Com o avanço de novas tecnologias e o crescimento da busca, alguns especialistas chegam a pregar a morte da ?homepage?, considerando que o usuário entra nos sites por qualquer parte, por onde desejar.
Há alguns anos, nos primórdios da internet, muitas empresas chamavam seus sites de ?homepages?. Era muito comum a clássica frase ?coloquei a homepage da minha empresa na internet?. O conceito de página principal ficou tão forte, que se tornou um sinônimo de site.
Até mesmo nos dias atuais, em grandes empresas, a preocupação com a página principal é tão grande que as outras partes ficam esquecidas. É muito comum encontrar páginas internas que não cumprem seus objetivos, pois muitas vezes não são encaradas como potenciais portas de entrada.
Alguns dos maiores sites de mídia americana têm mais de 50% de tráfego direcionado para outras páginas de entrada (vindos de sites de busca, blogs, etc). Há poucos anos, a home era responsável por cerca de 80% das entradas.
No caso do Webinsider, a home representa 20% dos acessos (que pode ser entendido como o público mais fiel ao site, que entra pelos Favoritos ou digita diretamente o endereço no browser).
A estratégia de fazer uma capa ainda vem de uma associação com jornais ou revistas. A idéia de que existe um início de tudo, com destaque para todos os caminhos possíveis nem sempre é verdade. Muitos se esquecem que um ambiente interativo envolve a escolha do usuário, inclusive por onde ele deseja entrar.
Para mudar esse conceito, é preciso analisar cada parte como um potencial de direcionar o usuário para aprofundar seu interesse. É preciso entender o conceito do site a partir de qualquer lugar, através de destaques e informações cruzadas que levem aos objetivos. O ambiente nunca pode ser encarado de forma seqüencial. O usuário pode vir de qualquer lugar, chegar onde quiser e sair, ou continuar seu caminho.
Através de RSS, não é mais preciso passar pela home para ver as novidades. Com a busca, cada um procura o que quer e cai em qualquer parte. Raramente a home tem mais relevância no assunto que áreas internas especializadas, com espaço para aprofundar.
No caso de ações de e-mail marketing e campanhas, há maior controle em relação à porta de entrada, que também tem um foco específico, fugindo do generalismo da home. Em muitos outros casos, há grandes surpresas ao analisar estatísticas de páginas de entrada.
Pode-se ir até mais profundamente na discussão. Na verdade, não só a primazia da home está em cheque, mas também o próprio conceito de página.
Com tecnologias como Ajax, toda a experiência pode acontecer em um único local, sem sair do lugar. Dessa forma, a chave não é mais a página em si, mas sim a interação. O próprio conceito de site deve ser visto a partir do lado de fora, e não a partir de si mesmo. Dessa forma, pensar que existe um único ponto de partida pode ser um grande equívoco. [Webinsider]
Daniella Morier
Daniella Morier(daniella@avantare.com.br) é sócia-diretora da Avantare Inteligência Interativa.
12 respostas
Com relação as tecnologias que vocês empregam sou amador. Mas concordo com o pensamento geral de que as páginas internas tem que ter cara de HP ou pelo menos uma modularidade (links).
Sobre buscadores eu pensava que não fosse necessário estarem visíveis as palavras-chave que ele busca . Digo assim, não se pode repetir todo um texto que está em Flash em 2º plano?
Um exemplo de fim da HP é quando a gente enche o saco por não saber escrever o nome da empresa ou o domínio e então parte para o Google e descobre lá onde fica a HP (o caso da LG, por exemplo), mas o Google muitas vezes traz uma lista de páginas oficiais, sem contar os outros resultados subseqüentes.
Outra questão que se precisa discernir é foco no conceito e foco no uso. Para qual público se destina as informações da empresa? Mais claramente quero dizer que as máquinas de escrever já morreram mas existem e são usadas.
Acredito que o foco da autora é o pensamento estratégico, sub-seção: site da empresa. Concordo 100% com ela em relação a abrir o olho e ver para onde as coisas estão indo. E digo mais: uma página interna como um agente de informação da empresa deve se responder 2 coisas: qual o tema central que estou difundindo aqui e qual a informação-chave estou querendo passar com esta página? Pensando em voz alta, talvez as respostas destas 2 perguntas sejam a HP da empresa.
