Existe algo mais fácil do que usar um e-mail? Antes da bolha da internet tivemos um comercial em que uma pessoa da limpeza pedia a um funcionário para usar o computador para ver seus e-mails. E no fim ele perguntava ao funcionário em tom de deboche: “Você não tem e-mail”? Todo mundo tinha direito a uma conta de e-mail. Conta pessoal, gratuita e de cadastro simples. Os usuários estavam felizes. E as empresas?
As empresas perceberam o potencial de oferecer produtos direto no endereço virtual destas pessoas. E o melhor: comparado ao custo de uma carta, o custo do envio do e-mail era praticamente nulo. Mas não foram só as empresas que descobriram esta facilidade. Donos de fórmulas mágicas de emagrecer, de ganhar dinheiro fácil, de remédios que fazem milagres e de vendedores de CDs com listas de e-mail passaram a fazer parte da sua caixa postal, mesmo que o dono do e-mail não tivesse interesse. Começaram as trevas: surge o spam.
Em tempos de web 2.0, todos já têm e-mail e mesmo assim tivemos uma onda de pedidos de convite para o primeiro e-mail de gigabyte que hoje já está em quase três gigabytes. É uma conta para o trabalho, uma para os amigos, uma para guardar vídeos e uma para receber os e-mails. Conseguir a atenção do usuário e ultrapassar o filtro antispam são os obstáculos para as ações de e-mail marketing. Mas os resultados ainda são bons e recompensam o esforço. Como isto é possível? Através do uso de listas próprias e com permissão.
Prova disso foi uma pesquisa recente divulgada pelo eMarketer. Nele, profissionais de marketing online responderam o que consideravam que funciona melhor na área. O e-mail de lista própria ocupou o segundo lugar na pesquisa. Em contra partida, e-mail de lista alugada ficou em último lugar. O que diferencia estes dois? A permissão. O e-mail marketing deve ser sempre baseado na permissão, ou seja, na autorização da pessoa para participar da sua lista.
A autorização deve acontecer antes do recebimento da mensagem, como no cadastro que um usuário faz em seu site, em um evento que ele participa ou até em um atendimento telefônico. É ai que você constrói sua lista de e-mail: uma base totalmente opt-in, diferente das lista de CDs com um milhão de e-mails. Com isto você evita que clientes fiquem chateados com a sua empresa e clientes quando estão chateados falam mal da empresa para muita gente.
As empresas que trabalham com permissão tendem a ganhar maior credibilidade do mercado, pois demonstram respeito no relacionamento. Mas por que ainda existe tanto spam? Claro que existe muita falta de ética, mas a falta de informação parece ser o maior problema.
Distorções
Pela simplicidade que já vimos, é fácil enviar milhões de e-mails. Já soube de histórias de profissionais que trabalham na área que só consideram spam quando a pessoa pediu para sair da base. Teve um caso de um profissional, que ao ser questionado porque enviou e-mail não solicitado, explicava que um e-mail só era contava como spam depois do terceiro e-mail enviado.
Claro que existem outros fatores que influenciam o sucesso de uma campanha de e-mail marketing. Relevância, periodicidade, personalização, testes. Isto é parte da estratégia que melhora, e muito, o retorno das campanhas. Mas o principal é a construção da base e a permissão. Sem permissão nem comece a sua campanha de e-mail marketing. Minha caixa de e-mail agradece. [Webinsider]
Paulo Rodrigo Teixeira
Paulo Rodrigo Teixeira (webpaulo@gmail.com) é editor do Marketing de Busca e do blog Webpaulo.com
11 respostas
Nunca ouvi falar de uma lei no país para punir isto e mesmo que exista a chance de punir alguém será muito pequena.
Não gostaria que desse cadeia, mas que desse uma boa punição financeira a estes caras, seria ótimo.
Grande abraço,
Paulo,
tire uma dúvida: há alguma lei no Brasil ou no mundo que condena as pessoas que usam e-mail marketing sem autorização? Há alguma lei que diz que não pode enviar spans? Por exemplo, já vi vários sites que vendem CDs com milhões de emails. A pessoa que compra ou que vende e passa a enviar emails divulgando sua empresa, está cometendo algo ilícito? Dá cadeia?
Abraços e parabéns pelo artigo.
Fábio
Oi Daniel,
Para mim a escolha deve ser do usuário. A nossa função é oferecer os dois. Se o usuário prefere feed, usa, se prefere e-mail, usa, se prefere os dois ou nenhum também é escolha dele. O que não pode é deixar de atender a necessidade do usuário.
Realmente como escrevi o problema é como se diferenciar na caixa de e-mail. Posso te dizer que é possível conseguir altas taxas de abertura, clique e até fechamentos de negócio por e-mail. Quanto a confirmação de captcha, cada cliente vale o esforço. Se o cliente responder o e-mail não devemos responder sua mensagem? Trate cada cliente como único.
Quanto ao link, é questão de estratégia de cada empresa. Deve funcionar se ela continua fazendo, porém e-mail marketing não é (especificamente) para vender e sim fidelizar. Quanto a briga para sair da lista, a é culpa da empresa. Sair da lista dever ser simples. Deve ter um link de descadastro em toda peça enviada. sem burocracia.
