro rápido

O registro deve ser o mais rápido possível e com o mínimo de campos.

O ideal seria não ter registro. Eu sonho com o dia em que haja uma boa e aberta plataforma, na qual o usuário se registre apenas uma vez e possa se logar em todos os serviços com esta única conta. Enquanto isso não existe, não há remédio. Em tempos de Office 2.0 e sites colaborativos por todo os lados, o usuário tem que se registrar um monte de serviços toda semana; portanto, não faça do seu formulário de registro uma tortura.

Você realmente precisa saber a cidade, estado, CEP, CPF, nome do pai e da mãe, escolaridade e faixa salarial para que o usuário possa participar? Sei que conhecer seus usuários é ótimo, principalmente para convencer anunciantes, mas, principalmente neste tipo de serviço, o usuário é o rei, não o anunciante. Registro de usuário no seu serviço não é a melhor hora para fazer um recenseamento.

Penso que o ideal seja pedir e-mail e senha. Só. Além disso no máximo o nome. Os demais campos podem aparecer como opcionais desde que estejam numa outra tela, como a do perfil do orkut, não na de registro.

Penso que a ênfase no design da primeira página dos serviços deve ser em duas coisas principais: a) Deixar claro rapidamente ao novo usuário o que é o serviço; b) Convidar o usuário a se registrar. O botão de login tem menos destaque que o de “registre-se”, porque o usuário que sempre vai ao seu serviço sabe onde se logar, mas o que te visita pela primeira vez não quer ter que procurar onde se registrar.

Não se esqueça de dar ao usuário a opção de “lembrar senha”. Mas não faça isso simplesmente guardando o nome de usuário e senha, para o usuário clicar no ok à toa. Mantenha o usuário sempre logado, de modo que ele se esqueça que um dia teve que se registrar no seu site.

Design leve e centrado na informação que o usuário quer

A maioria dos sites colaborativos de sucesso têm um layout bem clean, bem limpinho, com fundo branco, e poucos detalhes meramente decorativos. Não estou dizendo que detalhes decorativos são desnecessários (eu sou designer poxa vida, eu adoro detalhes decorativos!). Estou dizendo que nos sites colaborativos a atenção deve ser maior para a informação. Compare: digg.com, youtube.com, odeo.com, del.icio.us, netscape.com, flickr.com, entre outros, e você entenderá o que estou dizendo.

Meu blog (sobre espiritualidade) tem uma ilustração enorme no topo, eu acho lindo. O papel desta ilustração é comunicar a personalidade e o tom dos textos que escrevo e publico. Mas sites colaborativos não são o lugar para este tipo design. Em sites colaborativos, o usuário quer ver logo o conteúdo que o amigo comentou pelo MSN, quer saber logo como participar, não quer ver uma obra de arte, quer saber do conteúdo, ele é o rei, nós os súditos. Mas lembre-se de isso não é uma doutrina, eu detesto regras e doutrinas, quebre esta regra sempre que o seu bom senso mandar 😉

Facilidade de uso

Basta toda a burocracia do nosso governo, o usuário não agüenta sites difíceis de mexer. Sites com Ajax estão mimando o usuário; em pouco tempo ele vai começar a estranhar porque a página está recarregando depois de clicar no “ok”.

Se você quer que o usuário participe, faça com que isso seja radicalmente fácil e rápido. Se você deixar de gastar seu dinheiro com um bom especialista em usabilidade e arquitetura da informação, vai gastar mais depois, sem entender porque os usuários não estão enchendo seu site de conteúdo.

Meta moderação

Se você tiver que aprovar cada participação do usuário jamais poderá ter um serviço como You Tube, que recebe aproximadamente 65.000 vídeos todos os dias. Por outro lado é preciso controlar a qualidade do conteúdo do seu site de alguma forma. O legal é que você pode utilizar a participação do usuário também para isso. No Digg, quando uma notícia não é boa os usuários clicam num botão e ela não chega a aparecer na página principal.

No Orkut se fosse mais fácil (por algum motivo o Orkut não tem a qualidade dos outros produtos do Google) todos os usuários poderiam acabar com as comunidades e usuários criminosos, bastando clicar no botão “denunciar” (o tradutor do Google não deve saber que na cultura brasileira dedurar é uma coisa muito feia, eu usaria outro nome).

