Pois é… Depois de escrever sobre a busca de uma terra do nunca e receber muitos e muitos e-mails fantásticos e solidários, solidários à causa porque comuns em termos de objetivos de vida, sonhos e queixas pela vida que levamos, passei um ano tentando colocar em prática aquilo sobre o que discorro e tem sido muito difícil, confesso.
Difícil porque é impossível levar adiante mudanças quando se está sozinho no ideal destas. Lutar por uma causa solitariamente nos torna mártires, só isso.
Não quero morrer por uma causa! Quero viver por ela e viver através da conquista do que ela defende!
Dei o título de Resiliência a este texto porque é algo que tenho elaborado há algum tempo.
Resiliência, do Latim. Resilientia, resilire, recusar, voltar atrás
s. f., Mecân., capacidade de resistência ao choque de um material, definida e medida pela energia absorvida pela ruptura de uma amostra de secção unitária desse material; energia necessária por unidade de volume para deformar um corpo elástico até o seu limite de elasticidade.
Estava eu há algum tempo almoçando com uma amiga que trabalha com treinamento, seleção, coaching de executivos, a Luiza Ghisi, quando ela me falou pela primeira vez sobre resiliência.
Vindo de um termo da física, resiliência é a capacidade que um material tem de suportar grandes impactos de temperatura e pressão, se deformar ao extremo com isto, mas pouco a pouco conseguir se recuperar e voltar à sua forma anterior. Ou seja, resiliência é a capacidade que um material possui de sofrer muitos impactos, seja de pressão ou temperatura, se deformar inteirinho, quase ?morrer,?, mas depois conseguir ir voltando ao que era antes e se refazer e se reconstruir. A memória da experiência vivida fica e acresce ao ser sua história e maturidade
Neste ano que passou minha característica de alta resiliência foi posta à prova:
1. Mudei de emprego e mercado – saí da Media Contacts (agência) e fui para a Getty Images (Banco de Imagens).
2. Mudei de casa.
3. Mudei de estado familiar – gerei e coloquei no mundo mais uma menininha, que veio para fazer crescer minha família de duas outras meninas.
Todas estas mudanças são sempre tidas como importantes e testam nossos limites de suportar as alterações no espaço, no entorno pessoal, nas relações.
Estar em um ambiente de trabalho novo significa objetivos novos, infra-estrutura nova, metas e conhecimentos novos, mas acima de tudo RELAÇÕES NOVAS.
E é disso que se trata.
E é aí que a resiliência faz-se necessária, pois é preciso nas relações novas suportar elementos que exigem uma ?deformação?, adaptação a um outro estado, sem perda da essência original.
Ocorre que somamos as próprias características e bagagem pessoal às novas exigidas pelas mudanças. Disso resulta a transformação em um novo ser, composto agora pelo que era, pelo que é da junção, e pelo que será no futuro.
Difícil isso? Sim, muito. E exige abertura, disponibilidade interna, aceitação. Uma pessoa que não ousa abrir-se ao novo, ao diferente, ao inusitado, o que aprende?
O que vive de alegrias novas ou de sofrimento?
Porque ser resiliente é suportar o sofrimento, que é parte intrínseca de todas as conquistas, pois estas sempre exigem uma dose de esforço, sacrifício e o submeter-se a estar em uma certa zona de desconforto temporário.
E passa, tudo passa! A vida passa!
Antes de morrer, minha mãe disse ao meu irmão mais velho: ?Filho, a vida é tão bela! Mas ela passa tão rápido, tão rápido…?
Viver intensamente e verdadeiramente. Porque quando nos dermos conta, já foi!
Sendo assim, minhas palavras aqui hoje são de incentivo ao cultivo da resiliência em cada um de nós. Porque é necessária muita determinação para fazer um bom trabalho todos os dias e suportar as alterações que ele nos impõe a cada tempo.
Eu, por exemplo, agora, já estou tendo que me refazer e voltar a um estado anterior de forma, pois a maternidade, gravidez, parto e amamentação são uma prova absurda de resiliência: um ?trator? que passa por cima de cada mulher que engravida, dá a luz e dá seu próprio leite a seu filho.
