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Recentemente aconteceu em Nova Iorque o IAB Global Summit. Pela primeira vez sentaram-se à mesma mesa 13 dos 21 países onde o IAB, a maior entidade de mídia interativa do mundo, está organizado.

Foi um exercício muito interessante saber os desafios que países tão díspares como Argentina, Cingapura e Dinamarca enfrentam em seu dia a dia para educar o mercado em torno dos benefícios da mídia online. Além disso, foi uma boa oportunidade de comparar dados de mercado, dos quais divido os principais com você aqui:

Argentina
Investimentos em publicidade online: devem atingir 14 milhões de dólares este ano, contra 10 milhões em 2005.
40% dos usuários são homens.
63% de 13 a 19 anos, 51% de 20 a 24 são as maiores faixas.

Chile
6.7 milhões de usuários, o que equivale a 44,7% da população.
24% de 25 a 34 anos e 18% de 15 a 19 anos.
Mídia online equivale a 1,4% do bolo e em 2005 ultrapassou os 7 milhões de dólares.

México
50 milhões de dólares em mídia online.
20 milhões de usuários, 53% homens.
23% entre 13 a 18 anos e 50% entre 19 a 34%.
48.5% dos usuários acessam via banda larga.

Porto Rico
1.1milhão de usuários, representando 35% de penetração
25% de 25 a 34 anos, 22.8% de 35 a 49 anos
50% acessa via banda larga
Este ano o bolo deve chegar a 717 milhões de dólares e não há dados de online.

Canadá
22 milhões de usuários, 77% acessam via banda larga.
21% do bolo é web, atrás apenas de TV e rádio.
Em 2006 online deve chegar a 801 milhões de dólares, sendo 41% banners e 35% busca.

Cingapura
66% de penetração, sendo que 82% acessa via banda larga.
Mais de um celular por pessoa (100% de penetração), que trocam de aparelho em média a cada nove meses
Estima-se em 602 milhões o bolo publicitário total.

Austrália
11milhões de usuários ativos, 82% entre 25 e 34 anos, 75% acessa via banda larga.
Penetração chega a 74% na faixa 35 a 49 anos.
620 milhões de dólares australianos em mídia online (6,13% do bolo), sendo que os investimentos em busca já ultrapassam banners.

Bélgica
55.1 milhões de euros investidos em mídia online em 2005 (2.3% do bolo).
5.1 milhões de usuários (57% da população), sendo que 87% acessa via banda larga.

Dinamarca
89% da população, sendo 73% via banda larga.
122 milhões de euros investidos em mídia online em 2005 (6% do bolo).

França
26 milhões de pessoas online (mais de 50% de penetração).
11% do bolo é internet (8% é TV, mídia impressa é 76%).
749 milhões de euros investidos em mídia online entre janeiro e abril de 2006.

Grécia
24,2% da população está online, sendo que 57% dos acessos são residenciais.
13 milhões de euros investidos em mídia online (dados de 2004).

Itália
137 milhões de euros em 2005 (1,6% do bolo).
18 milhões de usuários, sendo 50% acessam via banda larga.
59% homens, 53% entre 25 a 49 anos.

Reino Unido
2.5 bilhões de libras investidos em mídia online (8% do bolo).
Busca responde por 56% e banners 24.6%.
30 milhões de usuários (penetração de 72%).
52% homens, 47% dos usuários entre 25 a 44 anos.

Brasil
30 milhões de usuários, 54% homens e 23% dos usuários entre 35 a 49 anos.
A expectativa é chegar aos 200 milhões de dólares em mídia online este ano (2% do bolo).

Estados Unidos
Mais de 207 milhões de usuários (69% de penetração), 70% acessa via banda larga.
Mais de 50% dos usuários são mulheres.
Previsão de investimentos em mídia online para 2006: 16 bilhões de dólares.

As minhas principais constatações, baseadas na reunião da semana passada, são:

  • Banda larga cresce no mundo inteiro.
  • Google, Yahoo e MSN estão entre os sites mais visitados na maioria dos países.
  • Busca é um dos grandes vetores de crescimento da mídia online.
  • Na maioria dos países a internet ainda representa menos de 5% do bolo total.
  • As pessoas ?navegam? cada vez menos na internet, influência da alta penetração dos sites de busca: você digita o que está procurando e vai direto para os resultados que lhe interessam.
  • Por outro lado, os usuários tendem a ver mais páginas e permanecer mais tempo online quando possuem conexão banda larga.
  • Dentre os conteúdos que mais atraem os usuários está ver vídeos online. Isto gera certa ?passividade? do usuário, tornando a web menos interativa, apesar de todo o ?bochicho? em torno do marketing viral.
  • Comunicadores instantâneos, blogs, redes sociais… enfim, o chamado ?conteúdo gerada pelo consumidor? é tendência forte em todos os países.

Ou seja, podemos inferir que o Brasil é um espelho do momento atual que a internet vive no mundo inteiro. Para isso basta avaliar os altos índices de uso de aplicativos como mensagens instantâneas, leitores de MP3 e vídeo, além de sites de busca, redes sociais e blogs.

No caso brasileiro também é interessante notar que mesmo com a baixa penetração e poucos investimentos em mídia online, nosso usuário é muito sofisticado e exigente, até porque a maioria vem de classes sociais mais altas e possui escolaridade superior.

Isso acaba refletindo na alta qualidade dos serviços online disponíveis no Brasil, como internet banking, por exemplo. Em suma, não estamos tão mal quanto parece. [Webinsider]

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Avatar de Marcelo Sant'Iago

Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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2 respostas

  1. Adorei o estudo.
    As características dos usuários brasileiros são muito interessantes e propícias para aumentar a fatia de investimento em midia online.
    😉

  2. Muito interessante o estudo. O Brasil pode ser considerado até mais que um espelho. Quase como uma referência. Acredito também que a fatia de mídia online ainda vai aumentar.
    Já o mercado de busca experimenta o seu grande crescimento este ano. Finalmente as empresas brasileiras começam a abrir seus olhos para ela.
    Que venha 2007.

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