Facilite a distribuição viral

O You Tube deixou que seu conteúdo fosse distribuído em qualquer site. Assim, em vez de perder audiência, se tornou um negócio bilionário em menos de dois anos. Adoro uma música “O seu amor”, de Gilberto Gil, onde ele diz: ame-o e deixe-o. É isso que os sites colaborativos fazem com seu conteúdo: “ame-o e deixe-o ir onde quiser”. Se o modo como o conteúdo é distribuido agradar ao usuário, você só tem a ganhar.

Faciliar a distribuição viral vai muito além de simplesmente colocar um botão “envie ao seu amigo”. Outros detalhes a se observar são:

  • Todas as suas páginas têm um link permanente? Está claro para o usuário que ele pode copiar este link? O youtube tem um campo chamado URL, que é o mesmo endereço da barra de endereços, mas está lá, bem claro para o usuário copiar.
  • O conteúdo é Creative Commons, que permite ao usuário copiar e republicar onde quiser, dando o crédito ao seu site?
  • É realmente fácil compartilhar o conteúdo com um amigo? Tem absoluta certeza de que não pode ser mais fácil e rápido?
  • Seu serviço guarda os e-mails para os quais o usuário enviou conteúdo, para que ele não precise digitar novamente da próxima vez?
  • Existe uma opção “postar no meu blog”, na qual o usuário possa, com um único clique, postar o conteúdo do seu site no blog dele?
  • Seu serviço tem widgets que possam ser colocados em blogs e sites dos usuários?
  • O design do site dá importância para estas funcionalidades ou elas ficam escondidinhas, pequenininhas, sem apelo, jogadas em algum canto?

Coloque o usuário em primeiro lugar, no trono que lhe é de direito, e torne fácil a distribuição viral do conteúdo do seu site e você terá resultados incríveis com um investimento bem menor em publicidade. O Google se gaba de que seu serviço de busca foi totalmente divulgado pelo boca-a-boca e mídia espontânea.

Criar canais para que o usuário participe do desenvolvimento do serviço

Se o conteúdo é gerado pelo usuário, o serviço deve contar com a participação dele no desenvolvimento. Faça a primeira versão simples (mas muito bem acabada), sem muitos features, e peça a colaboração do usuário. Então você poderá ir adicionando as funcionalidades que o usuário pedir, as idéias que surgirem dos feedbacks, melhorar as funcionalidades que são mais elogiadas, retirar as funcionalidades que os usuários não gostam, etc.

Valor individual para criar uma comunidade

A idéia do site colaborativo é desenvolver um site que tem como base a coletividade, a participação de muitas pessoas, de uma larga base de usuários, que gerará valor para o serviço.

Mas se o serviço só será interessante quando tiver milhares (ou mesmo centenas) de usuários, como ele conseguirá tantos usuários se não tem graça nenhuma com pouca gente? Deve ter sido difícil vender o primeiro aparelho de fax, porque um aparelho de fax sozinho não serve pra nada. Como então fazer um site colaborativo pegar ?

Joshua Schachter, o criador de um dos melhores exemplos de site colaborativo, o Del.icio.us, dá uma boa dica. Ele diz que “se você precisa de uma larga base de usuários para que seu serviço tenha valor, será difícil conseguir uma larga base de usuários, porque haverá pouco incentivo para a primeira pessoa usar o produto. O ideal é que o sistema seja útil para o usuário número um”.

Busque no seu sistema gerar valor para o primeiro indivíduo, e incentive a colaboração, o compartilhamento, a viralidade, a multiplicação, os relacionamentos, e logo seu sistema terá uma boa base de usuários, com a qual você poderá pensar em construir uma rede social. Creio que um serviço brasileiro que está caminhando com muita qualidade neste quesito seja o 8P, mas o Flickr por exemplo demonstra uma preocupação muito maior em gerar valor para o indivíduo, enquanto o 8P é claramente feito para ser uma rede de relacionamentos.