Sds
O ponto de vista exposto no texto é muito válido. É também um ponto de atenção a ser observado em qualquer projeto de site. As páginas de entrada não possuem mais o mesmo volume de acesso de alguns anos atrás.
Aqui no webinsider entro pela porta da frente, mas na maioria dos sites que visito acesso através de links, RSS, buscas…
Rochester;
Voce está em que século?
homepage é tão atual quanto o videocassete.
Eu nao entro em homipeigi quase nenhuma, recebo informação de conteúdo relevante de várias fontes, como citado no texto, e vou direto ao assunto PONTO
Antes, na era glacial da homipeigi, se gerava conteúdo na capa de um site e nós tinhamos de digitar aquele endereço para chegar até lá.
Hoje, não digito endereço nenhum. A informação que preciso vem até a mim ou vou guiado por links.
É o fim da HOMIPEIGI.
Daniela,
Curioso você ter falado nisso, pois a pouco tempo o Jared Spool da UIE liberou um podcast falando de design de homepages, acho bastante pertinente e de certa forma vocês estão de acordo.
As homepages são importantíssimas considerando que elas em alguns casos (e vem diminuindo) são a primeira impressão que o usuário tem do site.
Com exceção de sites de notícias em que é razoavelmente comum se entrar na homepage somente para ver as últimas noticias, a maioria esmagadora de usuários só está de passagem na home (isso quando passa por lá), o que interessa ele de verdade está dentro do site. Portanto nosso objetivo principal é fazer com que o usuário saia da home o quanto antes e vá para seu conteúdo de interesse.
Por isso o projeto das páginas internas é na verdade o que deveria nos tomar mais tempo.
Quanto alguns comentários acima gostaria de dizer o seguinte.
Sim a maioria dos usuários ainda é iniciante. Somos 190 milhões de brasileiros, de onde você pensa que os usuários surgem?
Quanto ao uso de Ajax e flash. Eles são diferentes. Ajax é javascript e tem muitas limitações, não foi feito pra fazer muitas coisas que já vi o pessoal fazendo (tipo, jogos complexos, rendering de 3d… ) ou seja. Desempenho sofrível.
Métricas em RSS, Feedburner neles! Não é 100% mas tem serviços ótimos, acho que vale a pena.
Abs
Homepage deve ser um resumo do que o usuário vai encontrar no site. Ele deve ser atraente para o seu público, oferecer acesso rápido às seções principais do site, etc, etc, etc. No entanto, os sistemas de busca, RSS e outros links diretos facilitam o acesso direito à informação de um usuário que, muitas vezes, está com pressa. E é para isso que um site existe: dispor a informação de maneira fácil e de acesso intuitivo, sem frescuras ou obstáculos. A homepage tem sua importância, mas não se equipara ao conteúdo e a acessibilidade, tão essenciais para um site de boa qualidade.
Acho que todos os comentários são de excelente qualidade, acredito que a home é um tapete vermelho quando falamos em apresentação, entretanto as páginas internas são ainda o grande interesse em geral, para mim cada um no seu papel. Mas o mais importante de um site é a simplicidade que o mesmo apresenta na navegação e a forma que o conteúdo é disponibilizado, as pessoas querem coisas simples, objetivas e com grande valor de informação, textos simplificados e diretos. Faço uma analogia comparando os produtos da apple na forma de navegação, a apple vem demonstrando isso a cada produto lançado, desde seus dispositivos como os sistemas de navegação, acho que quatro botões simples é melhor que vários botões que confundem nossos olhos, tirando a atenção do que realmente queremos. Portanto Home e Internas devem ser consideradas importantes da mesma forma.
Olá Daniella,
Acho que a importância da home não está diminuindo. É a importância das páginas internas é que está aumentando. E uma coisa não anula a outra.
Vejo muitos projetos se preocupando com usabilidade, mas de uma via só, ou seja da home para dentro, e esquecem que o usuário entra nas páginas internas a medida que as acham.
