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Finalmente terminou uma das guerras de formato mais sem sentido desde o confronto entre Betamax versus VHS há algumas décadas. A analogia do confronto dos formatos de DVD em alta definição com a batalha do videocassete esquentou ainda mais os ânimos, especialmente da Sony — que perdeu com Betamax, mas finalmente ganhou de forma decisiva com Blu-ray.

Após um bom tempo temos assistido a uma disputa entre dois formatos de alta definição em DVD sem diferenças muito significativas do ponto de vista técnico, e basicamente nenhuma diferença como qualidade final na experiência de entretenimento. O fator crítico e decisivo da batalha foi a disponibilidade de conteúdo. Afinal, antes de mais nada, o consumidor quer simplesmente assistir filmes.

Sendo assim valeu a influência da Sony em Hollywood (da qual também faz parte), desequilibrando o jogo e trazendo os estúdios para seu lado. Finalmente em nota apocalíptica a Toshiba anunciou sua derrota com o cancelamento abrupto da produção e suporte ao HD-DVD apesar das cerca de 1 milhão de unidades vendidas, incluindo leitores HD-DVD dentro de PCs e consoles Xbox.

A estocada final da Sony foi quando no final do ano a Warner aderiu ao formato Blu-ray. A partir dai, a derrota do HD-DVD era iminente e foi se materializando com um efeito dominó nas cadeias de varejo, que passaram a não vender mais o HD-DVD (Walmart, a maior empresa de varejo do mundo, e companhia).

Podemos especular que naquele momento da batalha a alta gerência da Toshiba pediu a seu financeiro que projetasse os números para diferentes cenários: continuar o confronto, sair a médio prazo, a longo prazo ? ou sair de imediato.

Venceu a retirada total e imediata, que deve ter se mostrado o ?menos pior ? de todos os cenários sob o ponto de vista econômico, optando por morte súbita ao invés de uma agonia lenta e cara. Já do ponto de vista de marketing/branding, o cenário é mais dificil de quantificar, mas certamente será doloroso para a Toshiba não somente perante o consumidor mas também frente aos parceiros que apoiaram o HD-DVD, incluindo a Microsoft.

Porque a batalha tinha de terminar logo?

Certamente quanto mais o confronto se prolongasse, maior seria o custo para o derrotado. Este foi um fator que deve ter aumentado muito a pressão para uma decisão rápida por parte de todas as indústrias envolvidas. Mas se olharmos para a frente, temos uma onda de impacto trazendo uma série de canais competidores ao DVD como meio de distribuição de conteúdo digital em alta definição.

Quiçá tenha sido justamente essa onda de um futuro promissor mas altamente competitivo que acelerou o final desta guerra. Ou seja, poderemos (em alguns casos já podemos) ter acesso a filmes através de download via PC ou vídeo por demanda em redes fechadas tais como cabo ou IPTV.

Com a banda disponível atual, tanto download como ?video on demand? são extremamente lentos e em alguns casos operacionalmente inviáveis se considerarmos que o conteúdo está em alta definição ? sendo consequentemente arquivos gigantescos. Porém, com o aumento de banda disponível poderemos perfeitamente assistir filmes em alta definição diretamente na TV ou PC via rede ? o que decreta a morte do DVD como mídia de distribuição. Fato que, aliás, já está acontecendo na prática com o CD de música e causando uma revolução na indústria fonográfica.

No entanto, filmes em alta definição são muitíssimo maiores que música como tamanho de arquivo. Assim, pragmaticamente ainda temos anos pela frente até que boa parte das residências tenham acesso a uma rede banda larga de alta velocidade. É justamente neste intervalo de tempo que o Blu-ray vai sugar o restante de receita na vida dos DVDs. Sabendo deste bolo de dinheiro a ser devorado, Sony e Toshiba se enfrentaram até quando foi possivel. Os estúdios de cinema também sabem que seus paradigmas de receita vão se alterar, mas também querem capitalizar em cima dos anos que restam do DVD em alta definição. Assim sendo, quanto mais a guerra se prolongasse, mais este intervalo de tempo se comprimiria, e menos receitas poderiam ser espremidas do DVD em alta definição.

