Antes que alguns comecem a atirar pedras, vou avisando que nada tenho contra os modelos e uso muitos deles em trabalhos de consultoria e gerência. ITIL, PMBOOK, SCOR, Etom, VRM, CMMI, Sarbanes Oxley, BPEL…
Todo modelo é uma base conceitual desenvolvida sobre práticas, testadas em ambientes específicos e em situações particulares e, por mais que sejam parecidas, são sempre diferentes, pois somos todos diferentes, pessoas físicas e jurídicas.
A grande questão é que os modelos mais usados atualmente no mercado são importados de outros países e na maioria das vezes testados em ambientes muito diferentes do ambiente econômico, administrativo, político e social do Brasil.
Então não devemos usar modelos? Sim, mas sempre adaptados às necessidades específicas de nosso negócio.
Muito do que estudamos e usamos é fortemente influenciado por outros ambientes de países de primeiro mundo, mão de obra de primeiro mundo (não que o Brasil deixe a desejar; temos os melhores profissionais do mundo) e impostos de primeiro mundo. Fomos influenciados por Taylor, Ford, Gilbreiths, Barnes, técnicas de produção dos japoneses, Seis Sigma, ERP, BPMN, BPMS, 5S e outras tecnologias e modelos, todos importados do primeiro mundo.
Quando vamos utilizar os modelos ou práticas, descobrimos que eles não se encaixam como uma luva e sim precisam ser adaptados à realidade de nosso país em desenvolvimento. Não é assim?
Como adaptamos então os modelos?
Avaliando, testando, medindo, reavaliando, amadurecendo, criando base conceitual e prática usando nossa própria realidade de negócio.
Existem fatores a serem analisados? Sim existem alguns e nem todos precisam concordar comigo. Mas deixo a seguir alguns:
- Desempenho;
- Estratégia;
- Cultura da organização;
- Tecnologia;
- Conhecimento e informação;
- Competências e processos.
Só podemos discutir o que entendemos. Então conheça os processos de sua empresa do início ao fim.
Se você é pequeno ou médio empresário, experimente tirar um dia e seguir a mercadoria ou o pedido de serviços desde que ele nasce até a cobrança – ou até o pós venda, quando ele pode voltar ao início em uma nova venda ou em uma devolução. Pergunte ao seu funcionário o que ele está executando e como são feitas as coisas. Analise. Duvido que você não descubra várias coisas a serem melhoradas. Vamos apostar?
O que isso tem a ver com TI? Tudo!
TI e gestão estão cada vez se encontrando nas mesas de diretoria. TI não é mais somente apoio e sim parte da decisão de negócios e muitas vezes da vantagem competitiva do negócio.
Quando for analisar para implantar um modelo, você basicamente passa por algumas fases, que são:
- indefinição (eu não sei como fazer ou como é feito);
- conscientização (já sei como é feito e preciso documentar);
- seleção (já sei como é feito, já documentei e agora vou selecionar os pontos de melhoria);
- redistribuir e melhorar recursos e processos (já sei quais os pontos a melhorar, já tenho idéias de como realizar a melhoria, vou testar)
- adotar o modelo e reavaliar.
Tudo isso não é feito da noite para o dia e nem é uma ação estanque. Tudo deve ser sempre feito, avaliado e refeito. Constantemente.
?O olho do dono é que engorda o boi? Já ouviram esse ditado? Quem duvida dele?
Espero ter ajudado. Comentários, sugestões, dúvidas, propostas, serão bem-vindas e respondidas. Abraços a todos e até o próximo artigo. [Webinsider]
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Ricardo Veríssimo
Ricardo Veríssimo (ricardo@rverissimo.com.br), é escritor, palestrante e presidente da RVeríssimo Suporte e Tecnologia. Membro do Conselho de Jovens Empresários da Firjan e da rede de empreendimentos Iniciativa Jovem. Autor do livro "20 Regras de Sucesso do Pequeno Empreendedor".
4 respostas
Achei ótimo a matéria.
Creio que seu objetivo principal é alertar os consultores que ao implementar um projeto utilizando modelos renomados, é fundamental primeiro conhecer profundamente o modelo, seu propósito e sua origem e depois modificá-lo à realidade de seu cliente.
Creio que ambos os passos são fundamentais para o bom desempenho por todo o projeto de uma metodologia desenvolvida.
Excelente Artigo! Eu sou um consultor envolvido em projetos de análise e gestão de riscos estratégicos. Como nosso amigo mencionou, existe consultores despreparados e que querem empurrar um padrão/estrutura, mas infelizmente também existe os clientes que acham que a consultoria está falando asneiras quando fala em mapeamento de processos, entendimento do negócio.
Ou seja, existem pontos obscuros em ambos os lados e todos deveriam saber que:
?O método/padrão/estrutura se adapta ao negócio e não o negócio se adapta ao método/padrão/estrutura?.
Lógico, se o negócio faz algo errado deve ser corrigido, mas o foco é sempre no negócio e não nos padrões.
-bom eu tenho 11 anos,estou na 5ªserie
Excelente Artigo! Eu sou um consultor envolvido em projetos de análise e gestão de riscos estratégicos. Como nosso amigo mencionou, existe consultores despreparados e que querem empurrar um padrão/estrutura, mas infelizmente também existe os clientes que acham que a consultoria está falando asneiras quando fala em mapeamento de processos, entendimento do negócio.
Ou seja, existem pontos obscuros em ambos os lados e todos deveriam saber que:
O método/padrão/estrutura se adapta ao negócio e não o negócio se adapta ao método/padrão/estrutura.
Lógico, se o negócio faz algo errado deve ser corrigido, mas o foco é sempre no negócio e não nos padrões.
Achei ótimo a matéria.
Creio que seu objetivo principal é alertar os consultores que ao implementar um projeto utilizando modelos renomados, é fundamental primeiro conhecer profundamente o modelo, seu propósito e sua origem e depois modificá-lo à realidade de seu cliente.
Creio que ambos os passos são fundamentais para o bom desempenho por todo o projeto de uma metodologia desenvolvida.