Nossa ?deformação? na gravidez é completa: vai do físico ao emocional, envolvendo uma mudança de eixo que digo ser agora de 360 graus. Voltamos ao grau zero? Talvez, mas a “girada” deixa marcas perenes, uma delas e a maior delas, penso ser o amor de mãe. [Webinsider]
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18 respostas
Olá!!! Gostei muito da matéria pra mim, é um assunto novo ainda. Consegui meu 1º emprego depois de formada e passei por um período de pressão por parte da chefia,infelismente pedi demissão antes do término do contrato. Nesse momento foi o melhor p/ mim.
Interessante!
Lucas
email marketing
http://www.geekle.com.br
Sou policial a 29 anos, e que durante todas as minhas atividades como policial, sempre familiarizei com resiliencia, e com isso apreendir fazer policia, buscando sempre a essência da alma , como forma de educar minhas emoçoes. portanto o assunto resiliencia nunca fora estranho para mim, pois tenho o segredo que harmoniza o dom de ser pessoal.
Ana,adorei seu artigo, estou pretendendo realizar meu projeto e tcc sobre resiliência,seu artigo colaborou para que eu tenha certeza do meu tema, eu sou uma pessoa resiliente,por isso escolhi o tema.
um colega me falou sobre esta palavra que eu nunca tinha ouvido etão pesquisei eai para minha surpresa encontrei uma pessoa de bem com a vida e disposta ajudar as pessoa atraves de sua postura de vida,a vezes me pego tentando me mudar mas não consigo acho que sou covarde ja quis mudar de serviço fico com medo de naão dar certo,ja montar algo para mim mas tbem parei no meio do caminho,não sou resiliente,como voçê,acho que por isso nos frustamos com nossos sonhos,mas o que me conforta e saber que DEUS existe para todos,QUE SABE UM DIA EU CONSIGO.
Ana adorei seu texto, nós que acompanhamos a mulher no período perinatal estamos aprendendo a fortalecer os 10 pilares da resiliência para que a mulher enxergue o parto como um fato fisiológico, que não tenha medo da dor, muito antigamente o parto era natural no seu verdadeiro significado.
Atualmente, algumas mulheres com preparação física e psíquica conseguem aproveitar melhor as endorfinas que agem na via do prazer, no cérebro, e trazem uma vida ao mundo de maneira prazeirosa.
Um abraço, a luta continua!
Vendo essa palavra pela primeira vez, fui atrás de definições e encontrei, entre outras:
Artigos acadêmicos sobre resiliencia
La resiliencia: Resistir y rehacerse – Manciaux – Citado por 23
Resiliencia – Descubriendo Las Propias Fortalezas – Melillo – Citado por 33
E mais:
Saímos da Ciência Lógica e entramos na humana definição de Resiliência. Dentro da Neuropsiquiatria, estudos têm demonstrado que nosso cérebro tem a capacidade de se moldar diante dos acontecimentos vivenciados em nosso dia-a-dia … Nesse sentido, nossa capacidade de renovação é completa. Karine Bighelini.
Assim, Ana Clara,li e reli o comentário feito por Michele, e sinceramente, acho que ela não entendeu o sentido do seu texto, aliás, uma bela exposição! A palavra resiliencia foi usada com toda propriedade. Adorei!!
Caríssimos leitores deste artigo,
Fico muito feliz com os comentários, mesmo os polêmicos… Isso nos faz crescer!
Quero que saibam que eu vivo isto de verdade, adaptações sem fim, remodelações de mim mesma continuamente. Não é fácil.
Fiquei impressionada com a Rita Soares, de 85 anos, lendo e escrevendo aqui. Isso sim é fortaleza e vida! Adorei.
Bom, continuemos assim, indo e vindo e sempre vivendo, se der, Felizes!
abs,
Ana
Ser resiliente é o que eu estou fazendo com minha vida, passando por situações quase insuportáveis, mas tenho que buscar a minha fortaleza inicial, muito obrigada, suas palavras vão me ajudar bastante.