Muitos serviços, como foi o caso do Del.icio.us, são criados primeiro para serem utilizados por um indivíduo, isoladamente, e de pouquinho em pouquinho vão ganhando novas funcionalidades sociais e se transformando numa comunidade. Se o usuário não encontrar nenhuma utilidade no seu serviço, estando ele lá sozinho, você nunca conseguirá reunir uma multidão.

Você tem dois caminhos para escolher aqui: acreditar que a vontade das pessoas de agir pensando num bem maior de toda a comunidade vai levá-las a colaborar com seu projeto, ou transformar a vontade das pessoas de agir pensando num bem maior para si mesmas em benefícios coletivos. O criador de um site colaborativo deve entender como administrar essa tensão entre os interesses individuais e coletivos do usuário.

Eu acho muito doido pensar que para criar uma comunidade, um site colaborativo, um site que depende da coletividade, você deve colocar primeiro o foco nos interesses do usuário sozinho, como individuo isolado.

O usuário é o rei

Se você não entender de uma vez por todas que o usuário é o rei, não poderá fazer um site colaborativo de sucesso. Seus interesses comerciais não podem estar acima dos interesses do usuário, de outra forma você não vai ganhar dinheiro com seu site colaborativo porque os usuários simplesmente não vão participar.

O Google é o melhor exemplo disso. Eles sabiam que o usuário não gosta daqueles banners chatos que ficam piscando e chamando atenção, por isso buscaram um tipo de propaganda que o usuário gostasse. É um baita desafio pensar em propaganda que o usuário realmente goste. Mas a solução foi ótima: só mostram anúncios sobre o assunto que você está pesquisando, de forma que o anúncio seja justamente aquilo que você está interessado. O que eu aprendo com isso é que colocar o usuário em primeiro lugar é o melhor modo de ganhar dinheiro na web.

Seja original

Nós brasileiros ganhamos um monte de prêmios internacionais em várias categorias com a nossa criatividade. Mas parece que essa criatividade não está aparecendo em relação aos novos serviços colaborativos e aplicativos web no Brasil. São muitos os casos em que o serviço é uma cópia mais ou menos descarada de um serviço gringo de sucesso. Saiba que com pouco investimento o seu concorrente gringo pode fazer uma versão brasileira do serviço e, sendo ele o dono da idéia original, terá uma vantagem enorme sobre você.

Mas eu creio que em breve começarão a aparecer serviços originais no Brasil, pois a nossa criatividade é notória e a qualidade do nosso serviço é exemplar.

Se não for original, brigue com os maiores

O serviço Netvibes é, na minha opinião, o melhor do gênero – personal home pages. O legal é que eles são franceses e estão produzindo um serviço fantástico, brigando com gigantes como o Google e a Microsoft. O You Tube por um tempo brigou com o Google Vídeo, e pelo jeito ganhou disparado. Ao meu ver, nada impede que um de nós faça um serviço tão bom quanto, ou muito melhor que um dos gigantes (leia: Google, Microsoft e Yahoo!).

Não faça um serviço de nicho por medo de competir. Se o negócio for bom, cedo ou tarde você terá competição. O desafio de lutar contra um gigante desperta o melhor do nosso potencial. Pense grande: deixe de lado as idéias que trazem ao Brasil sucessos lá de fora e pense em idéias que possam, a partir do Brasil, fazer sucesso em todo o mundo. Se dermos atenção ao usuário, se a execução for tão bem feita quanto a idéia boa, nós podemos ganhar de qualquer um! Nós temos potencial para isso! Eu acredito nisso 😉 e você? [Webinsider]

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Avatar de Gilberto Alves Jr.

Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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21 respostas

  1. Olá eu queria é saber como criar paginassssss para o bloggg tipo uma pagina de futebol outra de moda outra de divertimentos e etc

  2. Este artigo possui dicas bastantes relevantes. É importante salientar a busca cada ves mais por informações focadas e especialistas, assim como com contribuições de leitores no artigo.

    Abraços,

    Flammarion Cysneiros Jr.
    CEO – ICOMUNI Consultoria

  3. quero ontar uma loja virtual de peças e acessorios para motos importada masi nao sei como dar o nome vcs podem me ajudar a dar um nome ao site?

