A boa experiência do usuário portador de deficiência

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Desde 2005 as discussões sobre o valor da experiência do usuário na internet têm ganhado força, tanto na academia quanto no mercado. Comprovações de aumento do retorno sobre o investimento fizeram com que a chamada UX (User Experience) ganhasse terreno a ponto de o desenvolvimento centrado no usuário hoje ser o carro-chefe de praticamente todos os bons projetos web.

Data também desta época o crescimento das preocupações com acessibilidade na internet. Atualmente grande parte dos desenvolvedores têm consciência de que tornar um site acessível não é altruísmo e sim uma excelente oportunidade de ampliar mercado, além de demonstrar respeito aos direitos humanos.

Embora seja excelente que as duas áreas tenham avançado bastante nos últimos anos, é triste notar que as duas não caminharam juntas. Enquanto a preocupação com uma excelente experiência do usuário norteia o desenvolvimento de novos projetos, a experiência do usuário portador de deficiência ainda é relegada ao mínimo necessário.

Indo além do básico

A melhoria da acessibilidade na internet coincide com uma maior difusão dos web standards – padrões de codificação de sites determinados pelo World Wide Web Consortium. Por definição, ao se desenvolver um site seguindo web standards, os navegadores textuais – que sintetizam em som o que normalmente é visto – conseguirão ler bem o conteúdo das páginas.

O problema é que acessibilidade não se restringe apenas a deficientes visuais e também eles não querem apenas poder ouvir o conteúdo. É preciso oferecer uma boa experiência tanto aos deficientes físicos (amblíopes, disléxicos, daltônicos, deficientes motores etc.) quanto aos que portam algum tipo de deficiência técnica (alguém cujo mouse quebrou, ou que está impedido de ouvir por conta do barulho ambiente, ou mesmo usando um dispositivo não-convencional de acesso).

As interações que existem para os demais usuários também devem funcionar para esse público, o que muitas vezes não acontece. O desenvolvedor por vezes acredita que validar o site em um avaliador automático de acessibilidade é suficiente.

Para conseguirmos uma boa experiência do usuário portador de deficiência é preciso ir além do básico. Não basta apenas colocar uma alternativa textual nas imagens. É necessário tomar cuidados desde a hora de definição de rótulos (termos como “veja mais”, “clique aqui” ou “na coluna ao lado” não fazem sentido) até até o momento de escolha do esquema de cores (já que nem todos enxergam as cores como o designer que fez o projeto).

Não é simples de ser feito, mas não é impossível. Projetos nacionais como o site da Capes são a prova disso. As empresas que atentarem para esta oportunidade largarão na frente para atingir um público que pode chegar a 25% do total de usuários de internet, segundo pesquisa do Centro Dinamarquês para a Acessibilidade. [Webinsider]

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Avatar de Walmar Andrade

Walmar Andrade (walmarandrade @wenetus.com) é jornalista com MBA em Planejamento, Gestão e Marketing Digital, diretor-executivo da Wenetus Interactive e autor do blog FatorW.com.

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4 respostas

  1. Olá Walmar,

    Ótimo seu artigo, acredito que para ir além do básico o básico tem que existir. Há vários sites hoje acessíveis a diversos povos e nações, portadores de algum tipo de deficiência ou não.

    Acredito que o nosso trabalho pode ser feita de forma básica sim, uma vez que os criadores de softwares desenvolvem em cima de padrões, como você mesmo disse, definidos pela W3C.

    Um exemplo disso é o que a IBM vem fazendo, ela está desenvolvendo um software capaz de ler vídeos, nós não mudamos o conteúdo, cor, contraste, volume, enfim, nada do vídeo e sim a IBM fez um software capaz diss.

    Concluíndo, creio eu que fazendo o básico, seguindo as normas, tratando tudo da melhor maneira possível e de uma forma que o conteúdo fique coerente, não precisemos ir além do que podemos fazer.

    Abraço,
    Eder Prado

    Link da matéria da IBM:
    http://ederprado.wordpress.com/2007/04/10/ibm-ajuda-cegos-a-verem-video-na-web/

  2. Walmar, lamento discordar de você ao indicar o site da Capes como uma boa referência, pois ele tem problemas graves de usabilidade para deficientes visuais, principalmente para os que utilizam leitores de tela.

    Acontece que a estrutura XHTML dele não está preparada para leitores de tela como o Jaws por exemplo (muito utilizado por deficientes visuais). Se você analisar a estrutura do código, verá que todo o menu de navegação vem em primeiro lugar. Isso significa que toda vez que um usuário do Jaws (e qualquer outro software do gênero) for ler qualquer página do site da Capes, ele terá que ouvir as dezenas de opções do menu de navegação (imagine você passar por isso a cada visitação de página!!!). As páginas também possuem, até onde vi, todos os títulos iguais, isso deixa o usuário perdido na navegação.

    Quer um bom exemplo: visite sites governamentais de Portugal. Infelizmente ficarei devendo alguns links pois eles estão num CD de usabilidade que recebi do governo de Portugal (veja como é diferente a preocupação do governo deles!) e estou com preguiça de pegar os links.

    Saudações,

    Mark Costa

  3. Portadores de deficências deveriam ser mais lembrados pelos programadores de web e o governo deveria dar algo mais para quem promovesse a assebilidade deles fazendo assim que o numeros de deficientes na internet aumentasse sendo um outro mercado a explorar e provendo informações para os deficientes.

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