Algo a ser enfatizado é como ir de uma página interna para a home. A home sempre será a porta de entrada, e como fala Steve Krug, a porta de entrada é sempre o melhor lugar pra começar.
Tardin, concordo quando você fala que não há métricas, mas não concordo quando fala que os feeds são responsáveis por esse fenômeno. Acredito que a encontrabilidade dos sites tem uma contribuição bem maior. Até porque quase tudo começa pelo resultado de uma busca.
Muito bom Daniella você ter levantado essa questão, parabéns.
[]s flávio
Oi Augusto,
você tem razão, o leitor vindo de feeds também é fiel e muito especial.
O número de acesso à home vem diminuindo, possivelmente pelo aumento dos leitores de feeds.
Lamentavelmente não temos ainda métricas boas para os leitores vindos de feeds, estamos tentando chegar lá. Também acredito que muitos sites não tenham ainda estas respostas.
Daniella,
Acho errada a idéia do trecho:
a home representa 20% dos acessos (que pode ser entendido como o público mais fiel ao site, que entra pelos Favoritos ou digita diretamente o endereço no browser)
Quem acessa por feed não cai na home e é bem mais fiel do q tem tem link em favoritos. feed se vê todo dia, favoritos só quando precisa…
Provavelmente nos próximos anos a maioria dos usuários estarão usando RSS, TAGs, buscadores etc. Desde já os designers devem dar mais atenção às páginas internas. Dessa forma além de nos preocuparmos com conceitos de usabilidade na home, teremos que aplicar mais do que nunca os mesmos para elas.
Não concordo com o Rochester, mas também não concordo INTEIRAMENTE com você, Daniella.
Quanto ao Rochester, acho que pensar que HTML é o mais acessível e falar sobre Flash em comparação ao Ajax, acho pensamentos de quem veio de uma era de webmasters (como eu), mas esqueceu de evoluir junto com a internet. O Flash sim é uma ferramenta hoje perigosa de se usar, pois os navegadores bloqueiam, grande parte dos usuários detestam esperar carregar e também não há leitura de texto nele para ser encontrado por sites de busca.
O usuário não é mais iniciante como há 5 anos atrás. Ele sabe navegar, sabe gerenciar feed e não precisa mais de uma home para se sentir seguro.
Já quanto a Daniella, concordo em grande parte com tudo o que você falou, mas é que uma coisa que vejo por aí é que quando as pessoas vão comentar sobre as novidades da web (web 2.0, feeds, inexistência da home, Ajax, etc.) elas costumam usar de exemplo grandes portais e sites.
Não podemos esquecer que grande parte das empresas (talvez a maioria delas) não precisa de um portal para se apresentar na web. Talvez um site institucional com algumas soluções interativas já seja o bastante. Aliás, muitas vezes mais do que isso mais atrapalha do que ajuda. Daí sim, acho que a home é uma boa entrada, para reforçar a marca e apresentá-la de maneira forte.
Sobre ajax (tudo numa mesma página) acho errado no momento. Além do Google ainda não ter ferramentas para encontrar tais conteúdos de textos dinâmicos dentro de apenas uma página, as estatísticas do site iriam se perder, pois todas as pageviews iriam apontar para uma mesma página, danificando assim um estudo mais avançado sobre o site.
É claro, como eu disse, acho errado NO MOMENTO, pois assim que as outras ferramentas acompanharem essa nova tecnologia, ela poderá ser usada como bem entender, numa página só, ou sem nenhuma página talvez! 😉
Ajax nunca será tão difundindo quanto o flash chegou a ser. HTML estático ainda é a fonte mais acessível. A home é importantíssima sim, é ela que apresenta o site ao usuário, diz a que veio. Se o usuário entra poroutra página essa deve cumprir a função de apresentar, mas a home sempre é o porto seguro.
Uma das máximas da usabilidade é A home é o melhor lugar.
Mas as páginas internas estão passando a tomar sua devida importância.
OBS: Esse título pegou mal ou é só minha mente poluída? 😮