  4. Acho que a discussao vai muito alem de formas, layout, codigo, tecnologia e outros bichos. Me impressiona estas dicussões em posts como esses.. sempre batem na mesma tecla.

    A questão não é o meio e sim o FIM.. como suprir uma necessidade humana atraves da web? um exemplo extremo foi do proprio orkut, um produto sem usabilidade mas atende esse quesito.. e por isso as pessoas continuam usando..

  5. O artigo é muito bom, principalmente no que se refere à criatividade do brasileiro.
    As pessoas vivem em cidades, as pessoas não vivem em estados ou países. Penso em fazer um sistema colaborativo com temática local, sobre pequenas e médias cidades e bairros de grandes cidades. Um local onde as pessoas possam de fato, compartilhar conteúdos e ter serviços à disposição. Não sou contra a globalização, mas penso que as pessoas desejam principalmente se relacionar com as pessoas mais próximas. Talvez a sua vizinha que você não conhece, seja uma pessoa muito mais interessante que a garota que você conheceu num chat e que mora há milhares de km de distância.

  6. Olá Gilberto,

    Obrigado por ter comentado sobre isso.

    Conheço o Threadless e sei da inspiração, que não é escondida pelos donos inclusive. Acredito que os caras conseguiram fazer uma comunidade em torno no site mais coesa que o próprio pessoal que usa o Threadless. Brasileiro tem muito disso mesmo, não é à toa que o Orkut deve parte do grande sucesso por conta do Brasil. Conheço também o LaFraise (www.lafraise.com), com a mesma proposta e layout nada clean. Aliás, detesto o layout do Threadless, acho muito confuso.

    Da mesma forma, outros serviços surgem inspirados em outros de fora, como o MercadoLivre (inspirado no e-bay e depois adquirido por eles), vários webmails baseados na idéia do Hotmail e recentemente um projeto que eu estou trabalhando, o Sendep (www.sendep.com.br) baseado no Paypal.com.

    É muito raro uma idéia nova surgir daqui por conta de como as coisas chegam aqui, sempre depois, atrasado, por último. Espero que consigamos mudar essa situação, afinal somos precursores em muitas coisas no mundo – a exemplo do Biodiesel recente – a Internet não pode ficar fora disso.

    Abraço

  7. Manoel,

    Mas lembre-se de isso não é uma doutrina, eu detesto regras e doutrinas, quebre esta regra sempre que o seu bom senso mandar 😉

    A camiseteria é um bom exemplo de como quebrar as regras com bom senso é legal.

    O Threadless [1], de onde a camiseteria tirou a idéia, está muito mais próximo das dicas que eu dei.

    [1] http://www.threadless.com/

    Estas dicas são um guia. Se você conhece um caminho melhor em um ponto ou outro, siga em frente e boa sorte.

    Obrigado,
    Gilberto Jr

  8. Esqueci de enviar um exemplo claro da minha primeira discordância:

    http://www.camiseteria.com

    É colaborativo, tem Ajax em alguns momentos, usa muita tabela no html, tem boa usabilidade, o layout não é clean (mas é bonito e fácil de entender), além de ser um e-commerce…

  9. Discordo de algumas coisas do artigo.

    – Site colaborativo não precisa ter layout clean, não precisa oferecer seu principal produto como conteúdo ou alguma outra coisa gratuita, não precisa ter só dois campos de cadastro;

    – Ajax não é mimo, não é novo nem tem ligação direta com facilidade de uso. Conheço vários serviços Ajax que são complicados de usar. O fato de não dar reload não quer dizer que seja mais fácil de usar.

    – Sim, design é projeto e o projeto deve prever usabilidade. Não significa que um layout com imagens de fundo ou macacos pulando na tela não tenha uma boa usabilidade, assim como um site com fundo branco e limpo se torna fácil de usar só por isso;

    – É uma utopia querer que brasileiro reinvente a web 2.0 só porque somos criativos. A web está crescendo agora no Brasil e obviamente novidades vem de fora. Cabe a nós saber lidar com o que vem e criar em cima disso. Nada se cria, tudo o que está aí não é novo. Padrões Web é a coisa mais velha da Internet, mas só agora está sendo usado maciçamente. Diria até que está sendo tendência, mais moda que consciência.

