Falando sobre como obter sucesso do dia para a noite na internet (ou seja, sobre web 2.0), Nisan Gabbay do Mashable propõe uma diferença clara entre sites virais e sites que aproveitam o boca-a-boca.
Segundo Nisan, viral é o serviço cuja utilidade, cujo valor, aumenta conforme seus amigos também participam. Para que serveriam o Orkut, o Gtalk, o Messenger, o Skype e o Myspace se os seus amigos não estiverem lá também? Este seria um serviço realmente viral.
Um serviço pode ser mais ou menos viral de acordo com o valor agregado para o usuário ao ter mais amigos participando.
Mas ser viral não é exclusividade de serviços de comunicação como os messengers e redes sociais. O Flickr é um bom exemplo disso. Ele já seria um serviço muito bom se fosse somente para guardar suas fotos, como um backup seguro que pode ser acessado de qualquer computador. Mas o serviço fica muito mais interessante quando você tem vários amigos que também guardam suas fotos lá, porque você pode ver as fotos deles e eles podem ver as suas facilmente e ambos podem trocar mensagens.
O Digg.com é outro bom exemplo de serviço viral. É mais legal ver as notícias que um amigo seu postou ou votou do que notícias (mesmo que boas) de desconhecidos. Ler o comentário de quem você não conhece é interessante, mas ler o comentário do seu melhor amigo é outra coisa, totalmente diferente.
A campanha da Coca-Cola com o Youtube tem muito mais valor se seus amigos enviarem cartões de Natal para você ou vice-versa. Ou seja, é viral.
O que é o boca-a-boca?
Já a campanha do Prisma da GM, que é simplesmente um ótimo vídeo, é boca-a-boca porque não tem nenhuma participação do usuário além dele divulgar a ação. Isso pode muito bem acontecer, e acontece bastante, em relação a um comercial que passa só na TV, ou um outdoor.
Diferentemente de um serviço viral, que tem mais valor conforme os amigos do usuário também o utilizam, o boca-a-boca pode acontecer a respeito de qualquer serviço.
Um bom jornal online ou um blog com bom conteúdo podem crescer rapidamente conforme os usuários recomendam uns aos outros.
O Google se gaba de nunca ter gasto com propaganda, de ter conseguido tudo pelo boca-a-boca. Para ter toda atenção que tem o Google precisou fazer o melhor serviço de busca, para que o usuário gostasse tanto e o recomendasse aos amigos. Isso é boca-a-boca.
Para que serve a diferença?
Ao entender a diferença entre viral e boca-a-boca, quando pensarmos em uma estratégia que antes chamávamos genericamente de ?viral?, podemos distinguir melhor se queremos uma ação viral ou boca-a-boca.
Boca-a-boca pode ser um vídeo, uma imagem, uma música? Qualquer coisa que seja interessante e você comente ou passe adiante. Viral seria uma estratégia que só faz sentido se os amigos do usuário participarem também. [Webinsider]
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[Obrigado ao In Hsieh pela dica da postagem do Nisan]
Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
8 respostas
para uso 5trabalho mkt
Creio que tais definições reflitam duas das mais importantes leis matemáticas da Ciência das Redes. Para o boca-a-boca, seria a Lei de Metcalfe (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Metcalfe) e para a definição de viral acima, operaria a Lei de Reed (http://en.wikipedia.org/wiki/Reed%27s_law).
Não creio que seja uma divisão marqueteira, como o Bruno. Óbvio que o retorno é o mais importante – é o melhor argumento para justificarmos nosso salário. Mas na fase de planejamento estratégico, pode ser bastante útil diferenciar os dois tipos de ações, tanto nas motivações como no fomento hierárquico das conexões e quem sabe até usando as fórmulas matemáticas citadas acima para calcular expectativas de retorno sobre investimento com a respectiva curva de crescimento esperado, por semana, por exemplo.
Toda ação deve trazer resultados, para isso devemos pensar em ações diretas e objetivas. O conceito de marketing Viral traz resultados quando planejados, mas acredito que toda ação viral possui o conceito boca-boca, pois a informação é repassada, comentada isto torna a ação Viral.
Tem vírus que passa pela boca, não é? rsrs
Concordo totalmente
Na minha opinião, é uma divisão marqueteira. Só o ato de divulgar já consiste numa interação com o projeto – aliás, é um dos maiores impactos que você pode causar em um consumidor.
Viral, boca-a-boca, buzzmarketing… todos eles praticam uma mesma filosofia: o consumidor é a mídia.
Um simples vídeo que é espalhado pelos sete cantos do mundo pode ser muito mais viral do que uma ação que se propõe a agregar uma marca claramente na mensagem. Não fazem muitos meses do vídeo da Marc Ecko, grande vencedor de Cannes ano passado. Mais que um vídeo (ação?) premiado(a), foi um dos vídeos mais vistos do YouTube durante um tempo. Sem falar nos comentários por aí.
É propaganda+entretenimento trazendo resultados. Acho que, no final das contas, não importa o nome, importa o retorno. Seja ele direto ou indireto – mas que seja visível.
Legal o artigo.
Tema bem interessante e pertinente!
Muito bom o artigo.
Quando li o título pensei: Ih, já estão inventando novos significados para coisas que já são de conhecimento comum.
Mas, pelo contrário, o artigo me surpreendeu.
Viral é uma daquelas palavras que todo mundo começa a usar mas não sabe muito bem o que é.
É muito comum isso acontecer com neologismos. A pessoa escuta, deduz o significado e começa a usar o termo no sentido que ela deduziu. Daí começa a confusão, já que quem aprendeu o trmo com esta pessoa já começa com uma idéia errada.
Confesso que eu mesmo já usei viral no sentido de boca-a-boca.
Isso aconteceu também com o termo web 2.0. Ninguém sabia direito o que era mas todo mundo usa. E o pior: cada um inventava seu próprio significado e passava pra frente.
Para isso serve o Webinsider. Para divulgar e esclarecer nossas mentes aflitas por informação.