Meu genro que é engenheiro Civil,deu-me, um dia,
um pedacinho de papel, onde estava escrito, uma
palavrinha desconhecida pra mim -resiliência.
Ele sabe que eu gosto de pesquizar coisas. Não
tive dúvida: entrei no Google. Fiquei boqueaber-
ta com o que descobrir! – oseu comentário e um
pouco de sua história. Não sou psicóloga e nada
conheço da vida humana mas preciso lhe dizer,Ana
Cenamo,que eu, logo de início,fui pensando no que
você, mais adiante, afirmou.É um termo que a Fí-
sica usa para falar de fôrça e,nós,até como fan-
tazia, podemos aplicar em nossas vidas.Mas, con-
fesso,com 85 anos,talvez me falte algo resiliente
(cruz-credo!),para voltar ao meu molde inicial…
Gostei muito da maneira como você falou.Parabens.
´
Parabéns pelo texto.
Ana, Sabe-se que o termo ainda é muito novo para muitas pessoas que não têm acesso às suas respectivas informações. Quem pode realmente compreeender melhor são os psicológos e os sociólogos, pois é uma temática que se discute nas ciências sociais e explica o processo dinâmico e desenvolvimento vital do homem, assim como explica as formas e condições de como as pessoas conseguem administrar suas vidas.
O tema é muito bom e ao ler qualquer artigo, nos remete para um campo da vida de forma incentivadora em busca da superação humana e para isso precisamos estar preparados para o enfrentamento dos problemas e amortização de conflitos internos e externos. Você foi dez.
Lindo!
A todos,
recebi muitos comentários e elogios, obrigada! Mas recebi também o comentário da Michele , psicóloga também (lembrem que antes de publicitária, sou psicóloga/psicanalista)e este gostaria de comentar: resiliência para mim é um termo metafórico, uma forma de entendermos que é preciso passar por profundas transformações na vida para viver de verdade. Não falei nunca em ter sucesso na vida! O termo é usado como símbolo…se existe um conceito da psicologia, eu aqui desconheço e gostaria muito que a Michele me explicasse…é possível? Depois disso podemos debater mais.
abs,
Ana
Lindo texto, Ana! Saúde e felicidade para suas meninas. Abraços…
Não compartilho dos parabéns ao artigo, sugiro que leiam e estudem mais sobre resiliência, não existe alta resiliência e não é nada mágico. É um conceito complexo que envolve um processo psicológico. Há muita literatura especialmente na Administração usando este termo de maneira inadequada. Resiliência não é solução para o sucesso!!!!! Seria muito simplório, basta muita força de vontade e resiliência pra se dar bem na vida.
Sugiro que busquem literatura científica e o que vem sendo produzido de pesquisas sobre isso.
Como muita coisa é entendida errada e empregada de maneira errada com o tema resiliência isso também está ocorrendo. O texto pode falar de uma história de vida de luta e que deu certo e em alguns pontos não é de todo errado, mas tem muito pra ser revisto sobre resiliência.
Ana, primeiramente, parabéns pelo seu artigo!
As mudanças radicais na nossa vida sempre deixam marcas profundas em nós, mas trazem uma evolução tremenda na forma com que vemos a vida e as coisas que acontecem a nossa volta.
Como diz Franklin Covey, em seu livro Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, se baseamos nossas vidas em bons princípios e agimos conforme o que eles pregam, pode acontecer uma grande sorte de coisas e mudanças de rumo, mas sempre manteremos nossa integridade mental e intelectual para no auxiliar a começar tudo de novo.
Temos que estar sempre prontos para essas mudanças, nos adaptar ao novo ambiente.
Boa sorte no seu novo caminho e, mais uma vez, parabéns!
Por felicidade minha, eu já tinha conhecimento do termo resiliência. Eu fiz um treinamento de RH em uma antiga empresa e o tema foi abordado. O seu artigo é muito bom, porque acredito que muitas pessoas não conhecem este termo que ajuda muito na vida profissional e pessoal.
Parabéns!
Texto muito belo, parabéns!