    – Num site colaborativo, se não for comunitário (tudo de graça), o usuário pode até ser rei, mas ele também é o peão de obra, pois ele mesmo é quem trabalha, quem faz o site, mas não participa da renda dos anúncios 😉

  10. Gostei… Gostei mesmo!

    Acredito plenamente quando menciona que nós brasileiros temos a plena criatividade e podemos chegar no topo com um dos melhores serviços que a rede já viu.

    Eu pessoalmente não gosto nem dos termos em inglês que usamos, sejamos originais pessoal não custa nada ser autentico!

    Gilberto!
    Parabéns pela abordagem tão rica em informção, estou aproveitando muito as suas dicas, tenho várias idéias dentre as quase já coloquei uma em prática ainda sem muito sucesso, trata-se de uma serviços comunitário o PORTAL LESTE, nada muito original é claro, com algumas particularidades, como destacar as boas notícias nada inédito também, mas a cada dia tenho nova e um dia ei de chegar lá.

  11. Muito bom o artigo.
    Estou me formando dentro de pouco tempo, e estou pensando seriamente em fazer minha monografia sobre os sistemas colaborativos.
    Pra quem gosta e/ou quer desenvolver um este site aqui: http://www.usabilityfirst.com/ tem umas dicas bastante interessantes sobre como aumentar a usabilidade de seus sites/programas/produtos.

  12. Na minha opinião a idéia de um mega-projeto como o You tube e equivalentes nada tem de sites colaborativos. São sim um meio de lucrarem com a web a longo prazo.
    Com o que estes sites colaboram ??? Com a Majestade USUÁRIO ?
    Pensando rápido assim sem fazer muito esforço descobri: As companhias telefônicas com milhôes de internautas navegando na web. Grande colaboração!!

  13. O artigo é interessante, mas gostaria de fazer dois comentários.

    Um breve sobre o OpenID. É um serviço que permite centralizar o registro de pessoas de forma que não precisam se cadastra em cada site que o suporte.

    Só descobri isto por causa deste componente pronto em PHP para usar servidores de autenticação que usam este protocolo. Sei que existem componentes para outras linguagens.

    http://www.phpclasses.org/openid_simple

    API de single sign-on, sempre existiram, como por exemplo o Passport da Microsoft. Agora não me lembro de nenhuma que tenha tido aceitação. Acho que nenhum dono de site confia em serviços de autenticação externos.

    Quanto ao artigo em si, acho que peca por se focar primeiramente nos interesses dos usuários, e praticamente nada nos interesses dos donos de sites.

    O problema é que, se deixar, os usuários querem tudo de graça, e mesmo assim tem sempre quem não esteja contente e exige mais do que é viável oferecer de graça.

    Dar tudo de graça sem limites pode atrair muitos usuários, mas pode chegar a um ponto que não paga as contas.

    Esse foi o caso do YouTube. Ao contrário do que muita gente pensa, 1.6 bilhões de dólares foi um preço muito baixo que o Google pagou pelo YouTube.

    Tanto quanto sei o YouTube estava custando mais de 100 milhões de dólares por mês aos seus investidores. A esse ritmo, o que o Google pagou é praticamente o custo de manter o site por mais 1 ano.

    Logo o Google salvou o YouTube da morte certa. Caso contrário o YouTube ia falir em pouco tempo e os investidores iam ficar de mãos vazias porque a empresa nem sequer ia ter ativos para vender.

    Consta que a publicidade no site está muito longe de cobrir os custos de manutenção do YouTube. O que o Google vai fazer para rentabilizar o YouTube não sei. Talvez a cartada seja apostar no gratuito para atrair os usuários para os vídeos pagos. Não interessa, é problema deles.

    Onde quero chegar é que não adianta atrair muitos usuários com serviços caros dados de mão beijada, se você não pensar em como o dono do site vai cobrir os custos disso.

    Anda por aí uma febre de criar sites com muita audiência na esperança de serem comprados pelo Google, Yahoo, etc.. Boa sorte para os que acreditam que um dia vão conseguir isso.