Até que chegue a banda (muito) larga, Blu-ray será o formato dominante para distribuição de filmes em alta definição nos anos que virão. Para o consumidor, a boa notícia é que com o aumento de volume nas vendas os custo marginais do leitor e do disco devem cair significativamente ao longo do tempo. A vitória também é um grande impulso ao Playstation 3, que vem com leitor Blu-ray para jogos e filmes. Parabéns, Sony. [Webinsider]

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Avatar de Marcello Póvoa

Marcello Póvoa (mpovoa@mppinterativa.com) é fundador e diretor executivo da MPP Interativa.

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10 respostas

  1. Acho o blu-ray um projeto do fundo da gaveta, moro no Japao e faz mais ou menos tres anos que vejo nas lojas de cds e dvds filmes em SD Card que rodam nos players de bolso e varios modelos de televisao com entrada p/ SD Card, e as televisoes novas dispoem de dispositivos p/ conectar qualquer tipo de player portatil ( MP3,MP4, Ipods etc…),acredito que em 10 anos os cds, dvds, blu-rays,vao ficar enfeitando as lojas como aconteceu com o vinil, os flash memorys estao cada vez mais compactos e com maior capacidade, assisti 1 mesmo filme em 3 formatos ( Digital Midia, DVD,Blu-ray) sinceramente nao vi grandes diferencas, acho que o fim dos discos esta proximo.

  2. O uso do laser azul demorou MUITO para ser utilizado como solução, ele foi descoberto muito antes do DVD, mas acho que essa empresas sempre pensam no resultado financeiro que nos compradores/usuários.

  3. Bom dia Marcello!

    A técnologia deve ser muito boa realmente, porém por enquanto, o acesso a elas não é muito facil, pois custam caro demais! Eu fui procurar um deve em blu-ray pra comprar, era o show da celine dion-a new day live in las vegas, então eu procurei na interenet, e vi em uma loja, pelo preço de 150 reais(!!!!) muito caro, enquanto o dvd normal eu paguei 60 reais. Mas como vc mesmo disse, em breve vai cair o preço, tal como os cds hoje em dia :D!

    Parabéns pelo artigo aê 😀
    Abraços e fica com Deus 😀

    Guilherme Marisani.

  4. Oi, Marcello!

    Você tem absoluta razão, quando fala que falta muito à banda larga no Brasil para se tornar uma referência capaz de contornar problemas crônicos de download, nos lares das pessoas comuns, que fazem parte do consumo de massa.

    Mas se o Blu-Ray vir a se tornar um nicho, por falta de interesse ou compreensão do seu valor técnico, o que se dirá da banda larga de alta velocidade? A atual é cara e ruim, os backbones me parecem arcaicos, não são não?

    Eu entendo que o caminho a percorrer ainda é longo demais, para se fazer uma previsão. No momento, países com Internet mais adiantada têm tido um recorde de vendas do Blu-Ray. E vou mais além: eu ouvi uma entrevista em vídeo de um dos executivos da Pioneer, que disse uma coisa que me parece correta, a de que o Blu-Ray tem um apelo enorme aos cinéfilos, e ele acredita (e eu também) que esta foi a força que o estabeleceu no mercado. De fato, o home theater se tornou mais popular do que era anteriormente, porque as pessoas gostam de cinema, num grau maior ou menor. E no caso do Blu-Ray foi o maior apoio dos estúdios de cinema que fez seus compradores investirem nele.

    Parabéns pelo seu artigo.

    Um abraço do
    Paulo Roberto Elias.

  5. Agora com relação a video on demand no Brasil acho vc muito otimista principalmente no nosso país aonde o cidadão tem limite de quanto pode baixar o que é um absurdo fora o preço da banda larga que uma vergonha

    Exemplo velocidade de 2Mbps no brasil sem ser preço promoçional saí por R$75 reais no japão o yahoo pela mesma velocidade e sem limites $1.87 dólares não escrevi errado não menos de 5 reaisnos EUA $14 dólars europa 4 euros.