Concordo que as empresas devem investir em feeds, mas não pode ignorar o e-mail marketing. Não queima o filme enviar e-mail marketing. Não acredito que grandes empresas que estão fazendo e-mail marketing da forma correta estão prejudicando a imagem da sua marca. Agora o problema da fraude via e-mail é bem sério! É algo para ser pensado.
Grande abraço
Oi Paulo,
O problema não é seu eu me escrevi ou não na newsletter, minha caixa de email fica com tanto lixo que eu não perco mais tempo em abrir um email onde o título ou o email do remetente é diferente do que estou esperando, trato o resto com lixo e apago. Sem contar nos sistema anti-spam que pede confirmação por captcha e outros que bloqueiam imagens e muito mais. Isto é o resultado da banalização do email-marketing
Tem muitos sites conhecidos que na newsletter envia o link para a página do novo artigo ou promoção! Perda de tempo de quem cria a newsletter e principalmente do meu tempo em ter que receber e apagar mais um lixo da minha caixa de entrada. E tem mais uma briga para conseguir sair da lista desta newsletter.
Os sites e empresas deveriam começar a investir mais na divulgação de suas ações através dos feeds, principalmente por evitar de queimar o filme lotando nossas caixas de email, ou de não ter retorno quando seu email é apagado sem ter sido aberto. Também evita o uso do email para fraudes envolvendo suas marcas.
Abraços
Oi Rato,
Tudo bem? Espero que sim!
Quando escrevi a matéria, ela foi baseada em uma pesquisa recente de 2007. Tive o cuidado antes de escrever de reler todas as matérias já publicadas aqui e posso te afirmar que não tem nenhuma com este conteúdo. O mote da matéria é que, mesmo em 2007, com todo o hype de web 2.0 e com as diversas afirmações que o e-mail marketing está morrendo, ele ainda é o preferido em investimentos de marketing.
Quanto ao conteúdo do webinsider, ele é legal por que tem um excelente editor que já filtra o material. Se você quiser falar com o editor, tem um link no topo chamado Fale com o editor.
Grande abraço
Pessoal, por favor vamos agregar valor e não entupir o webinsider com conteúdos repetitivos.
Juro que já vi umas 10 matérias iguais a esta aqui!
Poxa o webinsider é tão legal e serve de referência. Por favor filtrem repetições e promovam informações que realmente podem fazer a diferença!
Obrigado.
Fabio,
No futuro é bem provável que o e-mail marketing perca força, mas não acredito que ele desapareça.
O verdadeiro e-mail marketing é o com permissão e se você permitiu é bem provável que seja do seu interesse. Funciona igual ao feed. A iniciativa de cadastrar um feed é sua, tal como a inicitavia de se cadastrar em uma newsletter por exemplo.
Outro ponto é que nós dois sabemos usar feeds, mas não é todo mundo que sabe. Meus pais por exemplo nem tem idéia do que seja isto ou como usar um agregador de feed, mas pergunte a eles como usar um e-mail. A adoção do e-mail é muito superior aos feeds.
Grande abraço.
Com a maior utilização dos feeds o email-marketing está com os dias contados.
De cada 100 emails que recebo, menos de 10 são do meu interesse.
Com o rss só recebo o que quero e quando quero e não Lota a caixa de email!
Abraços
Oi Wesley,
É isso mesmo. O cliente deve ser tratado sempre de forma individualizada. A segmentação é uma arma poderosa.
Obrigado Ricardo,
Acompanho o seu trabalho. Parabéns.
Que pergunta difícil! =)
O texto da ABEMD serviria para uma boa discussão. Concordo que o primeiro contato é o mais importante, agora o resto de texto pode ser interpretado de várias maneiras. Se o conceito aplicado for o double opt-in, realmente há a necessidade de confirmar o desejo de recebimento no primeiro e-mail recebido.
Se for opt-in simples, entendo que você já deu a permissão de alguma maneira, pode até ser considerado aquele e-mail coletado em um evento, visita a um PDV ou a indicação de um amigo.
Agora se o destinatário nunca te deu permissão, talvez fosse melhor você ligar antes para ele e perguntar se pode enviar um e-mail. Claro que cada caso deve ser analisado individualmente e o bom senso deve prevalecer, mas entendo que o e-mail marketing é baseado na permissão e se não há permissão, pode causar mais prejuízo do que benefício.
Grande abraço,
Caro Paulo:
Parabéns pela matéria. Você está certo, sem permissão não dá! Cabe notar a posição da ABEND (http://www.portal.abemd.org.br/default.aspx?pagid=FKDFUKUN&menuid=99) onde se lê O primeiro recebimento é muito importante, porque marca o início da relação. É preciso ter permissão para prosseguir o relacionamento… ao invés de é preciso ter permissão para COMEÇAR o relacionamento, ou seja, para eles, tudo bem fazer a prospecção de clientes via e-mail não solicitados, desde que só 1 por prospect e no início da relação… O que vc acha desta questão ?
Ações de envio de e-mail devem ser comparadas a uma estratégia de marketing direto. O produto oferecido da campanha na caixa postal do internauta precisa ser familiar e de seu interesse, assim procurar lista com informações e formas de unicidade dos dados, aumentam o sucesso e impacto da mensagem.