    Pessoalmente não acredito em depender da sorte. Acredito em ouvir os usuários e apostar em inovação, criando novos serviços que atraiam usuários capazes de contribuir com conteúdo útil para outros.

    Mas isso serviria apenas como isco para atrair os usuários para serviços pagos previamente planejado, ou publicidade para manter a rentabilidade de forma sustentável.

  14. Achei muito interessante este artigo e acho que os sites brasileiros deveriam adotar muitas idéias descritas aqui.
    Um outro ponto que gostei foi a crença do autor de que nós brasileiros podemos fazer coisas tão boas quanto os estrangeiros, e que tudo depende de boas idéias e muito trabalho.

    Parabéns para o autor!

  15. Olá Gilberto… o assunto é interessante, muito legal de sua parte levantar essa aqui no wi.

    Muita coisa do que você disse é pertinente, mas achei que vc foi um pouco extravagante quanto tocou em assuntos relacionados ao design.

    Por exemplo, quando disse que designer tem a função de decorar as coisas. Esta é uma visão extremamente oca sobre o design de interfaces. Você como designer deveria falar um pouco da importancia exagerada que esta decoração desempenha em um serviço colaborativo. As funções de persuadir, ensinar, propor e acompanhar todos os processos interativos que um serviço desse tipo precisa são bons exemplos do que o design pode fazer para um website deste tipo.

    Um outro ponto que achei extravagante foi o do design leve, pois se vc tem a expectativa de incentivar pessoas a produzirem serviços originais (e não copiados de gringos) aqui no brasil, vc não deveria dizer para as pessoas que o ideal é replicar o estilo que encontramos no youtube ou no flickr.. Acho interessante a discussão do design, sobretudo quando podemos destacá-lo como fator crítico de diferenciação e competitividade. Hoje em dia é muito comum encontrar na internet pessoas idolatrando serviços como youtube e o flickr, sem entender de fato onde estes serviços são bons e onde não são. Você destacou bem alguns pontos onde estes serviços ganham, mas não disse que por exemplo, o design pobre do youtube faz com que as pessoas tenhas uma visão superficial sobre as potencialidades do serviço.. por exemplo.. quantas pessoas que você conhece sá assinou alguma tag no youtube? Se o serviço é tão popular assim, quantas pessoas você conhece que poderiam explicar o que vem a ser um Channel?

    Serviços como estes (del.icio.us, slashdot, youtube etc.) são marcados por um design pertubadoramente pobre, infeliz e ineficaz em fazer com que os usuários façam a máquina funcionar com todos os recursos e potencialidades.

    Alguém aí já teve, por exemplo, a oportunidade de comparar o serviço de buscas de imagens do Google com o mesmo da Microsoft? Vale a pena, sobretudo para refletir sobre design e experiência do usuário.

    Estes serviços, como o próprio google, possuem sucesso porque possuem vantagens competitivas em pontos cruciais, ou seja, agem estrategicamente. Isso não justifica, todavia, todo o hype criado em torno deles.

    Voltando ao youtube, por exemplo, podemos nos perguntar: Quantos de nós somos de fato usuários de youtube? Quantos de nós já publicou ou usou de fato todo o fantástico serviço? Aposto que em maioria, usamos apenas a ferramenta de busca e o player.. em casos raros, comentamos o que vemos.
    Se o usuário é rei, quem é o prícipe? O que produz ou que acessa? Acho que na verdade… nenhum. Pois o design foi tão infeliz que aquele que acessa não usa tudo e aquele que usa tudo (o que colabora), só o faz, porque está acostumado com dificuldades tecnológicas… já tem que trabalhar com programas complexos como photoshop, premiere e after fx…

    Acho que antes de dizermos sobre design é importante usarmos estes serviços… e tentar buscar bases comparativas que justifiquem nossas declarações. Toda a unanimidade é burra, e não serão os websites que pleitearam a recente moda de AJAX e standards no mercado que vão ditar a interface do futuro. O design não morreu nestes websites, e muito pelo contrario, quem perceber isso antes sairá na frente.

    Bom… fico por aqui, afinal, era só um comentário sobre design.

    Abraço!

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