    Porque isso acontece devido ao governo passado ter criado feudos em estados onde somente uma companhia podia ter a sua conseção resultado cobram quanto querem, Monopólio puro graças ao gloriozo FHc e dizem que a privatização foi uma maravilha.

    A Telefônica por exemplo ficou dez anos sozimha no Estado de São Paulo lembra quando ela cobrava de uma conexão de 250 KBps em R$ 245 reais um assalto, só agora que a nete está começando a fzaer uam sombr e está arrebentando essa empresa conseguindo muitos clientes estão migrando para o cabo

    A Net precisa urgente melhorar o serviço e investir senão não adianta nada,porque tem tido muitas reclamações por falta de infra estrutura cabeamentos, servidores para aguentar o Tranco.

    A Telefônica é a pior copanhia do mundo na minha opinião e muita gente já percebeu isso, a Vivo que o diga, preços exorbitantes falta pouco para perder a liderança no mercado de celular,aonde chegou a ter 44% de share e agora tem 28% isso que é incopetência e uma rejeição monstro.

    A imagem dela no comercial do cara de terno mostra a cara da empresa, onde está sendo representada por um Empresário da elite do país a empresa mostra claramente que seu serviço é destinado a esse segmento da sociedade, principalmente por seus preços, os maiores de telefonia do mundo, mas calma quando for implatado o Voip para celuar essas empresas estaram todas mortas e enterredas.

  6. Lembrando no Brasil acontece a mesma coisa o console PS3 de 40Gb é muito mais barato que os players saí por cerca de R$1600 reais com garantia de 1 ano e tudo

  7. O vencedor se chama na verdade que no começo de novembro teve seu preço reduzido para $399 dólares, com isso se tornou o player mais barato e vem de brinde um super video game de última geração.

    Resultado: o PS3 saiu de 7.5 milhóes de consoles vendidos para mais de 10.5 milhões até 2 semanas atrás e deve alcançar a meta de 11 milhões no começo de março prevista pela Sony e que os analistas achavam impossível de ser alcançada.

    Com esses números contra apenas 1 milhão a Toshiba ficou sem argumento e no começo de fevereiro os Blu ray com adesão da Warner já representava 90% dos discos vendidos.

    Com isso o HD DVD foi enterrado, a Sony sofreu no começo mas se vingou da Toshiba em grande estilo.

  8. desculpem por este erro que eu cometi, mas falando do blu ray eu queria saber como as locadoras e os vendedores de filmes farão para divulgar ou alugar filmes atraves da internet no futuro. Será que vai acomtecer iqual ao dauloud de cds totalmente ilegais praticamente e com isso as lojas hoje de cds não vendem muito e quem perde somos nos mesmos e os vendedores. Sera que so quem os distribuir por exemplo uma dessas distribuidoras de filmes é que vão lucrar e as pessoas. Eu previro a midia fisica por isso, porque ninguém perde. Desculpem se eu falei bobagem, foi só uma dúvida que surgiu.

  9. Acho que esses novos formatos não se aplicam somente a conteúdo multimidia. Maior espaço para armazenamento pra mim é fundamental também. Não vejo a hora de ter discos com maior capacidade e não precisar ficar comprando HDs ou criando uma pilha de DVDs para guardar meus downloads.

  10. Na minha opnião, a guerra durou mais do que devia, e a Sony ainda pode acabar dando com os burros n´água.

    Não vai haver uma adoção em massa ao novo formato, enquanto não houver uma troca em massa das TVs atuais por de alta definição. Não há sentido em comprar um Blu-ray para uma TV de tubo, pois não haverá ganho nenhum.

    O tempo para a mudança das TVs, talvez seja o suficiente para a banda larga se disseminar o suficiente para que o Video on demand supere o Blu-ray.

    É tudo um palpite, mas…

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